A declaração de Istiqlal: “A religião é muitas vezes instrumentalizada pela violência”

Foto: Vatican News

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

05 Setembro 2024

  • “É especialmente preocupante que a religião seja frequentemente explorada neste sentido, causando sofrimento a muitas pessoas, especialmente mulheres, crianças e idosos”.
  • “Os valores religiosos devem ser orientados para a promoção de uma cultura de respeito, dignidade, compaixão, reconciliação e solidariedade fraterna para superar tanto a desumanização como a destruição ambiental”

A informação é publicada por Religión Digital, 05-09-2024.

O Papa Francisco e o grande imã da mesquita Istiqlal, Nasaruddin Umar, assinaram esta quinta-feira uma declaração em Jacarta apelando aos representantes das religiões para ajudarem a resolver conflitos e a enfrentarem a destruição ambiental.

A assinatura ocorreu durante o encontro inter-religioso realizado em um espaço externo da mesquita Istiqlal, a maior do sudeste asiático, e no qual participaram líderes das religiões presentes no país como islamismo, protestantismo, catolicismo, hinduísmo, budismo e confucionismo.

Papa Francisco assinando declaração em Jacarta para enfrentarem a destruição ambiental ( Foto: Vatican News).

O nosso mundo enfrenta duas crises graves: “desumanização e alterações climáticas”. Nesta consideração baseia-se a Declaração Conjunta de Istiqlal 2024, documento que o Papa Francisco e o Grande Imã, Professor Nasaruddin Umar, assinaram esta quinta-feira, 5 de setembro, no contexto do Encontro Inter-religioso na Grande Mesquita de Jacarta.

A Declaração observa amargamente que “a religião é muitas vezes instrumentalizada”, causando sofrimento a muitas pessoas num mundo cada vez mais marcado pela violência. Por isso, reitera-se que o papel das religiões deve “incluir a promoção e proteção da dignidade de toda a vida humana” e certamente não o contrário.

Ao mesmo tempo, denunciam-se os abusos contra a criação, “nossa casa comum”, com “consequências destrutivas como as catástrofes naturais” e o aquecimento global que fazem da crise ambiental “um obstáculo à convivência harmoniosa dos povos”.

A resposta das religiões às crises do nosso tempo Portanto, a Declaração indica que respostas as religiões podem dar, através de um compromisso comum, a estas graves crises do nosso tempo. E salientam que o “princípio filosófico indonésio de Pancasila” pode oferecer uma contribuição. O Papa e o Grande Imame exortam-nos a direcionar os valores religiosos “para a promoção de uma cultura de respeito, dignidade, compaixão, reconciliação e solidariedade fraterna para superar tanto a desumanização como a destruição do meio ambiente”. Uma tarefa particular, diz o documento, recai sobre os líderes religiosos que devem colaborar para o bem da humanidade.

O diálogo inter-religioso deve ser cada vez mais valorizado “Dado que existe uma única família humana global – afirma a Declaração Conjunta Istiqlal – o diálogo inter-religioso deve ser reconhecido como uma ferramenta eficaz para resolver conflitos locais, regionais e internacionais, especialmente aqueles causados ​​pelo abuso da religião.” O Documento conclui, portanto, com um convite a todas as pessoas de boa vontade para “preservar a integridade do ecossistema” para transmitir os recursos herdados às gerações futuras.

Leia mais