19 Agosto 2025
A reportagem é de Luis Miguel Modino, publicada por Religión Digital, 18-08-2025.
O Papa Leão XIV enviou um telegrama aos bispos da região amazônica, reunidos de 17 a 20 de agosto na sede do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), em Bogotá. Assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, o telegrama é endereçado ao presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama), Cardeal Pedro Barreto, que convoca este encontro, que conta com a presença de mais de 80 bispos.
Após saudar os participantes, a quem concedeu a Bênção Apostólica, bem como aqueles confiados aos seus cuidados pastorais, o Papa expressou sua gratidão pelos "esforços realizados para promover o bem maior da Igreja para os fiéis do amado território amazônico". Ele também enfatizou que "levando em conta o que foi aprendido no Sínodo sobre a escuta e a participação de todas as vocações na Igreja, ele os exorta a buscar, com base na unidade e na colegialidade próprias de um 'corpo episcopal', como ajudar concreta e eficazmente os bispos diocesanos e os vigários apostólicos no cumprimento de sua missão".
Em suas palavras, Leão XIV nos convida a “ter em mente três dimensões interligadas na pastoral daquela região: a missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos os homens, o tratamento justo dos povos que ali vivem e o cuidado da nossa casa comum”. O Papa enfatiza a importância de Jesus Cristo “ser anunciado com clareza e imensa clareza entre os habitantes da Amazônia”, pedindo esforços “para dar-lhes o pão fresco e limpo da Boa Nova e o alimento celeste da Eucaristia, único caminho para ser verdadeiramente o Povo de Deus e o Corpo de Cristo”.
Uma missão impulsionada pela "certeza, confirmada pela história da Igreja, de que onde quer que o nome de Cristo seja pregado, a injustiça diminui proporcionalmente". Algo que o apóstolo Paulo afirma, como lembra o telegrama: "Toda exploração do homem pelo homem desaparece se formos capazes de nos aceitar como irmãos".
Na doutrina da Igreja, Leão XIV enfatiza “o direito e o dever de cuidar da ‘casa’ que Deus Pai nos confiou como administradores solícitos, para que ninguém destrua irresponsavelmente os bens naturais que falam da bondade e da beleza do Criador, nem, muito menos, se submeta a eles como escravo ou adorador da natureza”. Isso porque, como afirma o texto enviado aos bispos da Amazônia, “as coisas nos foram dadas para atingir nosso objetivo de louvar a Deus e obter assim a salvação de nossas almas”, recordando o que dizia Santo Inácio de Loyola nos Exercícios Espirituais.