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22 Agosto 2025

Na ala pediátrica do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, a cena é devastadora. Fileiras e fileiras de crianças emaciadas jazem em macas desgastadas, seus corpos reduzidos a esqueletos, os olhos fundos, a pele sem vida e pálida. Os quartos superlotados, desprovidos de qualquer equipamento médico básico, tornaram-se ambientes perigosos, espaços onde não só não é possível prestar cuidados, como também se espalham infecções de uma criança para outra. Gestantes e recém-nascidos, os pacientes mais vulneráveis de todos, são abandonados à própria sorte para enfrentar as consequências do colapso do sistema de saúde e de uma crise alimentar cada vez mais grave.

A reportagem é de Majd al-Assar, publicada por La Stampa, 21-08-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Mahmoud Abu Yousef

Em um dos quartos lotados está Mahmoud Abu Yousef, um menino de cinco anos cujo corpo frágil conta a história da fome silenciosa de Gaza. Seu corpo está emaciado, sua voz fraca nunca se cala, porque se lamenta constantemente por causa da dor. "Mohamed nasceu saudável, pesando mais de quatro quilos", conta sua mãe. "Hoje, porém, sofre de graves problemas renais e precisa urgentemente de um transplante, algo impossível em tempos de guerra e com o bloqueio."

Segundo os médicos, crianças com patologias crônicas ou doenças genéticas são as mais expostas à desnutrição. A condição de Mahmoud é uma prova contundente disso: aos cinco anos, hoje pesa pouco mais do que um bebê de seis meses. A desnutrição o privou da capacidade de andar e até mesmo de se mover. Seu corpo, antes ativo, tornou-se pouco mais que um esqueleto no qual se sobressaem os ossos. Para a família de Mahmoud, a sobrevivência diária é outra batalha. A mãe explica que a família depende quase inteiramente da ajuda das cozinhas do campo. "Sobrevivemos com apenas uma refeição por dia. Geralmente é sopa de lentilha, com macarrão ou arroz, todos alimentos ricos em amido, mas sem fontes de proteína, sem carne, peixe, ovos, frutas ou verduras. Isso deixou as crianças extremamente fracas, praticamente sem nenhuma imunidade a doenças."

A vida como deslocados só agrava o sofrimento de Mahmoud. Sua família vive em uma tenda infestada de insetos e mosquitos que espalham doenças. "Qualquer vírus poderia ser fatal para ele", diz a mãe. Na tentativa de conseguir alimentar os filhos, ela frequentemente sacrifica suas próprias rações de comida: "Há dias em que só como uma ou duas colheres de sopa de lentilha, para que eles possam comer mais. As crianças estão com fome; tenho que priorizar suas necessidades às minhas."

Dentro do hospital, a situação certamente não é melhor. Como a estrutura quase não tem recursos para fornecer refeições aos pacientes, as famílias são forçadas a procurar comida em outros lugares.

"Quando sinto que vou desmaiar de fome, compro um sanduíche de falafel, só para me manter em pé e continuar perto do meu filho", explica a mãe de Mahmoud. O falafel, feito de grão-de-bico e frito no óleo, tornou-se o alimento mais comum em tempo de guerra devido à escassez de gêneros alimentares. Especialistas, no entanto, apontam que o falafel não contém os nutrientes indispensáveis para a sobrevivência e o crescimento infantil.

Amir Raafat Al-Kilani

Com apenas cinco meses, Amir Raafat Al-Kilani pesa apenas três quilos, poucas centenas de gramas a mais do que seu peso ao nascer, 2,7 quilos. Seu pequeno corpo reflete o impacto devastador da desnutrição crônica em Gaza. Amir e sua irmã gêmea Manal nasceram de cesariana durante a guerra. Enquanto Manal cresceu normalmente, o desenvolvimento de Amir foi difícil e lento. Sua mãe, Riham Al-Kilani, de 21 anos, conta uma gravidez marcada por anemia e várias complicações, agravadas pela ausência de uma alimentação adequada. "Sobrevivíamos com comida enlatada, quando havia", conta ela. "Não havia absolutamente nenhuma proteína animal e praticamente nem frutas e vegetais frescos."

