Instituições católicas unidas no desinvestimento em combustíveis fósseis

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13 Setembro 2018

As instituições católicas do mundo todo estão firmando novos compromissos para deixar de investir em combustíveis fósseis.

Um grupo de 19 instituições, liderado pelo Caritas India e a Conferência dos Bispos Católicos da Irlanda, anunciou o corte de investimentos hoje. A lista completa de instituições que vão cortar investimentos está disponível aqui.

A informação é publicada por Independent Catholic New ICAN, 11-09-2018. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

O corte de investimentos da Caritas India é especialmente significativo no contexto das inundações de Kerala, geradas por um período de monções especialmente fortes. A mudança climática deve alterar os padrões da chuva em grande parte da Índia.

O bispo Lumen Monteiro, diretor da Caritas India, declarou que “a mudança climática teve um impacto negativo na vida e na subsistência de comunidades na Índia, principalmente entre os pobres e marginalizados. A frequência dos eventos climáticos extremos aumentou na última década, e o mais recente em Kerala tirou a vida de mais de 400 pessoas e desalojou mais de um milhão. Levará muito tempo para se recuperarem dessa tragédia. A missão da Caritas Índia é levar o amor e a compaixão do Evangelho às pessoas necessitadas, e para isso precisamos nos distanciar dos combustíveis fósseis, que nos causam tanto sofrimento”.

As instituições da Índia que vão cortar investimentos estão se unindo a outras no Paquistão e no Bangladesh, refletindo a unidade do subcontinente pela urgência de abordar a crise do clima. Instituições no Quênia e em Fiji, que estão na linha de frente a crise no sul global, também anunciaram cortes nos investimentos hoje.

A Conferência dos Bispos Católicos da Irlanda, que anunciou sua decisão no dia 24 de agosto, está prestando solidariedade ao compromisso conjunto dos grupos católicos do mundo todo. A da Irlanda é a segunda conferência no mundo a cortar investimentos publicamente, seguindo a Conferência dos Bispos Católicos da Bélgica.

Durante o anúncio, o bispo de Cloyne William Crean, diretor da agência católica de assistência humanitária Trócaire, disse que “para evitar mais mudanças climáticas e proteger nossa casa comum, é preciso uma mudança drástica de direção, como sugeriu o Papa Francisco em Laudato Si. Em particular, é preciso uma mudança drástica nas nossas políticas de energia e investimento, afastando-se de combustíveis fósseis altamente poluentes e movendo-se em direção a fontes de energia limpa e renovável.”

Os bancos católicos na Alemanha e na Áustria, duas arquidioceses italianas e instituições na Bélgica, no Canadá e nos Estados Unidos também representam o norte global.

Alguns grupos católicos estão anunciando cortes em investimentos em combustíveis fósseis no Global Climate Action Summit, um encontro internacional de atores não governamentais comprometidos com uma solução para a crise do clima. Mais de 900 instituições representando um total de mais de US$ 6 trilhões em ativos serão incluídas no anúncio.

As instituições católicas estão ganhando cada vez mais visibilidade nos movimentos mundiais de corte de investimentos em combustíveis fósseis, e as organizações religiosas representam mais de 25% dos compromissos registrados. Até agora, um total de 122 instituições católicas anunciaram compromissos para se distanciar dos combustíveis fósseis.

A comunidade católica, cada vez mais, considera a proteção ao meio ambiente um elemento essencial da fé. O anúncio veio durante a Temporada da Criação, uma celebração de um mês envolvendo oração e ações pelo meio ambiente compartilhada por cristãos do mundo todo. A primeira declaração conjunta de apoio à temporada inclui o cardeal do Vaticano Peter Turkson, o arcebispo de Canterbury, o Patriarca Ecumênico Bartholomew, entre outros. Centenas de apoiadores de base estão respondendo aos chamados à ação dos líderes e organizando evento na comunidade local.

Tomás Insua, diretor executivo do Movimento Católico Global pelo Clima, disse: “durante décadas, a Igreja nos chamou a agir a respeito da mudança climática. Agora, quando o nível do mar está subindo e as tempestades estão cada vez piores, os nossos irmãos e irmãs mais vulneráveis estão pedindo com urgência para que tomemos as decisões corajosas que vão protegê-los. As instituições que estão cortando investimentos em combustíveis fósseis hoje estão fazendo a sua parte para reduzir as emissões, e aplaudimos sua visão e sua liderança.”

O Movimento Católico Global pelo Clima é uma organização internacional de que fazem parte mais de 650 organizações e milhares de católicos, respondendo ao pedido do Papa Francisco de proteger nossa casa comum. Para mais informações, acesse aqui.

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