Durante a ditadura civil-militar brasileira, a Igreja Católica teve atuações distintas e não raras antagônicas em relação aos militares. Contudo, algumas figuras emblemáticas mantiveram uma posição crítica ao regime
A sombra da Guerra Fria no contexto do Norte Global no fim da década de 1950 e começo dos anos 1960 gerou uma série de pânicos morais e políticos, fazendo com que qualquer pessoa que não cumprisse a cartilha dos Estados Unidos fosse vista como comunista em potencial. Esse clima, obscuro e obtuso, trouxe impactos inclusive no âmbito clerical. Na Baixada Santista, uma figura se destacou na defesa dos direitos humanos, Dom David Picão, representando uma guinada em relação a Dom Idílio, que chegou a se reunir com o chefe do serviço de informações do Exército a fim de evitar a articulação das Ligas Camponesas no Vale do Ribeira.
“Outro momento que ilustra bem o conservadorismo da comunidade católica santista foi a realização da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Conforme periódicos da época, em 25-03-1964 a manifestação reuniu aproximadamente 20 mil pessoas nas ruas do centro de Santos”, explica Gines Salas, professor e pesquisador, autor do livro O Bispado de D. Davi Picão na Mira da Ditadura Militar (2024).
“Dom David foi ainda um dos bispos mais vigiados do estado de São Paulo e também um dos mais influentes de sua geração. Foi um enfático defensor da justiça social e dos direitos humanos, principalmente nos primeiros anos de seu bispado e após 1975”, pontua Salas. “Ao chegar em Santos em 1963, já carregava a imagem de bispo vermelho. Quando tomou posse como bispo titular da diocese, o seu discurso em defesa da justiça social e dos direitos humanos passou a repercutir na imprensa, especialmente o proferido na missa do dia 26-01-1968, data do aniversário da cidade. Também ficou marcado por se negar a realizar uma missa em memória de Castelo Branco”, complementa.
Em que pese no começo do regime militar a Igreja tenha tido uma postura mais ambígua, com o avanço das revelações das torturas e a instabilidade econômica que foi enfraquecendo os governos verde-oliva, a própria Igreja foi tomando uma posição política mais progressista e a favor da redemocratização. Esse longo caminho, trilhada por diversos setores, incluindo as Comunidades Eclesiais de Base - CEBs e as pastorais sociais, encontrou hoje uma Igreja mais cindida e com setores conservadores mais articulados clericalmente.
“Hoje, o poder da mídia católica se sobrepõe ao da CNBB. Isso faz com que o neopentecostalismo católico seja a força hegemônica. É a mídia católica quem forma os fiéis e, consequentemente, os jovens que ingressam nos seminários. Todo esse cenário e as décadas de pontificados neoconservadores justificam a simpatia de muitos católicos pelo bolsonarismo e pela extrema-direita”, pondera o entrevistado.
Gines Salas (Foto: Arquivo Pessoal)
Gines Salas é escritor, professor, graduado em História pela Universidade Católica de Santos (2016) e mestre em história pela Universidade Federal de São Paulo (2022).
IHU – A Igreja Católica sempre manteve uma posição ambígua em relação à ditadura brasileira. Os setores mais ligados à JUC, JEC, Pastoral da Terra, entre outros, sempre militaram contra o regime, mas houve bispos favoráveis. Como isso ocorreu na Baixada Santista e quais são as especificidades locais?
Gines Salas – A Baixada Santista foi um palco bastante curioso: foi administrada entre 1943 e 1966 por Dom Idílio José Soares, bispo antimoderno que mantinha relação de proximidade com os militares, sendo substituído por Dom David Picão, então conhecido como bispo vermelho. Enquanto bispo de Santos, Dom Idílio investiu muito na formação, através da criação das faculdades católicas, do primeiro seminário diocesano e do envio de um considerável número de seminaristas para a conclusão dos estudos em Roma, parada obrigatória na formação da elite clerical brasileira. Estas ações dialogavam com a estratégia difundida pelo episcopado nacional, visando fortalecer a influência da Igreja na sociedade, mas também combater o comunismo ateu.
Reprodução da obra de Gines Salas (Foto: Divulgação)
Santos exercia um protagonismo econômico regional, especialmente em função do Porto, e era sede da cúria diocesana. A cidade foi marcada por um forte movimento operário, muitas vezes superestimado, mas que de fato era tradicionalmente expressivo desde as últimas décadas do século XIX.
Essa característica da cidade, somada à atuação de Dom Idílio, contribuiu para a predominância de um modelo de catolicismo radicalmente antagônico aos ideários de esquerda, que contrapunha o movimento operário. Em 1961, o bispo chegou a se reunir com o chefe do serviço de informações do exército com o propósito de traçar um plano para neutralizar uma eventual articulação das Ligas Camponesas na região do Vale do Ribeira.
