04 Julho 2024
A reportagem é publicada por Religión Digital, 04-07-2024.
Gabriel Romanelli, pároco da Paróquia da Sagrada Família de Gaza, descreveu ao Papa Francisco os intensos combates no bairro de Shejaiya em uma das últimas videochamadas entre o pontífice e a comunidade. A situação atual no complexo, onde cerca de 500 pessoas se refugiam, obrigou à suspensão das atividades no exterior para evitar o perigo de bombas e ataques.
A vida diária na igreja é difícil e perigosa. “As atividades ao ar livre são restritas e a cozinha é feita com lenha devido à falta de outros recursos”, explicou o prelado em declarações posteriores ao SIR. Além disso, quase todos os hospitais foram danificados, tornando quase impossível receber cuidados médicos adequados. “A segurança é a principal prioridade da comunidade”, sublinhou.
A paróquia recebe apoio do Patriarcado Latino, que distribui água, alimentos e medicamentos, não só aos cristãos, mas também a muitas famílias muçulmanas que ainda permanecem no bairro. No entanto, os abastecimentos são cada vez mais escassos, principalmente vegetais, frutas e gasóleo, vital para o funcionamento do poço de água e dos veículos de emergência.
O pontífice tem sido um grande apoio moral para a comunidade. Ele telefona todas as noites para encorajar, ouvir e rezar com eles, o que tem trazido serenidade e conforto aos fiéis deslocados. Às vezes, quando a conexão o permitiu, puderam estabelecer videochamadas, nas quais o pontífice pôde cumprimentar as crianças e abençoar os jovens.
Romanelli expressa incerteza quanto ao futuro e espera que um acordo ou trégua possa trazer algum alívio. “Atualmente, a única atividade que não foi interrompida nestes meses de guerra é a produção do pão sagrado para a missa diária. Apesar da situação desesperadora, a comunidade permanece unida na oração pela paz”, descreveu Romanelli.
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Romanelli conta ao Papa sobre a difícil situação na paróquia latina de Gaza depois de 270 dias de guerra - Instituto Humanitas Unisinos - IHU