Transgêneros e fé. Percurso cheio de obstáculos para muitos jovens

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10 Dezembro 2024

Francesca me ligou e disse: ‘Mamãe, me ajude. Sou um homem preso em um corpo de mulher’”. Esse é a frase de abertura da investigação “Disforia de gênero. O que significa estar preso em um corpo errado”, publicada pela revista mensal Jesus (San Paolo) em sua edição de dezembro.

A informação é publicada por Avvenire, 08-12-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

A pesquisa, realizada pela jornalista Elena Nieddu, parte de pessoas transgênero e de sua ligação com a fé cristã católica para tentar investigar vários aspectos da disforia de gênero, definida pelo manual de diagnóstico Dsm5 como a condição de desconforto resultante da discrepância entre o gênero vivido/percebido por uma pessoa e aquele atribuído no nascimento. Um desconforto que, de acordo com os especialistas entrevistados, depende da identidade e não da orientação sexual; uma condição que, de acordo com estimativas, afetaria cerca de um milhão de pessoas na Itália, e seu número estaria em crescimento. O que significa a condição de disforia de gênero é relatado pelas próprias pessoas trans ou por seus familiares: uma sensação de profundo sofrimento ligado a algumas partes do corpo, esconder-se por baixo de roupas largas, a rejeição da vida social, desaparecer um pouco mais a cada dia. Esse sofrimento se reflete nas famílias: em uma mãe que vê sua filha apagar-se e que, até o diagnóstico, não entende exatamente o que está acontecendo.

As pessoas entrevistadas contam histórias diferentes. Há garotos e garotas que ainda estão na escola, jovens mulheres e homens inseridos em seu ambiente de trabalho ou estudo e ainda empenhados em um percurso de “ajuste de gênero”.

Há profissionais do sexo vindas do Brasil que foram agredidos e humilhados ao longo de suas vidas, outras que despencaram na pobreza durante a pandemia de Covid-19. Todas e todos, no entanto, em seu infortúnio e dor, falam de um vínculo que nunca foi rompido: o vínculo com Deus. A fé deles é calorosa e vibrante, às vezes não totalmente aceita pelas comunidades paroquiais, o que se reflete em uma esperança sólida, um baluarte seguro quando tudo ao redor parece estar desmoronando. É uma fé que pede para ser expressa, tanto com a participação viva da comunidade quanto com palavras apropriadas, como aquelas do Padre Maurizio Faggioni, endocrinologista e professor de Bioética na Academia Alfonsiana de Roma: “As pessoas que vivem o profundo sofrimento da disforia sentem que o Senhor as ajuda e pedem a Ele que as ajude a entender sua verdade e a realizá-la”.

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