Outro momento que ilustra bem o conservadorismo da comunidade católica santista foi a realização da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Conforme periódicos da época, em 25-03-1964 a manifestação reuniu aproximadamente 20 mil pessoas nas ruas do centro de Santos.
Tudo isso demonstra que, se o movimento operário na cidade era historicamente forte, a comunidade católica era conservadora e também muito expressiva. A posse de Dom David, que possuía um perfil bastante diferente, mudou sensivelmente esse cenário.
IHU – Quem foi Dom David Picão e qual a importância dele no contexto de resistência à ditadura, especialmente na Baixada Santista?
Gines Salas – Dom David nasceu em Ribeirão Preto, em 1923. Além de ter sido o mais longevo bispo de Santos, ocupando o cargo entre 1966 e 2000, foi ainda um dos bispos mais vigiados do estado de São Paulo e um dos mais influentes da geração. Foi um enfático defensor da justiça social e dos direitos humanos, principalmente nos primeiros anos de seu bispado e após 1975.
Curiosamente, no entanto, seu perfil severo somado ao conservadorismo moral e a sua simpatia pela Renovação Carismática Católica (RCC) a partir da década de 1980 contribuíram para que a sua imagem de bispo perseguido e antipático ao regime se tornasse menos conhecida ao longo dos anos. Foi presidente da Regional Sul 1, bispo referencial do Apostolado do Mar e responsável pelo setor de comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB.
IHU – Quais as circunstâncias históricas, sociais e conjunturais que levaram Dom David à diocese santista?
Gines Salas – Antes de tomar posse como bispo diocesano de Santos, Dom David assumiu em 1960 como bispo de São João da Boa Vista, diocese recém-criada do interior paulista, que era um desmembramento da arquidiocese de Ribeirão Preto. Em uma região dominada por latifundiários, Dom David desenvolveu um trabalho social junto a pequenos agricultores. Em parceria com as irmãs ursulinas, a medida dialogava com as encíclicas publicadas por João XXIII: Mater et Magistra e Pacem in Terris.
No contexto da Guerra Fria e de conturbação política no país, o religioso foi mal interpretado, deixando a diocese de maneira prematura em 1963, quando foi enviado como bispo coadjutor com direito à sucessão para o litoral. A pressão da oligarquia local contribuiu para que o prelado adquirisse fama de bispo vermelho.
Devido a essa fama oriunda do interior de São Paulo, o prontuário com o seu nome contido no acervo do DOPS Santos possui quase 400 páginas de relatórios, informes, memorandos e recortes de jornais, produzidos e coletados entre 1965 e 1983.
IHU – O que foram os padres operários e qual a importância deles no contexto do regime militar?
Gines Salas – A experiência dos padres operários começou na França com a criação da Mission de Paris em 1943, que objetivava recristianizar a classe operária. Tendo entre seus ideólogos os dominicanos Yves Congar e Marie-Dominique Chenu, consistiu na modalidade de sacerdócio que buscava desenvolver uma ação política através do engajamento na produção e da convivência com os trabalhadores. Estava impregnada pelas ideias de compromisso social presentes nas novas correntes teológicas francesas.
Constituída em 1920 pelo padre francês Jean-Emile Anizan, a congregação Filhos da Caridade aderiu décadas mais tarde ao modelo operário de sacerdócio, chegando à Diocese de Santo André em 1961. Após ser empossado como bispo titular, uma das primeiras medidas tomadas por Dom David foi convidar a congregação Filhos da Caridade para trabalhar na Zona Noroeste, de Santos, e no bairro da Vila Margarida, em São Vicente.
Formada por cinco padres franceses e um uruguaio, a congregação na região foi responsável por rearticular a Juventude Operária Católica – JOC. Tal rearticulação ocorreu no período de radicalização do movimento em esfera nacional, quando ela estava bastante associada à Ação Popular. Por tal associação, o movimento passou a ser reprimido com violência pelas forças de segurança, o que justificou a prisão dos padres Bernard Hervy, Henri Beguin e Carlos Tosar na data da promulgação do AI-5, em 13-12-1968. Após a prisão, os religiosos foram mantidos em liberdade vigiada e submetidos a um processo de expulsão do país, sindicância que foi sobrestada por intermédio do cônsul francês.
Segundo depoimento do padre Bernard, a intensidade da vigilância e da falta de liberdade dos religiosos na Baixada Santista fez com que o trabalho da congregação na região fosse desmantelado no decorrer da década de 1970, com a maioria dos padres operários optando por retornar para a Diocese de Santo André. Lá, integraram o movimento grevista do ABC.
Determinados autores apontam a experiência dos padres operários como fonte de inspiração para que as esquerdas desenvolvessem trabalhos de base nas periferias. Na segunda metade da década de 1970, junto da Pastoral Operária, da Ação Católica Operária e de outros movimentos, os padres operários também tiveram mérito em difundir ideias e convencer grupos que os movimentos sindicais não atingiam.
