O governo Trump diz que pagará US$ 1.000 a migrantes indocumentados que se "autodeportarem" dos EUA

Foto: Daniel Torok | White House

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06 Mai 2025

A promoção de "autodeportações" é o inverso da campanha de medo que a Casa Branca está liderando contra a comunidade migrante.

A reportagem é de Antónia Crespí Ferrer, publicada por El Diario, 05-05-2025.

O governo Trump diz que pagará US$ 1.000 a migrantes indocumentados que retornarem voluntariamente aos seus países de origem como parte de sua repressão às deportações em massa.

O anúncio foi feito pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) em um comunicado na segunda-feira, observando que o recurso estará disponível para pessoas em situação administrativa irregular nos EUA que usam um aplicativo chamado CBP Home para "autodeportação", enquanto as autoridades também reduzirão a prioridade de sua detenção e expulsão.

Originalmente, o CBP Home era o aplicativo criado pelo governo do ex-presidente Joe Biden para que migrantes solicitassem um agendamento para processar seus pedidos de asilo sem entrar nos Estados Unidos e se chamava CBP One. Pouco depois de assumir o cargo, Donald Trump mudou o nome para CBP Home.

A promoção da "autodeportação" é o outro lado da campanha de medo que o governo está travando contra os migrantes, combinada com outras ações, como a que tem como alvo mais de 200 venezuelanos enviados para a prisão em El Salvador.

“Se você está aqui ilegalmente, a autodeportação é a maneira mais segura, eficaz e econômica de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão. O DHS agora oferece aos imigrantes ilegais assistência financeira para viagens e um subsídio para retornar ao seu país de origem por meio do aplicativo CBP Home”, disse a Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem. Na declaração, o DHS defende a autodeportação como "uma maneira digna de deixar os Estados Unidos" e argumenta que "estima-se que o uso do aplicativo CBP Home reduza os custos de deportação em aproximadamente 70 por cento".

Entre os muitos esforços de comunicação da Casa Branca, destacam-se campanhas e anúncios que promovem a "autodeportação" como a melhor alternativa para acabar nas mãos do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) e de um sistema de imigração cujas práticas estão cada vez mais sob escrutínio. O processo pelo qual os migrantes venezuelanos foram deportados em 15 de março é um exemplo disso, já que a Lei de Inimigos de Estrangeiros de 1798 foi aplicada a eles, e eles tiveram acesso negado à proteção legal.

Em abril passado, o presidente dos EUA argumentou em uma entrevista à Fox que planejava promover a "autodeportação" para pessoas ilegalmente nos Estados Unidos sem antecedentes criminais, enquanto nos primeiros meses ele se concentraria em expulsar "assassinos" do país.

O anúncio do pagamento ocorre poucas horas depois de Trump anunciar no domingo que havia ordenado a reabertura e expansão da prisão de Alcatraz. O presidente explicou que a prisão, localizada em uma ilha de difícil acesso e fechada há mais de 60 anos, serviria para abrigar "indivíduos mais violentos dos Estados Unidos". No entanto, ele também vinculou a reabertura de Alcatraz às dificuldades que seu governo está enfrentando para deportar migrantes rapidamente e não descartou usá-la para prender imigrantes indocumentados no local.

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