Brasil aciona OMC para contestar tarifaço de 50% imposto por Trump ao país

Foto: Ricardo Stuckert/PR

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07 Agosto 2025

O Brasil acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira (6) para contestar as tarifas de 50% impostas pelo governo do presidente norte-americano, Donald Trump, a produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. A medida configura uma nova escalada na tensão entre Brasília e Washington.

A reportagem é publicada por RFI, 06-08-2025.

Esta é a primeira ação tomada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde que o tarifaço entrou em vigor nesta quarta-feira. Em termos concretos, trata-se de um pedido de "consulta" com representantes dos EUA na OMC, um primeiro passo para uma possível mediação.

A justificativa apresentada pelo governo Trump para as altas tarifas é principalmente política: denuncia uma suposta "caça às bruxas" contra o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que está sendo julgado por tentativa de golpe e está em prisão domiciliar desde segunda-feira (4). Além disso, a Casa Branca classifica a política brasileira como uma "ameaça incomum e extraordinária".

O impacto da sobretaxa, no entanto, foi mitigado pela isenção de quase 700 produtos, com a tarifa de 50% englobando apenas cerca de 36% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, segundo o governo brasileiro. Mas produtos como café e carne bovina, dos quais o Brasil é o maior exportador mundial, ainda são afetados.

Negociações e plano de contenção

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que se reunirá em 13 de agosto com seu colega norte-americano, o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

"Queremos negociar, superar esse desentendimento causado pela extrema direita brasileira e normalizar as relações", comentou Haddad.

O ministro brasileiro também indicou que um plano de ajuda aos setores mais afetados seria lançado nesta quarta, beneficiando especialmente "os pequenos produtores, que não têm alternativa a não ser exportar para os Estados Unidos".

Entre as medidas em estudo estão linhas de crédito com recursos do BNDES, ações para a manutenção de empregos e mudanças regulatórias para estimular o consumo interno de produtos antes exportados. O governo federal já decidiu priorizar a compra de produtos da indústria nacional para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS), e avalia fazer o mesmo com alimentos.

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