05 Abril 2025
O pensador alemão Ernst Bloch (1885–1977) ensinou que "o verdadeiro gênesis não está no passado, mas no futuro". Um futuro que precisa ser reimaginado em horizontes mais amplos do que parece capaz de pensar parte das forças progressistas. Isto tanto no âmbito eclesial quanto no político. As respostas de sempre se revelam gastas e inúteis para as atuais crises.
O artigo é de Gabriel dos Anjos Vilardi, jesuíta, bacharel em Direito pela PUC-SP e bacharel em Filosofia pela FAJE. É mestrando no PPG em Direito da Unisinos e integra a equipe do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.
"Creio na Justiça e na Esperança,/ na utopia e na profecia,/ naquela santa ira dos oprimidos/ e naquela ternura subversiva/ que faz da própria morte/ um canto de vida", professou um dos Padres da Igreja Latino-Americana, Pedro Casaldáliga. Tal confissão de fé parece um respiro em meio a uma sucessão vertiginosa de fatos angustiantes e desoladores que atormentam aqueles e aquelas que acreditam nos direitos humanos e na autodeterminação dos povos, na justiça socioambiental e na convivência pacífica entre as nações.
Em meio à crise ecológica, os eventos climáticos recrudescem na mesma medida do negacionismo e da inação multilateral. Fundados no neofascismo e no populismo autoritário, os líderes políticos extremistas ascendem e ganham cada vez mais poder, aprofundando a crise das democracias. O mundo segue imerso no aumento da violenta intolerância e dos assustadores discursos de ódio, com a implosão do diálogo intercultural, inter-religioso e ecumênico. Há uma mistura perigosa de conservadorismo religioso, extremismo político e necrocapitalismo neoliberal, em relações perversas de apoio mútuo e retroalimentação.
“Ao ‘ser’ do sistema dominante se antepõe contrafaticamente um ‘não-ser-ainda’: o ser adveniente do pro-jeto utópico como ‘possibilidade’: ‘Ali onde nada mais se possa e nada mais seja possível, a vida terá cessado”[1], assevera Enrique Dussel ao citar Ernst Bloch. A ressurreição da utopia impõe-se como fundamental. Ou seja, é preciso libertar-se da lógica do medo paralisante, que acomoda e descompromete.
Trata-se daquilo que o filósofo coreano Byung-Chul Han aponta como a imprescindível ruptura com a sociedade da sobrevivência:
“Entre pura resolução de problemas e gerenciamento de crises, a vida definha: torna-se sobrevivência. A ofegante sociedade da sobrevivência assemelha-se a um doente que tenta de todas as maneiras repelir a morte iminente. No entanto, apenas a esperança nos permite recuperar a vida que é mais que sobrevivência. Ela estende o horizonte do significativo, que revitaliza a vida e lhe dá asas. A esperança nos presenteia com o futuro”.[2]
O grande pensador alemão Ernst Bloch (1885–1977) ensinou que "o verdadeiro gênesis não está no passado, mas no futuro". Um futuro que precisa ser reimaginado em horizontes mais amplos do que parece capaz de pensar parte das forças progressistas. Isto tanto no âmbito eclesial quanto no político. As respostas de sempre se revelam gastas e inúteis para as atuais crises.
Há uma esquerda melancólica que se mostra incapaz de propor novos projetos e alternativas viáveis de outros futuros possíveis. Triste e estranhamente, a extrema-direita capturou o discurso contestatório e libertário, anti-status quo. Mesmo sendo apoiados pela onipresente elite econômica, os políticos ultra reacionários conseguiram obter apoios consideráveis da população com propostas disruptivas e impactantes – como Trump, nos Estados Unidos e Milei, na Argentina.
Por outro lado, as esquerdas historicamente atreladas às pautas anti-establishment apresentam-se com posturas pró-instituições e menos questionadoras da ordem estabelecida. Os partidos progressistas tradicionais foram mais para o centro ou até a centro-direita – entre eles, pode-se citar o PT de Lula e os trabalhistas no Reino Unido. Faltam planos de governo que empolguem e dialoguem com a maioria do povo.
Preocupado com os cenários desoladores, o Papa Francisco resolveu convocar o Jubileu da Esperança, para aprofundar essa dimensão cristã da fé:
“Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expetativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança!”.[3]
Como realmar a esperança em um mundo marcado pelo terror das guerras na Ucrânia e em Gaza, enquanto milhares de inocentes tombam pela força das armas em razão da crueldade dos grandes? Diante das matanças incessantes e da violência impiedosa que afeta países inteiros como o Sudão do Sul, o Congo, o Haiti, o Iêmen, é possível ainda acreditar no poder da política, na governança multilateral e nas organizações internacionais?