Durante a gravidez, Riham e sua família viveram em um abrigo superlotado e insalubre da ONU no campo de refugiados de Nuseirat. Para sua sobrevivência diária, dependiam de cozinhas de campo montadas no local, que forneciam apenas uma refeição por dia, geralmente sopa de lentilha com macarrão ou arroz. No final, até mesmo essas míseras rações de comida acabaram. "Havia dias em que não tínhamos absolutamente nada para comer, nem mesmo pão. Eu me sentia fraca. Tive dificuldade para amamentar, mas consegui alimentar Manal", disse ela.

A condição de Amir tornou a amamentação particularmente difícil, e os médicos acabaram alimentando-o por sonda nasogástrica. "No início, era simplesmente difícil sua alimentação", explica Riham, "e logo surgiram complicações. Os piores momentos são quando ele acorda à noite e tem dificuldade para respirar. Às vezes, ele precisa de um respirador, mas o hospital só tem um para toda a ala pediátrica”.

O leite em pó de alto teor calórico, essencial para a sobrevivência de Amir, não está disponível. As tentativas da família de obtê-lo no mercado negro se mostraram impossíveis, pois cada lata custa cerca de 100 dólares, muito além de suas possibilidades econômicas. Por um tempo, quando a família conseguia pagar, Amir não

conseguia nem o digerir e vomitava imediatamente. Além de tido isso, o hospital não fornece refeições aos parentes dos pacientes que cuidam das crianças. "Por meses, sobrevivo com falafel comprado de um vendedor ambulante perto do hospital. "É a única comida que posso comprar enquanto cuido do meu filho", disse Riham.

Desnutrição das gestantes e seu impacto

Especialistas em saúde alertam que a desnutrição das gestantes durante a gravidez tem um impacto direto e duradouro na saúde das crianças. Em Gaza, onde as gestantes são muitas vezes privadas de nutrientes essenciais, as consequências já são visíveis no momento do parto. Recém-nascidos de mães desnutridas têm maior probabilidade de nascer com baixo peso, problemas de crescimento e desenvolvimento e baixa imunidade, sendo, portanto, particularmente vulneráveis a infecções e problemas crônicos de saúde.

O ciclo das privações começa antes mesmo de o recém-nascido respirar pela primeira vez: mulheres que não têm acesso a proteínas, vitaminas e minerais durante a gravidez muitas vezes têm dificuldade para amamentar seus bebês adequadamente, que ficam privados da fonte mais importante de nutrição para eles. Nos abrigos superlotados, onde os estoques de alimentos são limitados, isso se torna insustentável e agrava a crise para mães e recém-nascidos.

O ponto de vista médico

Ibrahim Al Salhi, pediatra do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, explica a extensão alarmante da desnutrição infantil em Gaza. "Atualmente, o hospital está tratando cerca de 200 casos de desnutrição infantil, com cerca de 20 a 30 pequenos pacientes apresentando sinais de desnutrição aguda grave. Aproximadamente 85% das crianças em Gaza são afetadas de alguma forma pela desnutrição e quase 11% pela desnutrição aguda grave."

O Dr. Salhi também enfatiza as consequências de longo prazo e intergeracionais da desnutrição: "A desnutrição deixa pesadas consequências negativas para o futuro das crianças, como dificuldades de crescimento, desenvolvimento físico deficiente e comprometimento do sistema imunológico. Também atrasa o desenvolvimento neurológico, o que afeta a aprendizagem. A desnutrição também pode reprogramar sutilmente os genes, transmitindo assim uma predisposição genética a doença para as gerações futuras."

O ponto de vista do médico ressalta a gravidade da crise, confirmando que as características observadas em casos individuais como os de Mahmoud e Amir fazem parte da ampla emergência humanitária e sanitária que afeta milhares de crianças em toda a região.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde Palestino e pela Associação Ajyal, uma ONG local, neste momento 1.320 crianças menores de seis meses correm risco iminente de morte por desnutrição e falta de assistência médica. As estatísticas oficiais confirmam 122 mortes relacionadas à malnutrição e à desnutrição, entre os quais 83 crianças, e mais nove casos, dois dos quais crianças, registrados nas últimas 24 horas.

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