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Por que Petra Costa fez um ótimo trabalho no documentário “Apocalipse nos Trópicos”? Artigo de André Anéas

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15 Agosto 2025

"A democracia brasileira é imperfeita, sim, mas não aprendemos com a história a necessidade de vigilância constante frente a qualquer arroubo autoritário? Petra cumpriu esse papel com coragem. Algo precisa ser feito para conter o uso da religião evangélica – e não só ela – em projetos político-religiosos que ameaçam o Estado de Direito".

O artigo é de André Anéas.

André Anéas é doutor em Teologia pela PUC-SP. É autor do livro “Teomística: por uma espiritualidade da Vida” (Recriar, 2024) e “Manual do comportamento político dos evangélicos: quem são os políticos-fundamentalistas e os político-protestantes?” (Recriar, 2024), além de organizador de livros e autor de artigos relacionados às temáticas da experiência de Deus, mística, espiritualidade, protestantismo, religião e política. É fundador, professor e diretor do Laboratório de Teologia, Espiritualidade e Mística (LabTEM).

Eis o artigo.

1

Não é porque ela seja perfeita em suas análises. Ela não é teóloga nem cientista da religião. Ainda que tenha consultado nomes da área (vide créditos), tem todo o direito de se expressar sobre o que bem entender, a partir das suas pesquisas e de seu olhar enquanto cineasta. De início, em minha modesta opinião, poderia ter incluído em seu recorte um pouco mais de ênfase nas tradições evangélicas históricas em sua crítica. Presbiterianos como André Mendonça e Milton Ribeiro, bem como batistas, também deveriam ser alvo da crítica — o que evitaria fazer dos pentecostais um bode expiatório (embora, sim, haja responsabilidade deles). Tecnicamente, o recorte poderia ser mais amplo em se tratando de fundamentalismo evangélico. No entanto, trata-se de um documentário e há liberdade artística para o recorte que Petra quiser fazer – e a escolha é absolutamente justificável e razoável (relação entre evangélicos e poder político no Brasil – como bem destacou Raimundo Barreto recentemente). Além disso, como já mencionei, é de uma grande arrogância criticar Petra por não ser uma “especialista”. Concordo com o amigo Wanderley Rosa: parece que parte da crítica vem de uma espécie de “reserva de mercado” – gente que quer o monopólio do microfone para tratar do tema “do momento”.

2

Enfatizar Silas Malafaia (SM) é algo óbvio. Sua projeção midiática, sua influência no bolsonarismo, sua capilaridade no meio evangélico e sua atuação no contexto político polarizado do Brasil o tornam inevitável. Soma-se a isso as entrevistas exclusivas que ela realizou – é impossível aproveitar esse material sem que SM pareça um protagonista em algum grau. É claro que ele não é o único porta-voz, nem o “papa” dos evangélicos. E ela sabe disso. Mas negar sua centralidade no processo histórico do “bolsoevangelicalismo” é ingenuidade. Um dado importante é perceber que ele é poupado de críticas por setores que historicamente tem divergência teológicas contundentes (como os calvinistas presbiterianos) em nome desse projeto político-religioso-ideológico.

3

É óbvio que Petra sabe que o movimento evangélico é profundamente heterogêneo: em suas denominações, teologias, liturgias, eclesiologias, etc. Contudo, é igualmente óbvio que, dentro dessa pluralidade, há uma unidade que prevalece: o fundamentalismo. Dentro dos limites de tempo e da liberdade criativa da diretora, parece claro que ela quis enfatizar esse “DNA” evangélico – que extrapola os pentecostais e poderia, inclusive, ser melhor explorado no caso dos grupos históricos (vide item 1). Sua escolha é pertinente e a análise crítica desse objeto urgente.

4

Os evangélicos são uma peça importantíssima no abalo da nossa democracia nos últimos anos. São os únicos responsáveis? Obviamente não. A realidade é complexa, e a crise das democracias no mundo é multifacetada. Agora, dizer que o fundamentalismo evangélico não tem impacto significativo no Brasil (e nos EUA) é desonestidade ou ignorância. Aconteceria o 8 de janeiro sem os evangélicos apoiando massivamente o bolsonarismo? Duvido. Como pastor e teólogo, vejo com clareza essa relação de causa e efeito. Difícil não perceber isso, a menos que se ignore deliberadamente os fatos. A complexidade, a meu ver, está na análise mais profunda das bases epistêmicas do fundamentalismo evangélico. Ou seja: o buraco é mais embaixo. Como venho apontando em minhas pesquisas nos últimos anos, o “solo” evangelical é muito mais fecundo para as sementes do fascismo do que muitos imaginam. Aqui há problema que já foi denunciado por Rubem Alves em 1979 no seu clássico “Protestantismo e Repressão”: o racionalismo disfarçado de amor piedoso pela “reta doutrina”. Quando esse pensamento religioso absolutizado encontra eco em um projeto político-ideológico, como é o caso, a potência de sentido para a massa religiosa pode ser perversamente explorada pela classe política. Incorpore a isso o uso dos algoritmos das mídias sociais, sempre sedentos por ódio em nome do lucro das big techs, é a tempestade perfeita.

