• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Uma amizade corsária, Pasolini e padre Turoldo: história de um vínculo indissolúvel. Artigo de Filippo La Porta

Mais Lidos

  • Especialistas internacionais e nacionais – Andrea Grillo, Maria Cristina Furtado, Faustino Teixeira, Ivone Gebara e Alzirinha Souza – apresentam suas primeiras impressões após a eleição de Robert Francis Prevost, o primeiro papa estadunidense da Igreja

    Papa Leão XIV. Desafios e expectativas. Algumas análises

    LER MAIS
  • Prevost, eleito Papa Leão XIV: o cardeal americano cosmopolita e tímido

    LER MAIS
  • O papa Leão XIV, o seu nome, a sua vestimenta e o seu discurso. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    MPVM - 4º domingo de Páscoa – Ano C – A missão de cuidar da vida e cuidar da humanidade

close

FECHAR

Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

16 Mai 2024

"Depois de muitos anos de vazia retórica extremista, sobretudo derramada na ideologia, perdemos a gosto pelo extremismo autêntico, como se revelou em algumas das grandes figuras do nosso passado recente, começando pelo intratável Dom Milani. Turoldo e Pasolini foram dois 'perturbadores de consciências' (assim falou o Cardeal Martini em relação ao primeiro), sem pertença e heréticos, fiéis a um seu ideal primordial de verdade: constantemente desviaram de seus âmbitos doutrinários e disciplinarem, desmontaram clichês e preconceitos, afundaram nas trevas do nosso tempo procurando, porém, uma fresta, nunca renunciando à poesia e ao sentido do sagrado", escreve Filippo La Porta, ensaísta, jornalista e crítico literário italiano, em artigo publicado por l’Unità, 19-04-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

No viés religioso, Pier Paolo Pasolini tinha raiva por não poder ser cristão, por não poder ser católico, quase tinha uma espécie de revolta porque a igreja tinha decaído...”. Assim falou Padre David Maria Turoldo numa entrevista inédita de 1989. Poucos conhecem a amizade que ligou Turoldo e Pasolini – desde o seu primeiro encontro por ocasião do Evangelho segundo Mateus (1964): ambos da região do Friuli, inclinados a idealizá-la como um Éden perdido, imbuída de religiosidade popular ("a terra que o mundo com inveja amava"), capazes de transmitir em cada palavra que proferiram uma vertigem de autenticidade, críticos irredutíveis não da modernidade, mas dessa modernidade italiana, desfigurada e sempre incompleta.

Depois de muitos anos de vazia retórica extremista, sobretudo derramada na ideologia, perdemos a gosto pelo extremismo autêntico, como se revelou em algumas das grandes figuras do nosso passado recente, começando pelo intratável Dom Milani. Turoldo e Pasolini foram dois “perturbadores de consciências” (assim falou o Cardeal Martini em relação ao primeiro), sem pertença e heréticos, fiéis a um seu ideal primordial de verdade: constantemente desviaram de seus âmbitos doutrinários e disciplinarem, desmontaram clichês e preconceitos, afundaram nas trevas do nosso tempo procurando, porém, uma fresta, nunca renunciando à poesia e ao sentido do sagrado.

Onde a poesia não é tanto a atividade “técnica” de fazer versos (suas composições são desiguais, mas todas contêm pelo menos um verso memorável) quanto o exato oposto da lógica utilitarista que, mesmo para além do capitalismo, polui todas as nossas relações: o espaço maravilhoso do gratuito, do não funcional e do inútil. Enquanto o sagrado não diz respeito a algo espiritualista, mas coincide com a própria realidade. Ou melhor, é apenas o outro lado, um pouco na sombra, da realidade cotidiana, o alhures que também se esconde no gesto ou no objeto mais familiar: algo que podem ver não os sábios e os intelectuais, mas apenas os puros de coração. E é o elo de tudo com um tempo cíclico, eterno.

