Califórnia processa ExxonMobil por desinformação sobre reciclagem de plástico

Sede ExxonMobil | Foto: Richard Hurd / Flickr

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25 Setembro 2024

Segundo as autoridades da Califórnia, a empresa engana o público ao argumentar que a reciclagem de plástico pode resolver a crise da poluição desses resíduos.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 25-09-2024.

O procurador-geral do estado norte-americano da Califórnia, Rob Bonta, confirmou na última 2a feira (23/9) a abertura de um processo judicial contra a petroleira ExxonMobil por supostamente se envolver em uma campanha pública de desinformação sobre a reciclagem de plásticos. De acordo com a denúncia, a empresa passou os últimos 50 anos enganando o público ao dizer que a poluição plástica poderia ser resolvida pela reciclagem do material.

A ação judicial sustenta que a ExxonMobil atuou direta e indiretamente na promoção desse argumento junto a formadores de opinião pública e políticos como uma forma de interditar qualquer debate sobre a redução do consumo de plástico. A empresa é a maior produtora de polímeros, utilizados na produção de plástico de uso único, que se tornam resíduos plásticos na Califórnia.

A reclamação cita evidências que datam da década de 1970, nas quais executivos e representantes da empresa reconhecem que a reciclagem não era uma solução para lidar com todos os resíduos plásticos, apesar de continuarem a financiar campanhas publicitárias promovendo a reciclabilidade de seus produtos.

“Por décadas, a ExxonMobil vem enganando o público para nos convencer de que a reciclagem de plástico poderia resolver a crise dos resíduos plásticos e da poluição, quando eles claramente sabiam que isso não era possível. A ExxonMobil mentiu para aumentar seus lucros recordes às custas do nosso planeta e possivelmente colocando em risco a nossa saúde”, afirmou Bonta.

A ação se soma a outras iniciativas de governos estaduais nos EUA que miram o impacto do Big Oil e da indústria em geral na poluição plástica. No início do ano, a procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, processou a PepsiCo, exigindo que a empresa de alimentos e bebidas reduzisse sua poluição por resíduos plásticos e pagasse pelos danos causados ao meio ambiente e à saúde pública.

Em tempo

Uma análise da Oil Change International e da Zero Carbon Analytics aponta um crescimento significativo no número de processos judiciais climáticos contra petroleiras desde o Acordo de Paris, em 2015. Naquele ano, apenas cinco novos processos começaram a ser movidos contra essas empresas. Em 2023, 14 novos casos foram abertos, número quase três vezes maior do que o registrado em 2015. A análise, que abrange processos de 1998 a julho de 2024, contabilizou 86 casos envolvendo diversas petroleiras, como ExxonMobil, Shell, BP, Chevron e Total. Ao menos 40 desses processos ainda estão em andamento, relata o Observatório do Clima.

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