18 Julho 2024
Para você que está cansado com projetos de leis antiambientais sendo estimulados e aprovados pelo Congresso brasileiro, mas não sabe como agir para combater esses retrocessos, o ClimaInfo traz seis passos para engajar na luta climática. Acredite, não é difícil!
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 16-07-2024.
Este ano temos eleições municipais, o que quer dizer que muitos pré-candidatos estão buscando criar vínculos com seus eleitores e mostrar que estão aí “a serviço do povo”. Aproveite essa oportunidade para cobrar deles que coloquem em prática um plano de adaptação climática.
O Brasil tem, hoje, cerca de 1.942 municípios suscetíveis a desastres associados a deslizamentos de terras, alagamentos, enxurradas e inundações – o que representa quase 35% do total dos municípios brasileiros. Ou seja, não há mais espaço para que vereadores, prefeitos, secretários e outros que compõem o poder municipal fiquem à margem deste debate.
Prevenção, assim como adaptação, é essencial para que tenhamos cidades mais resilientes. Enquanto a adaptação e mitigação olham para a solução do dano causado após o evento climático extremo, a prevenção, como o próprio nome diz, previne. São exemplos: proteção de áreas de encostas de morro e serras, reflorestar bairros com pouco verde, fazer obras de saneamento básico, regulamentação de bairros. Tudo isso deve estar no Plano Diretor da cidade.
Chamamos de “Pacote da Destruição” 25 projetos e três propostas de emenda à Constituição (PECs) que afetam direitos consagrados em temas como licenciamento ambiental – bastião da sociedade contra atividades econômicas potencialmente destrutivas –, grilagem, direitos indígenas, financiamento da política ambiental. Há ainda outros que flexibilizam o Código Florestal, legislações sobre recursos hídricos, mineração, oceano e zonas costeiras, sendo que alguns têm alta probabilidade de avanço imediato.
Todos eles estão em tramitação e precisam ser parados. Por isso, você deve cobrar políticos que receberam seu voto, assim como os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Perfis como o Climainfo, Observatório do Clima, SOS Mata Atlântica, Greenpeace trazem à tona o assunto toda vez que um dos projetos está para ser votado. Fique atento às nossas redes para participar da pressão.
A transição energética justa é possível e ela precisa ser feita com maior rapidez. Já existem soluções para setores-chaves da economia, como o transporte e elétrico, mas muito lobby é feito por empresas que querem atrasar essas mudanças, pensando no seu lucro a curto prazo. É por isso que devemos combater o avanço da exploração de combustíveis fósseis e cobrar mais empenho e investimentos na energia renovável – como é o caso da adoção de energia solar no Minha Casa Minha Vida.
A propaganda de que ainda precisamos dos combustíveis fósseis ou que eles vão financiar a transição energética justa ainda é muito divulgada pelas empresas de petróleo e gás fóssil. Elas usam técnicas de convencimento aprendidas com a indústria do cigarro e, desde a década de 1970, sabem que a atividade petroquímica está aquecendo o planeta.
Diversos alertas foram feitos pela comunidade científica e nenhuma delas ouviu.
As petroleiras, que lucram bilhões por ano, e causam prejuízos de trilhões, precisam ser responsabilizadas.
Existe vida para além do petróleo! Existem também estudos sendo feitos, mensurando a capacidade das energias renováveis de “dar conta do recado” nessa transição energética justa. E, spoiler: elas podem sim dar conta de abastecer o mundo energeticamente, sem poluir como a matriz fóssil.
Acompanhe perfis que falam do assunto, como o ClimaInfo e a Coalizão Energia Limpa, engaje na luta por uma energia mais limpa e barata.
Um mundo mais justo e sustentável é possível. Precisamos unir esforços para agir de maneira eficaz. E cobrar que os verdadeiros responsáveis pela crise climática paguem e ajam.
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Confira 6 passos para se engajar na luta climática - Instituto Humanitas Unisinos - IHU