IHU – Como foi a atuação de Dom David durante o período mais sombrio da ditadura, entre 1964 e 1975?
Gines Salas – Dom David foi um bispo simpático ao aggiornamento promovido pelos pontificados de João XXIII e Paulo VI, bem como do novo colorido social que impactou a Igreja brasileira a partir da década de 1950. Entre os bispos, por diversas vezes votou e assinou manifestos junto dos setores mais avançados do episcopado, o que contribuiu para que o religioso fosse associado pela repressão aos setores mais progressistas.
Ao chegar em Santos em 1963, já carregava a imagem de bispo vermelho. Quando tomou posse como bispo titular da diocese, o seu discurso em defesa da justiça social e dos direitos humanos passou a repercutir na imprensa, especialmente o proferido na missa do dia 26-01-1968, data do aniversário da cidade. Também ficou marcado por se negar a realizar uma missa em memória de Castelo Branco.
Em 1968, chegou a redigir um manifesto público em defesa de um professor universitário que supostamente teria sido preso por sua atuação política. Ainda naquele ano, o bispo aderiu ao movimento Ação, Justiça e Paz, liderado por Dom Hélder Câmara, bispo brasileiro mais hostilizado pelo regime naquele período.
Com a promulgação do AI-5 e devido aos acontecimentos subsequentes, o religioso adotou uma postura mais cautelosa, buscando diminuir as hostilidades com os militares – inclusive chegando a elogiar a censura na imprensa. Em linhas gerais, essa postura só mudou na segunda metade da década. Mesmo assim, o religioso não deixou de ser vigiado e de sofrer determinadas represálias no período do recrudescimento do regime.
IHU – Quais foram as principais represálias sofridas e como a diocese lidou com as diferentes pressões?
Gines Salas – A pressão contra o religioso antecedeu sua posse como bispo titular. Antes de assumir, houve protestos na câmara de vereadores, protestos na imprensa, além de uma articulação da diplomacia brasileira, que enviou um memorando ao secretário da Sagrada Congregação Consistorial do Vaticano, manifestando apreensão com a posse do religioso como bispo diocesano.
Dom David foi duas vezes ameaçado de prisão. Na madrugada da promulgação do AI-5, a repressão esteve no Palácio Episcopal com ordem de levá-lo preso ao Batalhão de Caçadores de São Vicente, o que só não ocorreu por intervenção do general Fernando Belfort Bethlem, chefe da praça e católico devoto.
Em 1970, durante a celebração de uma missa em sufrágio dos militares assassinados no Vale do Ribeira pelo grupo guerrilheiro Vanguarda Popular Revolucionária – VPR, celebração solicitada pelo comando do exército, novamente um general fez menção de lhe dar ordem de prisão, sendo demovido por outros participantes. O motivo? Dom David teria falado sobre o perdão cristão incondicional na homília, o que teria irritado a autoridade militar.
Além destes episódios, abundam casos de violação de correspondência, ataques na imprensa e recusa de autoridades em atendê-lo. Na década de 1970, percorreu o boato de que o nome do prelado era o impeditivo para que o Conselho Federal de Educação reconhecesse as faculdades católicas como uma universidade, o que só veio em 1986, quando as faculdades foram unificadas, tornando-se a universidade hoje conhecida como Unisantos. Contudo, não há maiores evidências sobre essa acusação, que chegou a ser difundida até mesmo pela imprensa.
Além disso, o religioso conviveu com a oposição interna de um grupo de clérigos acentuadamente conservadores presente em Santos, sendo um deles bastante íntimo dos órgãos de vigilância: monsenhor Manoel Pestana Filho. O embate com tais religiosos provocou a saída de Pestana da diocese em 1972. Em 1978, ele foi nomeado bispo de Anápolis-GO, tornando-se um dos bispos mais conservadores do país.
IHU – A partir de 1975 e até a redemocratização, mais de uma década mais tarde, as críticas ao regime militar passaram enfraquecer gradualmente os militares. Como isso impactou na atuação de Dom David?
Gines Salas – A postura da Igreja brasileira muda paulatinamente após Dom Aloísio e Dom Ivo Lorscheider assumirem a direção da CNBB na década de 1970. No mesmo período, Dom Paulo Evaristo Arns substitui Dom Agnelo Rossi no posto de arcebispo da cidade mais populosa do hemisfério sul. A nova direção da CNBB, somada à influência de Arns, que se sobressaiu como um teimoso defensor dos direitos humanos, repercutiram no episcopado brasileiro como um todo.
O regime, que na Era Geisel se desgastou não só pelos escândalos de tortura, mas também pelo fracasso econômico, agora ganhava a antipatia da maioria do episcopado, entusiasmado também com o início da efervescência das pastorais sociais e das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs.