5

Petra não está disputando o significado do termo “evangélico”. Entendo que haja uma disputa política nesse campo, justa e compreensível. Porém, tecnicamente, em termos teológicos, está cada vez mais difícil afirmar que ser evangélico é ser como Henrique Vieira, Marina Silva, entre outros nomes. Na verdade – sejamos sinceros – do ponto de vista evangélico-fundamentalista, há muita dificuldade em considerar esses nomes “evangélicos” em se tratando do sentido popular do termo no contemporâneo. De todo modo, esse não é um problema que possa ser debitado na conta do documentário e da Petra. É um problema interno ao movimento.

6

Os aspectos benéficos do movimento evangélico para a sociedade não justificam amenizar os riscos que o seu modo de pensar representa para o Estado de Direito. Uma senhora fazendo strudel para os netos na Alemanha dos anos 1930 e que faz saudação nazista quando o partido passa na rua não é menos perigosa do que uma senhorinha que canta hinos da Harpa Cristã enquanto faz arminha com a mão. Quem conhece minimamente o mundo evangélico – quem convive com ele, quem “é” parte dele – sabe: há uma intolerância latente no modo de pensar, que se manifesta em homofobia, racismo, racismo religioso. Em contextos político-sociais oportunos, tudo isso aflora. Sempre esteve lá, mas aparece com mais clareza em tempos de efervescência político-sociais. Somam-se a essa outras posturas político-teológicas altamente problemáticas, como a negação da crise climática — afinal, “tudo vai pegar fogo no fim dos tempos mesmo…”, e um negacionismo do saber científico deliberado (origem do fundamentalismo norte-americano).

7

Não vivíamos nada parecido em termos de desestabilização institucional desde o golpe de 1964. Sim, houve o impeachment da Dilma, a Lava Jato, a Vaza Jato… Mas em 2010, a demonização do PT começou com um vídeo de um pastor batista (milhões de visualizações no YouTube), que poderia ter sido incluído no documentário. Fundamentalismo evangélico: 1+1=2. Negar a participação ativa e decisiva dos evangélicos na chamada “guerra cultural” que tem abalado as estruturas institucionais do país é impossível e desonesto.

8

Vamos defender a democracia ou não? Tenho dificuldade em entender as críticas exacerbadas ao documentário. Do mesmo modo, me espantam a leniência, a ingenuidade e até a desonestidade intelectual de alguns setores da academia diante dos evangélicos. Suspeito que, em parte, isso se deva ao “mercado”: está “hypado” defender os evangélicos. É uma pauta lucrativa, com forte capilaridade. Entendo. Pode ser também ingenuidade, ou afeto com a experiência de ter pertencido ao movimento. Talvez até erro metodológico. Mas, e o compromisso com o Estado Democrático de Direito? Esquecemos o árduo caminho que trilhamos até aqui? A democracia brasileira é imperfeita, sim, mas não aprendemos com a história a necessidade de vigilância constante frente a qualquer arroubo autoritário? Petra cumpriu esse papel com coragem. Algo precisa ser feito para conter o uso da religião evangélica – e não só ela – em projetos político-religiosos que ameaçam o Estado de Direito.

9

Petra também falou da Teologia da Libertação (TdL), o que gerou críticas por idealizar os católicos – afinal, muitos apoiam o bolsonarismo. Sim, ela deu ênfase à TdL. Mas qual tem sido o papel da TdL nas últimas décadas? Teríamos vencido o fascismo nas eleições de 2022 sem a sua influência? Quantos partidos e lideranças não são inspirados direta ou indiretamente por ela? A Igreja Católica, embora tenha sido profundamente influente na política brasileira nos séculos passados – o que não justifica a retórica do “chegou a vez dos evangélicos” –, aprendeu lições importantes. Mesmo alas conservadoras do catolicismo evitaram a armadilha bolsonarista, muitas vezes defendendo a separação entre Igreja e Estado com mais veemência do que os chamados “protestantes”. Qual o papel da TdL nesse amadurecimento? E o Vaticano II? Será que Petra está completamente errada em sua ênfase? Me parece que não.

10

Rubem Alves, João Cezar de Castro Rocha, Jessé Souza, Raimundo Barreto, Wanderley Rosa, entre outros, me parece que compreendem meus pontos. Não estou sozinho. Reitero meus elogios à Petra Costa e, como pastor e teólogo, minha gratidão por sua contribuição contundente àqueles que “têm ouvidos para ouvir” e a sociedade de modo geral, que deve resistir a qualquer nova tentativa de desestabilização institucional e democrática.

Enquanto finalizo este texto (6/8/2025), o Congresso Nacional encontra-se com suas atividades parlamentares bloqueadas pela oposição bolsonarista, a qual protesta contra a prisão do ex-presidente Bolsonaro e pede anistia ampla e irrestrita aos golpistas, impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado. Detalhe: tudo isso foi inflado pelas manifestações do final de semana anterior (3/8/2025). O trio elétrico patrocinado pelo pastor Silas Malafaia, na Avenida Paulista, recebeu diversos líderes da extrema-direita, dentre eles o líder da bancada evangélica, o deputado Sóstenes Cavalcante. Sóstenes é membro da igreja de Silas. Dentro desse contexto de Parlamento obstruído, a Bíblia e a Constituição Federal figuram juntas (5/8/2025). Gostaria, sinceramente, que o documentário da Petra não fosse necessário...

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