Vamos tentar aproximar a sua obra com um livro repleto de temas e rico de contribuições, agora lançado pelas edições Aldebaran, com escritos de Marco Roncalli, Ermes Ronchi, Elio Ciol, Domenico Clapasson, Liliana Cargnelutti, Raffella Beano, Elisa Roncalli, Due anime friulane [Duas almas friulianas] – que sexta-feira à tarde será apresentado no Município de Casarsa (organizado pelo Centro de Estudos Padre David Maria Turoldo de Coderno di Sedegliano e pelo Centro de Estudos Pier Paolo Pasolini de Casarsa della Delizie, bem como do Ente Regionale Teatrale).

Nas palavras do Pe. Turoldo, o genocídio cultural e a homologação de Pasolini tornam-se as aberrantes “monoculturas americanas” (ele se referia às séries de TV que circulavam na época, Dallas e Dinastia), “todo esse rio de tralhas, de entulho que nos chega do outro lado do Atlântico”.

A sua utopia é aquela de um Friuli um pouco real e um pouco imaginário. Friuli significa para ambos fidelidade a uma terra e aos seus habitantes, à cultura camponesa, às memórias da infância, às histórias dos emigrantes, e sobretudo às suas mães friulianas, que "recolheram a história da sua civilização nas profundezas da terra, no ar perto do Tagliamento, no vigor das pedras..." (Raffaela Beano). Apesar da diversidade de biografias e das origens sociais, pequeno-burguesas e abastadas para Pasolini, muito pobres e desoladas para Turoldo, que morava numa casa feita de pedras de rio.

Pasolini, um não crente encantado e aterrorizado pelo mistério do ser (acreditava que tudo o que existe é “antinatural”), e Pe. Turoldo, que encontrou Deus em sua ausência (Ungaretti fala por ele numa “ausência-presença do eterno") podem encontrar-se no terreno quebradiço do sagrado. Turoldo, hipnotizado pela figura veterotestamentária de Jó vê através dela a “única solução” da sua vida: “o direito ao desespero”. Para Pasolini, que intitulou um poema “Uma vitalidade desesperada”, as pessoas maduras são mais felizes que os jovens porque, finalmente, não são mais obrigadas a ter esperança, não esperam nada do futuro, que em si é irreal. No Evangelho segundo Marcos lemos que “o reino é uma realidade visível apenas em virtude de uma transformação interna”. Portanto o Reino já existe, mas oculto: para conseguir “vê-lo” basta apenas aquela transformação.

Num artigo sobre o filme Os Últimos, de Vito Pandolfi e do próprio Turoldo, de 1963, ambientado no mundo do campesinato do Friuli, Pasolini define o filme como “monótono e cinzento, mas cheio de uma exasperada coerência com sua realidade estilística e, portanto, profundamente poético" (nunca uma cena com o sol, sempre nuvens altas e compactas no inverno, a cidade imóvel em seu "puríssimo branco e preto”, os personagens cinzentos, anônimos, exaustos e doentes). E acrescenta que Pandolfi apresentou “com severidade absoluta” uma obrigação religiosa à renúncia, à pequenez, que se resume no sentimento religioso do Pe. Turoldo: “Se deve haver saudade da minha aldeia e da minha infância, não se deve embelezá-las: pelo contrário, se deve reduzi-las ao extremo."

Em outra ocasião designa Danilo Dolci e Davide Turoldo a uma seção especial, caracterizada por um “misticismo” que é “desespero, pobreza de forças racionais, neurose”.

Em que sentido “neurose”? Talvez no sentido de uma austeridade que se torna obsessão, de um cinzento quase autoimposto, de uma coerência obstinada que, no entanto, no final, se identifica com a poesia e que beira a dimensão do sagrado. Sempre me impressionou o catolicismo do Padre Turoldo: áspero, pouco consolador, macerado.