Há espaço para a esperança quando milhões de migrantes e refugiados são inescrupulosamente revitimizados com uma insana política de criminalização e deportação em massa? Ou ainda, quando universidades, estudantes e professores são perseguidos, presos e ameaçados por expressarem livremente suas ideias e concepções político-filosóficas, onde fica a esperança?
Para o filósofo alemão era preciso cultivar os sonhos de libertação e apostar no potencial de transformação da utopia. Nesta esteira escreveu Bloch:
“[...] a função utópica enquanto atividade conceitual do afeto da espera, o pressentimento da esperança, acha-se em aliança com todas as auroras no mundo. A função utópica compreende o explosivo porque ela mesma o é de modo muito concentrado: sua ratio é a potenciação de um otimismo militante. Item: o conteúdo-do-ato (Akt-Inhalt) da esperança é, função utópica positiva; o conteúdo histórico da esperança, conhecido em representações, investigado enciclopedicamente em juízos reais (Realurteilen), é a cultura humana referida a seu horizonte utópico concreto. Neste conhecimento labora como efeito da espera na ratio, como ratio no afeto da espera, o complexo da Docta spes”.[4]
Não se trata aqui de uma esperança passiva, que adormece a consciência crítica ou a coloca em uma posição cômoda. A Docta Spes compreende a esperança instruída, consciente, reflexiva. Muito além de um otimismo ingênuo ou cego, a verdadeira esperança exige engajamento e ação política efetiva para transformar a realidade. Há, assim, a articulação entre o desejo utópico e a análise concreta das possibilidades reais.
Este pensamento vai atravessar oceanos e deixar marcas na então nascente e pujante Teologia da Libertação. “Na América Latina, o evangelho da liberdade estava de tal modo desconhecido, que a teologia da libertação provocou um escândalo em todo o mundo católico conservador”[5], anotou José Comblin. Isto porque denunciou a plenos pulmões o pecado da profunda e enraizada desigualdade social, como ainda o faz quase solitariamente nos tempos atuais o Papa Francisco ao falar dos empobrecidos:
“Sofrem a exclusão e a indiferença de muitos. É escandaloso que, num mundo dotado de enormes recursos destinados em grande parte para armas, os pobres sejam «a maioria (…), milhares de milhões de pessoas. Hoje são mencionados nos debates políticos e econômicos internacionais, mas com frequência parece que os seus problemas se coloquem como um apêndice, como uma questão que se acrescenta quase por obrigação ou perifericamente, quando não são considerados meros danos colaterais. Com efeito, na hora da implementação concreta, permanecem frequentemente no último lugar». Não esqueçamos: os pobres são quase sempre vítimas, não os culpados”.[6]
O que fazer se as forças progressistas que estão no governo preocupam-se permanentemente em agradar o mercado e seus operadores histéricos? Em nome da pseudo-conciliação com os senhores do agro e seus representantes no Parlamento, a intocável concentração fundiária relega milhões de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem-terra à miséria das periferias urbanas ou dos acampamentos de beira de estrada. A tão almejada reforma agrária mais uma vez vai sendo adiada para um futuro que já passou.
Segundo o levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG), publicado no início de 2025, existem 327.925 pessoas vivendo nas ruas brasileiras. Entretanto, a aporofobia e a perseguição aos marginalizados segue cada vez mais intensa. Políticos e instituições privadas pressionam pela higienização dos espaços urbanos, reforçando o absurdo mito da meritocracia. Ademais, este contingente de pessoas vivendo em condições indignas é a prova viva de que a ideologia capitalista fracassou. E isto é intolerável para o sistema!
No mesmo sentido, os Povos Indígenas continuam sendo terrivelmente perseguidos pela ordem político-econômica, com amplos tentáculos pelos três Poderes da República. Os povos do Bem Viver são a contestação frontal a este sistema (im)produtivo que arrasa os ecossistemas e esgota a Natureza. Depois do desgoverno anterior declaradamente inimigo da causa indígena, as comunidades originárias agora enfrentam ataques coordenados do Congresso e do Judiciário, tendo o ogronegócio encontrado um aliado poderoso no Ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal. E nessa esteira, as demarcações de terras indígenas seguem eternamente paralisadas.
Como podem esperançar os Avá-Guarani no Paraná, que depois de décadas lutando pela reparação após a expulsão de suas terras ancestrais inundadas por Itaipu (135.000 hectares) vão receber apena 3.000 hectares como indenização? Como manter viva a chama da esperança quando o Padre Júlio Lancellotti de mais de 70 anos – que há anos se dedica ao apostolado junto às pessoas em situação de rua – continua sendo covardemente atacado e difamado por políticos e milícias digitais?