Tal conjuntura, bastante expressiva na Arquidiocese de São Paulo, somada ao movimento grevista do ABC, ambos a poucos quilômetros da Baixada Santista, repercutiram na comunidade católica da região e na atuação do próprio bispo.
IHU – Como a defesa dos direitos humanos e da justiça social pautou a atuação de Dom David Picão no período de retomada dos discursos progressistas a partir de 1975?
Gines Salas – Seu discurso volta a ter um viés mais crítico, encorajado por uma postura adotada por parte influente do episcopado. Em um contexto de distensão e de impopularidade do regime, o religioso fala de maneira cada vez mais contundente sobre justiça social, direitos humanos e contra a tortura. Ao assumir o posto de presidente do Regional Sul 1, ele também passa a responder na imprensa em nome da Igreja do estado de São Paulo.
Dom David participa ativamente da Campanha Pró-anistia em 1979 e da campanha pela autonomia política de Santos, que havia sido enquadrada na Lei de Segurança Nacional em 1969. Também se manifesta a favor de greves, como a dos professores, dos metalúrgicos no ABC e da greve histórica dos portuários em 1980.
A postura do religioso tem um nítido refreamento no decorrer da década de 1980, com as eleições municipais de 1982, que contaram com um grande número de candidaturas de agentes pastorais. No mesmo ano, houve a destituição da comissão diocesana da Pastoral da Juventude.
Em suma, o pontificado neoconservador de João Paulo II foi se revelando cada vez mais crítico ao progressismo católico latino-americano, o que contribuiu para a mudança de comportamento de muitos bispos brasileiros.
IHU – Dois eixos que hoje são ainda mais relevantes na presença global da Igreja Católica – Comunidades Eclesiais de Base e a questão ambiental – já estavam na pauta de atuação de dom David. Como avalia sua visão vanguardista sobre tais temas e como seu trabalho é reconhecido por ter tocado em temas tão sensíveis e importantes?
Gines Salas – As CEBs foram articuladas com intensidade conforme as demandas que surgiram, com destaque para a questão socioambiental. A situação na região era grave devido à poluição causada pelo polo industrial de Cubatão.
A cidade vivia um drama de repercussão internacional que era alarmado desde a década de 1960, chegando ao ápice nos anos 1980, quando ficou conhecida como vale da morte. População com problemas respiratórios, uma taxa absurda de natimortos, casos de anencefalia, fuligem e chuva ácida eram rotina na cidade, que, apesar da relevância econômica, era formada por uma maioria de migrantes nordestinos residentes em favelas. Os casos mais trágicos eram o da Vila Parisi, uma comunidade encravada no meio do aglomerado industrial, e o da Vila Socó, favela devastada após uma trágica explosão causada por vazamento de combustível dos dutos da Petrobras em fevereiro de 1984.
Foram os padres Nivaldo Vicente dos Santos e Porfírio de Deus Filho que motivaram os membros da Pastoral Operária e das CEBs a se organizarem contra a catástrofe ambiental. Junto da Igreja Metodista e do Partido dos Trabalhadores, fundaram a Associação das Vítimas da Poluição e das Más Condições de Vida de Cubatão, que se dividia em núcleos, gozando da articulação das CEBs e do prestígio da Igreja. Essa articulação também contou com apoio diocesano. Foi essa associação, em aliança com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC, a responsável por pressionar os governos federal, estadual e municipal, os dirigentes industriais públicos e privados e as matrizes das multinacionais mais poderosas do planeta.
Em 1985, foram encontrados lixões tóxicos da multinacional francesa Rhodia em São Vicente. Novamente, a Igreja se articulou contando com o apoio do padre Porfírio. A questão da Rhodia, ocorrida em um distrito periférico, é pouco lembrada e a participação da Igreja menos ainda. Já a poluição em Cubatão foi um drama muito intenso, indissociável da história da cidade. No entanto, geralmente os livros e as matérias na imprensa fazem parecer que a “vitória” contra a poluição aconteceu por mera bondade de Franco Montoro.
IHU – Como o senhor vê o papel da Igreja Católica no contexto de resistência a ideias e ideais de corte mais autoritário? Qual seu papel na arena pública?
Gines Salas – Hoje, o poder da mídia católica se sobrepõe ao da CNBB. Isso faz com que o neopentecostalismo católico seja a força hegemônica. É a mídia católica quem forma os fiéis e, consequentemente, os jovens que ingressam nos seminários. Todo esse cenário e as décadas de pontificados neoconservadores justificam a simpatia de muitos católicos pelo bolsonarismo e pela extrema-direita.
IHU – Deseja acrescentar algo?
Gines Salas – Todos os exemplares do livro estão comigo. Os interessados na compra podem entrar em contato por e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.