Tem uma radicalidade mais próxima de certos escritores católicos franceses, como Péguy e Bernanos, e semelhante àquela de Testori. Contudo, só atravessando destemidamente o inverno da esperança, a ausência de Deus, só sentindo que as nossas vidas não têm escapatória”, se pode alcançar uma fé autêntica, tão afiada e inquebrável como o diamante.

Uma fé que coincide não com uma doutrina, mas com uma experiência, mesmo que seja a experiência elementar do despertar diário de cada um de nós, pela manhã: “Mais um amanhecer no mundo / outra luz, um dia / nunca vivido por ninguém” (Turoldo).

No funeral de Pasolini no Friuli, o Padre Turoldo começou a amaldiçoar Roma, a "capital maldita" que para ele resumia a Itália daquele período, com sua gente "amontoada e turva, com a juventude que pensa em dilacerar e matar", onde "nós não somos mais capazes de um mínimo gesto de misericórdia" e onde se desconfia de um homem de religião que não seja "homem de Evangelho". A tudo isso contrapõe o antigo Friuli, onde o padecimento gera canto: “somos um povo que canta, mesmo quando deveria chorar”. Ele exagerava com suas invectivas e o tom profético? Provavelmente sim, mas todos nós precisamos desesperadamente desses exageros.

Leia mais

  • O anjo anuncia a ressurreição. Artigo de Gianfranco Ravasi
  • Jesus na telona, de Scorsese a Pasolini
  • Pier Paolo Pasolini – Um trágico moderno e sua nostalgia do sagrado. Revista IHU-Online, Nº 504.
  • Malick, Scorsese Lars von Trier em debate Revista IHU ON-Line N°. 386
  • Cinema e mística: um caminho possível ao Divino. Entrevista especial com Angelo Atalla
  • Sete filmes sobre Jesus para assistir neste Tempo Pascal. Artigo de James Martin
  • Teologia do cinema
  • Scorsese diz que uma infância religiosa e de filmes continua a inspirá-lo
  • Filme de Scorsese retoma tensão religiosa de livro japonês
  • Scorsese. Uma filmografia atravessada pelo pecado e pela redenção
  • Martin Scorsese: “A redenção está em toda minha obra”
  • Jesus no cinema: história, estéticas e narrativas
  • O Evangelho segundo Pasolini: a obra-prima sagrada. Artigo de Antonio Spadaro
  • O Evangelho segundo Pasolini: uma furiosa onda irracionalista
  • Centenário de Pier Paolo Pasolini. A fidelidade evangélica de um ateu
  • Cinema: Entre a fé e o desejo
  • Pasolini e a nostalgia do sagrado. Entrevista especial com Massimo Pampalo
  • A imagem do pobre nos filmes de Pasolini e Glauber como chave para compreender a ação do capitalismo. Caderno IHU ideias, Nº 310.
  • Vem aí novo filme sobre Jesus
  • Cinema e religião: as sutis alterações causadas na teologia tradicional. Entrevista especial com Luiz Vadico

Notícias relacionadas

  • ''Eu sei que muitos pensam que sou louco, mas o humanismo está no fim''. Entrevista com Pier Paolo Pasolini

    Uma entrevista inédita com o escritor italiano Pier Paolo Pasolini, gravada em Estocolmo, na Suécia, no dia 30 de outubro de 197[...]

    LER MAIS
  • “Teresa de Jesus era uma grande mulher apaixonada, ardentemente enamorada de Deus e possuidora da força que essa relação lhe dava”, diz a pesquisadora

    Teresa de Ávila. A poesia das carícias. Entrevista especial com Luciana Barbosa

    LER MAIS
  • Poesia e mística: o silêncio como origem e destino. Entrevista especial com Mariana Ianelli

    “O tempo interior, de silêncio, paciência e meditação, tem sido cada vez mais preterido pelo imediatismo, que é a noção d[...]

    LER MAIS
  • Um mergulho na escuridão

    Maria Carpi não tem pressa. Apesar de se considerar poeta desde a infância, só lançou o primeiro livro, Nos gerais da dor (199[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados