17 Julho 2025
Gás lacrimogêneo teria sido disparado por forças israelenses em centro de distribuição de ajuda humanitária
A informação é publicada por Brasil de Fato, 16-07-2025.
Pelo menos 21 palestinos que aguardavam comida no ponto de ajuda humanitária Khan Younis, em Gaza, morreram nesta quarta-feira (16). Entre as vítimas, 15 foram mortas por asfixia após o lançamento de gás lacrimogêneo por forças israelenses. As informações são do Ministério da Saúde de Gaza.
Em nota, o Ministério da Saúde de Gaza informou que “pela primeira vez, foram registradas mortes por asfixia e pela intensa debandada de cidadãos nos centros de distribuição de ajuda.”
Name any other country on the face of the earth that gets to launch daily unprovoked assaults on its sovereign neighbours with the clear goal of turning them into failed states; gets away with it each time without a single Western gov condemning this aggression!
— Muhammad Shehada (@muhammadshehad2) July 16, 2025
Insane world! pic.twitter.com/DzjzbKMPWN
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que coordena a distribuição, divulgou outra versão para o caso, destacando que 19 das vítimas foram pisoteadas e uma foi esfaqueada no meio de um caos por busca de comida, situação atribuída pela entidade a “agitadores associados ao Hamas”. A organização opera com apoio dos Estados Unidos e de Israel desde o final de maio e é a única autorizada na região. Desde então, , relatos de mortes próximas a esses centros são quase diários.
O escritório de direitos humanos da ONU apontou que, em seis semanas, cerca de 875 pessoas morreram em pontos próximos a postos de ajuda humanitária, a maioria em áreas geridas pela GHF.
"israel" assassinou ao menos 21 palestinos sufocados com gás lacrimogêneo, fuzilados e pisoteados em "distribuição de comida" em Gaza.
— FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) July 16, 2025
Em um mês, mais de 800 palestinos foram assassinados em "distribuição de comida" gerida por "israel" e EUA para exterminar palestinos famintos pic.twitter.com/cMwQkza3Tw
Em resposta à nota da Fundação que contesta a afirmação sobre gás lacrimogêneo, o Ministério rechaçou a tese e acusou o exército israelense e os Estados Unidos de “massacres deliberados contra uma população faminta de forma sistemática.”
O método de distribuição de ajuda coordenado pela GHF foi criticada por organizações internacionais humanitárias, que afirmam que o modelo adotado viola normas básicas de atendimento e expõe a população a riscos. A Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a classificar os locais de distribuição como “armadilhas mortais”, diante dos episódios recorrentes de violência nos arredores desses pontos.
“O que estamos vendo é um massacre. Enquanto a atenção do mundo está voltada para outro lugar, as pessoas estão morrendo em Gaza simplesmente tentando conseguir comida. Tentar sobreviver se tornou uma sentença de morte”, disse o chefe do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Jonathan Whittall, em junho deste ano.