21 Mai 2024
"Evidentemente, o Papa percebeu a necessidade de começar pelas crianças para mudar o mundo", escreve Mimmo Muolo, vaticanista italiano, em artigo publicado por Avvenire, 17-05-2024. A tradução é de Luiza Rabolini.
O Papa “jogador de futebol” para uma mini partida. E Roberto Benigni “showman” com um de seus monólogos livres. Essas são duas das novidades que apareceram ontem na conferência de imprensa de apresentação do Dia Mundial das Crianças, programado para o Estádio Olímpico dia 25 de maio e para a Praça de São Pedro no dia seguinte. São esperadas 70 mil crianças no primeiro caso e mais de 100 mil no segundo dia. Os países representados serão 101, alguns dos quais – Ucrânia, Rússia, Palestina, Israel, Congo e Afeganistão – envolvidos em guerras.
O evento de dois dias, que pretende ser um hino e uma oração pela paz, será aberto no sábado às 15h30 no complexo desportivo romano com um encontro dedicado à celebração, música, desporto e, naturalmente, espiritualidade. O Pontífice que chegará às 16h45 dará o “pontapé inicial” para um jogo de cinco minutos entre crianças e jogadores internacionais capitaneados por Gianluigi Buffon (entre outros, estarão presentes Cafù e Roberto Carlos). Seguem-se testemunhos e reflexões e, claro, as palavras do Papa. O Dia Mundial terminará no domingo, 26 de maio, na Praça de São Pedro, com a Missa presidida pelo Papa, o Regina Caeli e o monólogo de Roberto Benigni.
No Estádio Olímpico, no dia 25 de maio, o evento será conduzido por Carlo Conti. O hino do evento é confiado a Marco Frisina; também se apresentarão o Piccolo Coro do Zecchino d'Oro e os coros da Galassia; Renato Zero, Al Bano, Orietta Berti, Carolina Bencivenga. O “avô da Itália”, Lino Banfi, também participará. Entre as intervenções no Olímpico, destacamos os testemunhos de Catherine Russell, diretora executiva da Unicef, e do diretor Matteo Garrone, acompanhados pelo protagonista de seu último filme ''Io Capitano'', o senegalês Seydou Sarr. Um curta-metragem dos irmãos Manetti também está sendo preparado. O Dia Mundial das Crianças é patrocinado pelo Dicastério para a Cultura e a Educação e coordenado pelo Padre Enzo Fortunato em colaboração com Aldo Cagnoli, a Comunidade de Santo Egídio e a Cooperativa Auxilium.
O cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, que patrocina o evento, está satisfeito com os preparativos. “A nossa intenção era ser uma edição zero, mas a adesão foi além das expectativas”, sublinhou. Por vontade do Papa, o Dia será repetido a cada dois anos, sempre em Roma. “A instituição de um Dia Mundial das Crianças, fortemente apoiada por Francisco - disse o Padre Enzo Fortunato, coordenador do evento - é um evento de âmbito global. Um contracanto de esperança, um sinal aos senhores da guerra.
"Queremos olhar o mundo através dos olhos das crianças que são a esperança dos povos, o seu futuro. A simplicidade do seu coração é um dom de Deus e, para quem sabe acolhê-lo, a possibilidade da paz". Segundo o presidente da Comunidade de Santo Egídio, Marco Impagliazzo, “as crianças pedem paz ao Papa. Vemos isso nas suas mensagens e nas cartas que enviaram nas últimas semanas: “Francisco ajuda o mundo a ter paz” é o seu pedido urgente. Elas veem um mundo em guerra, cheio de violência e ódio, veem os pais que se separam e pedem aos adultos: “Não briguem”. Também virão aqui de países em guerra para dizer que não devemos habituar-nos à violência. Evidentemente, o Papa percebeu a necessidade de começar pelas crianças para mudar o mundo.
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No dia 26 de maio, após o Regina Coeli, monólogo de Benigni. Artigo de Mimmo Muolo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU