De Gaza, escreve o padre Romanelli: "Não queremos abandonar nossa paróquia"

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11 Novembro 2024

  • Nossas famílias não querem ir embora, não sei o que acontecerá. Por que deveríamos sair? Nenhum de nós está envolvido no conflito. O que fariam nossos cristãos no Sul?

  • Os cristãos não querem sair de suas casas para não acabar amontoados com outros dois milhões de palestinos deslocados que já não têm nada e vivem em tendas de campanha.

A reportagem é de Roberto Cetera, publicada por Vatican News, 08-11-2024.

"Não há descanso, nem de dia nem de noite, do barulho dos helicópteros e das bombas", diz ao Osservatore Romano o padre Gabriele Romanelli, pároco da Igreja da Sagrada Família em Gaza. "Os ruídos vêm da zona noroeste de nosso local, em direção a Jabalia e Shita, onde ainda viviam algumas famílias cristãs. Mas agora houve uma ordem rigorosa de evacuação lá. Até agora, os poucos cristãos que restam se refugiaram nas duas paróquias, a nossa e a ortodoxa".

"A sede da Caritas e nosso centro de formação de Santo Tomás de Aquino, que estão a quatro quilômetros ao norte de nosso recinto, receberam a ordem de evacuar para o sul. Felizmente, ambos os edifícios estão praticamente vazios, pois estão sendo realizados trabalhos de reparação. Quatro quilômetros é uma distância curta – acrescenta – e esperamos que em breve tropas israelenses cheguem perto de nossas casas. Por isso, neste momento, há uma grande tensão em nossa comunidade. Embora ainda não tenhamos recebido nenhuma ordem de evacuação".

No entanto, conclui, "há algumas semanas recebemos uma mensagem das FDI [forças militares israelenses] que define a nossa região como 'zona vermelha' e nos indica dois corredores para ir em direção ao sul. Mas nossas famílias não querem ir embora, não sei o que acontecerá. Por que deveríamos sair? Nenhum de nós está envolvido no conflito. O que fariam nossos cristãos no Sul? Ficam concentrados junto com outros dois milhões de palestinos deslocados que não têm nada e vivem em tendas de campanha. Espero que nossa situação perigosa seja conhecida também no Ocidente. E confio como sempre na capacidade de intervenção de nosso patriarca, o cardeal Pierbattista Pizzaballa".

As próximas horas serão decisivas para compreender a evolução, também na comunidade cristã, da aplicação do chamado "plano dos generais".

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