De acordo com a excelente síntese de Dussel, Bloch defende a insurgência contra as situações de opressão e os projetos de morte:
“[...] o imperativo ético material-universal, exigência irrenunciável, se enuncia assim: ‘Deves viver!’ Bloch analisa a estrutura pulsional, afetiva (própria das éticas materiais ou de ‘conteúdo’), e a articula à racionalidade que se ocupa com o ‘futuro possível’ que, negativamente, parte das carências materiais, mas, positivamente, parte da alternativa afirmativa, criada para superar o presente insuportável”.[7]
É crível pensar em um futuro alternativo para o cristianismo se uma robusta maioria silenciosa do clero e do episcopado rema na direção contrária daquela inspirada pelo Papa Francisco? Depois de documentos pontifícios especialmente poderosos como Evangelii Gaudium, Amoris Laetitia, Laudato Si, Querida Amazônia e Fratelli Tutti, o que efetivamente mudou no modo de ser Igreja das dioceses e paróquias mundo afora? Ou persistem os párocos e os movimentos eclesiais nos seus caminhos autorreferenciais, mais preocupados com as multidões, os balanços financeiros e os rituais bem coreografados?
Apesar da interessante iniciativa do papa de convocar o Ano Santo da Esperança, em muitas Igreja locais as inquietantes provocações e propostas de Francisco foram capturadas por uma agenda circunscrita a e encharcada de práticas piedosas e devocionais. Evidentemente as peregrinações até as basílicas e catedrais, com suas indulgências e portas santas possuem seu lugar na tradição cristã. Todavia, não se pode ignorar que a Bula Spes non confundit também fala do acolhimento dos migrantes e refugiados, do perdão das dívidas dos países pobres e da libertação dos encarcerados. Contudo, isso foi deliberadamente boicotado.
O autor de O Princípio Esperança (1954-1959) fala sobre uma fome que impulsiona a uma explosão, um rebelar-se contra as prisões da ordem estabelecida:
“Não se pode evitar a fome (Hunger), pois ela se renova sem cessar. Mas se cresce sem cessar, sem o pão que a aplaque, torna-se algo diferente. O eu-corpo (Körper-Ich) se rebela e não procura alimento pelos velhos caminhos. Procura transformar a situação que produziu o estômago vazio e a cabeça humilhada. O não (Nein) diante do mal existente, o sim (Ja) à situação melhor imaginada, torna-se para o que padece interesse revolucionário (revolutionäre Interesse). Esse interesse começa com a fome, e a fome, como algo sabido (belehter), torna-se uma força explosiva contra a prisão da miséria. Ou, o que dá no mesmo, o eu não só procura conservar-se, mas torna-se explosivo, e a própria conservação se apresenta como autodesenvolvimento (Selbsterwiterung)”.[8]
Quais desequilíbrios perpassam as instituições e as comunidades eclesiais impedindo seu autodesenvolvimento? O clericalismo, a misoginia, o apego a um passado idílico, o autocentramento arrogante, o medo da alteridade e da diversidade, a cristalização de estruturas impermeáveis aos novos sinais dos tempos, o risco da perpetuação de uma gerontocracia fechada à pluralidade da juventude, a asfixiante reprodução de uma pastoral de manutenção...
“Se admitirmos que o ser humano enquanto masculino e feminino é verdadeiramente semelhante a Deus, então somos induzidos, pela lógica da própria afirmação, a admitir que Deus mesmo é prototipicamente masculino e feminino”[9]. Por isso, “ao descobrirmos o feminino em Deus e ao invoca-lo como Mãe, não estaríamos vinculados a dados sexuais, mas a qualidades femininas e maternas que se realizam absolutamente em Deus”[10]. Nesse sentido, a despeito do texto ter sido escrito há mais de 45 anos antes dos avanços dos estudos de gênero, inegável concluir com Leonardo Boff que o feminino também é caminho do ser humano para Deus e de Deus para o ser humano.
“Deus é Pai e, ainda mais, Mãe”, já lembrava o Papa João Paulo I. Mas ainda continua se insistindo em imagens de Deus exclusivamente patriarcais, violentas e totalitárias, tais como o Senhor dos Exércitos e o Senhor do Universo. Essas linguagens simbólicas possuem impactos. Como pontua Ivone Gebara, “as consequências emocionais e psicossociais da super valorização do divino masculino provocaram mecanismos de dominação e de submissão, sobretudo para as mulheres, cujos efeitos continuam até os nossos dias”[11]. Consegue-se imaginar outras linguagens, outras imagens, outros modelos?
