04 Outubro 2024
A reportagem foi publicada por EFE e reproduzida Religión Digital, 03-10-2024.
O primeiro-ministro interino da Bélgica, Alexander De Croo, anunciou nesta quinta-feira que solicitará uma reunião com o núncio apostólico após as polêmicas declarações do Papa Francisco sobre o aborto durante sua recente visita à Bélgica.
"Minha mensagem será clara. O que aconteceu é inaceitável", disse De Croo durante uma sessão no Parlamento federal belga.
Durante essa visita, no avião de volta ao Vaticano, o Papa se referiu ao aborto com termos que chocaram a Bélgica, onde a interrupção voluntária da gravidez é legal até a 12ª semana de gestação.
Alexander De Croo classificou as declarações do papa sobre o aborto como "inaceitáveis" e convidou o núncio apostólico para uma reunião.
"Um aborto é um homicídio (...). Mata-se um ser humano, e os médicos que fazem isso são, permitam-me a palavra, sicários" e "sobre isso não se pode discutir, pois se assassina uma vida humana", declarou o pontífice.
Em uma visita fora do programa à cripta real, sob a Igreja de Nossa Senhora de Laeken, o papa parou em frente ao túmulo do rei Balduíno, falecido em 1993, e elogiou sua "coragem" por "abandonar seu posto de rei para não assinar uma lei assassina", em referência ao fato de que renunciou ao trono por três dias para não sancionar a lei do aborto em 1990.
A Casa Real belga esclareceu posteriormente em um comunicado que os reis Filipe e Matilde acompanharam o papa "por cortesia", enquanto o Centro de Ação Secular (CAL) classificou as palavras de Francisco como "surpreendentes" e as interpretou como uma "provocação".
O papa também disse que, ao chegar a Roma, iniciaria os trâmites para o processo de beatificação de Balduíno.
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O primeiro-ministro belga, contra as palavras do Papa sobre o aborto: 'O que aconteceu é inaceitável' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU