Quem mora em nós? Breve reflexão para cristãos ou não. Comentário de Chico Alencar

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26 Mai 2025

"O Espírito é Santo e ofertado a todos nós, viventes, independente da nossa religião. É inspiração, iluminação, acolhida das graças da existência. Os dons do Espírito - que estão na flor do caminho, no bom dia do semelhante, na gota da chuva ou no raio de sol - são acessíveis a crentes e não crentes", escreve Chico Alencar, deputado federal - PSOL-RJ, ao comentar o Evangelho de João, 14, 23-29.

Segundo ele, "saber enxergar além do que se vê, como que com as lentes de um Sebastião Salgado (1944-2025), que vislumbrava a luminosidade e as cores em meio ao cinza, a partir do preto & branco".  

Eis o comentário.

A mística cristã, humaníssima, nos desafia: quem nos habita? O que nos dá sentido e direção? 

No evangelho de João (14, 23-29), escrito 60 anos após a passagem de Jesus, está o "passo a passo": guardar sua Palavra (justiça e coerência), fazer memória, deixar-se invadir por Deus, que é amor. Ter ENTUSIASMO: "Deus dentro da gente".

Esse Espírito é Santo e ofertado a todos nós, viventes, independente da nossa religião. É inspiração, iluminação, acolhida das graças da existência. Os dons do Espírito - que estão na flor do caminho, no bom dia do semelhante, na gota da chuva ou no raio de sol - são acessíveis a crentes e não crentes.

Chegam no amor, mas também na dor. "Se eu quiser falar com Deus (...) tenho que me ver tristonho/ tenho que me achar medonho/ e apesar de mal tamanho/ alegrar meu coração" - obrigado, Gil, por essa canção que rezo volta e meia, por essa prece que canto quando titubeio... 

O que se exige é algo que a sociedade capitalista de consumo abafa: sensibilidade, captura da arte, "transver o mundo" (Manuel de Barros). Silenciar para ouvir. Sentir a beleza da Criação em estado de oração. 

Saber enxergar além do que se vê, como que com as lentes de um Sebastião Salgado (1944-2025), que vislumbrava a luminosidade e as cores em meio ao cinza, a partir do preto & branco.  

E Jesus, conta João, diz que isso nos transcende e fortalece. O Santo Espírito, a "Ruah" divina, nos livra das mesquinharias e dos maus humores e azedumes cotidianos. Cultivar a espiritualidade é também ser espirituoso, de bem a vida. 

O Espírito é nosso Advogado, Defensor, Guardião! Quem dispensa? 

Quem fica no raso morre em vida, afogado na mediocridade do imediato, algemado pelas coisas, preso nos grilhões da aparência.

Vinde, Espírito Santo da Paz, que Ele nos deu e deixou! Não essa  "paz armada" do mundo, cheia de trincheiras do poder econômico e da falsidade, mas a paz profunda, que sabe que cada criatura é centelha divina e que somos "fratelli tutti". Nessa serenidade, que nada nos perturbe!

"Ensinai-nos a reconhecer que estamos profundamente unidos a todas as criaturas, no nosso caminho para vossa luz infinita" (Papa Francisco na Laudato Si'  - 10 anos). 

Queiramos grandezas, abramo-nos à Luz!

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