Diante desses cenários catastróficos, capitular não é uma opção. Se famílias palestinas, lideranças indígenas e mulheres da Igreja persistem no seu caminhar pela libertação, como se pode desesperançar e ceder ao desespero? Perscrutando as auroras do mundo deve-se adotar um otimismo militante que trabalha diuturnamente pela utopia concreta de um mundo mais justo, fraterno e igualitário.
O papa lembra que “precisamos de transbordar de esperança (cf. Rm 15, 13) para testemunhar de modo credível e atraente a fé e o amor que trazemos no coração”[12]. E movido por esta fé, é imperioso avançar para as águas mais profundas, adotando posições corajosas e ousadas na transformação de estruturas e mentalidades. O Documento Final do Sínodo sobre Sinodalidade conclama a enfrentar com assertividade todo e qualquer tipo de abuso, assumir uma postura de transparência e prestação regular de contas, bem como se abrir para o protagonismo e a liderança das mulheres. A próxima etapa encaminha-se para uma ampla reforma do Código de Direito Canônico.
É preciso também, retomar a compreensão de que “os direitos humanos são concretamente os direitos dos pobres”. Assim, “são falsas as apreensões de uma Igreja que tinha centrado demais em si mesma o compromisso de Deus com todos os homens”. De outro modo, cabe à Igreja voltar-se contra-hegemonicamente para os descartados e últimos, porque “seus direitos se tornaram lei para toda a humanidade”[13]. Neste sentido desenvolve o filósofo alemão:
“Há muitos que esperam do lado de fora (draussen). Ao que nada tem e se conforma com isso, até isso se lhe tira. Mas o impulso para o que falta não cessa nunca. A falta daquilo que se sonha não causa menos e sim mais dor. E isso impede que alguém se acostume com a miséria. Aquilo que causa sempre dor, oprime, debilita deve ser (soll) suprimido”.[14]
E, então, se poderá cantar junto com o bispo-profeta da Igreja profundamente comprometida com as causas sociais: "Amanhece./ E a noite foi longa./ Mas amanhece./ E a noite não venceu./ Amanhece./ E nós estamos vivos". Pedro Casaldáliga viveu momentos difíceis em sua longa caminhada peregrina. Foi perseguido pela ditadura civil-militar, incompreendido por parte da hierarquia eclesial do Brasil e da cúria romana. Todavia, nunca deixou de acreditar na força do Deus dos pequenos que se faz carne na organização e nas lutas sociais dos oprimidos.
Afinal, como disse Bloch, “não é época para se despojar de desejos, e os miseráveis não pensam tampouco nisto, mas sonham que um dia poderão satisfazer seus desejos”[15]. Que não se deixe aprisionar a rebelde esperança em vãos e carcomidos projetos políticos, nem tampouco em ritualismos egoístas e alienantes. Não vão calar as utopias do povo, nem escravizar seu futuro de potencialidades! Viva a teimosa Esperança!
[1] DUSSEL, Enrique. Ética da libertação: na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 462.
[2] HAN, Byung-Chul. O espírito da esperança: contra a sociedade do medo. Petrópolis: Vozes 2024. p. 10.
[3] PAPA FRANCISCO. Op. cit., nº 1.
[4] BLOCH, Ernst. Atheismu im Christentum. Hamburgo: Rowohlt, 1970 apud DUSSEL, Enrique. Ética da libertação: na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 458.
[5] COMBLIN, José. Vocação para a liberdade. São Paulo: Paulus, 1998. p. 317.
[6] PAPA FRANCISCO. Bula Spes non confundit. 9 maio 2024. nº 15. Disponível aqui.
[7] DUSSEL, Enrique. Op. cit., p. 459.
[8] BLOCH, Ernst. Das Prinzip Hoffnung. Frankfurt: Suhrkamp, 1959 apud DUSSEL, Enrique. Op. cit., p. 459.
[9] BOFF, Leonardo. O rosto materno de Deus: ensaio interdisciplinar sobre o feminino e suas formas religiosas. Petrópolis: Vozes, 1979. p. 94.
[10] Ibidem, p. 96.
[11] GEBARA, Ivone. Caminhos para compreender a teologia feminista. São Paulo: Editora Recriar, 2023. p. 81.
[12] PAPA FRANCISCO. Op. cit., nº 18.
[13] ALDUNATE, José (Coord.). Direitos humanos, direitos dos pobres. Tomo III. São Paulo: Vozes, 1991. p. 198-199.
[14] BLOCH, Ernst. Das Prinzip Hoffnung. Frankfurt: Suhrkamp, 1959 apud DUSSEL, Enrique. Op. cit., p. 463.
[15] Ibidem, p. 461.