19 Janeiro 2015
Depois que João Batista foi preso, Jesus voltou para a Galiléia, pregando a Boa Notícia de Deus: «O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia».
Ao passar pela beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e seu irmão André; estavam jogando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse para eles: «Sigam-me, e eu farei vocês se tornarem pescadores de homens».
Eles imediatamente deixaram as redes e seguiram a Jesus.
Caminhando mais um pouco, Jesus viu Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes. Jesus logo os chamou. E eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados e partiram, seguindo Jesus.
(Correspondente ao 3º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico).
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Locutor: Gilberto Faggion
Os cristãos do mundo inteiro se reúnem cada domingo deste ano para ler e partilhar uma passagem do Evangelho de Marcos. É assim como vamos conhecendo melhor as atitudes de Jesus, seus ensinamentos, sua grande sensibilidade pelos excluídos e excluídas que o leva a entregar sua vida em defesa daqueles e daquelas que são oprimidos pela realidade sociocultural e religiosa que os rodeia.
O evangelho deste domingo nos apresenta Jesus como um itinerante. Depois de estar no deserto, Ele volta para Galileia e esta característica marcará a vida de Jesus e seus seguidores/as.
O motivo de estar sempre a caminho é sua paixão por comunicar a Boa Notícia de Deus: “O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo”.
Marcos define assim o conteúdo do ensinamento de Jesus como “Boa Nova” e é preciso estar com ele para viver e descobrir o “Reino de Deus que está próximo”.
Suas palavras causam impacto nos judeus que as escutavam. Não continuava Israel dominado pelos romanos? Não seguiam os camponeses oprimidos? Não continuava o mundo cheio de corrupção e injustiça?
Mas Jesus afirma com convicção que Deus já está aqui, atuando silenciosamente no meio do povo, e assim seu reinado vai se expandindo pelas regiões de Galileia.
Jesus partilha, comunica sua própria experiência de um Deus vivo, presente e atuante, por isso, apesar da dureza da realidade, ousa proclamar sua fé e convidar a crer nesta Boa Notícia.
Os contemporâneos de Jesus, assim como nós agora, poderiam perguntar-se: Como pode dizer que o Reino de Deus já está presente? Onde pode ser visto e experimentado?
Em mais de uma oportunidade, os evangelhos nos mostram que estas perguntas foram feitas a Jesus. E Ele respondeu de forma ainda mais desconcertante para a mentalidade da época.
O Reino de Deus não vem de forma espetacular, nem tem que se escutar os céus buscando sinais especiais e não entra em cálculos nem prognósticos.
É necessário aprender a captar sua presença e ação de outra maneira, porque o Reino de Deus já está entre nós!
As pessoas simples e pobres são os primeiros em acolher a Boa Notícia de um Deus que os ama e não os esqueceu. Ao contrário, sua preocupação é libertar seus/suas filhos/as de tudo quanto os/as desumaniza e os/as faz sofrer.
Por isso os evangelhos narram de diferentes formas a infatigável vida itinerante de Jesus, que, movido pela compaixão, cura os doentes, consola os abatidos, liberta os oprimidos social ou religiosamente, manifestando, assim, a bondade de Deus.
Unido a esta proclamação da chegada do Reino de Deus, Jesus exorta seus ouvintes a converter-se e acreditar na Boa Notícia.
A nova presença de Deus pede uma mudança profunda. Para participar do Reino de Deus é preciso deixar-se transformar pela sua dinâmica de amor que leva a modificar a forma de pensar e agir.
A palavra conversão, metanoein, significa mudar a forma de pensar e agir, ou seja, não viver de acordo com os critérios do “império” reinante, mas assumir um estilo de vida que irradie o reinado de Deus.
O que implica viver relações de cuidado e respeito com todo o criado, exercitar a capacidade de diálogo e crescimento junto com o diferente, promover a justiça e a reconciliação e fazer os pequenos estarem sempre em primeiro lugar.
A chegada do Reino pede uma mudança pessoal e comunitária, o povo tem que tomar outro rumo para alcançar a Vida para todos/as.
E esta tarefa não pode ser exclusiva de uma pessoa. Por isso Jesus, desde o início, rodeia-se de amigos/as e colaboradores/as. Ele sabe que é necessário criar um movimento de homens e mulheres, do próprio povo, que ajudem os outros a tomar consciência da proximidade salvadora de Deus.
A segunda parte do evangelho de hoje nos narra o chamado de Jesus aos seus primeiros amigos: «Sigam-me, e eu farei vocês se tornarem pescadores de homens».
Chama a atenção que o convite é austero. A proposta consiste em segui-lo em sua vida itinerante pelos caminhos de Galileia e Judeia, partilharem sua experiência de Deus, aprenderem a reconhecer Sua ação e acolhê-la e guiados por Ele participarem na tarefa de anunciar a todos a vinda do Reino.
Os primeiros homens e mulheres que acolheram o chamado de Jesus, fazendo-se seus discípulos/as e seguidores/as formaram um grupo plural do qual se iniciará o movimento que deu origem ao cristianismo.
Neste grupo inicial, podemos incluir Paulo de Tarso, hoje celebramos a memória de seu martírio. Embora não tenha convivido com Jesus, sua vida e missão abriram as portas da fé cristã ao diálogo com culturas e religiões diferentes.
A fé cristã transmitida deste grupo inicial de homens e mulheres apaixonados/as como seu Mestre pela proposta do Reino de Deus, de geração em geração chegou a nós hoje, para ser acolhida, vivida e comunicada.
Por isso, para quem está lendo estas palavras, é dirigido o convite de acolher as mais importantes: "O Reino de Deus já chegou, convertam-se e acreditem na Boa Notícia".
Propomos-te escutar esta música que canta a confianza no Amor de Deus e também ler o texto de apóstolo Paulo (1 Cor 13, 1-13).
Referências
PAGOLA, José Antonio. Jesús. Aproximación histórica.
EQUIPE DE REFLEXÃO BÍBLICA. Reconstruir relações num mundo ferido. Uma leitura de Marcos em pespectiva de relações novas. CRB/2008
O Reino de Deus está aqui
Os cristãos do mundo inteiro se reúnem cada domingo deste ano para ler e partilhar uma passagem do Evangelho de Marcos. É assim como vamos conhecendo melhor as atitudes de Jesus, seus ensinamentos, sua grande sensibilidade pelos excluídos e excluídas que o leva a entregar sua vida em defesa daqueles e daquelas que são oprimidos pela realidade sociocultural e religiosa que os rodeia.
O evangelho deste domingo nos apresenta Jesus como um itinerante. Depois de estar no deserto, Ele volta para Galileia e esta característica marcará a vida de Jesus e seus seguidores/as.
O motivo de estar sempre a caminho é sua paixão por comunicar a Boa Notícia de Deus: “O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo”.
Marcos define assim o conteúdo do ensinamento de Jesus como “Boa Nova” e é preciso estar com ele para viver e descobrir o “Reino de Deus que está próximo”.
Suas palavras causam impacto nos judeus que as escutavam. Não continuava Israel dominado pelos romanos? Não seguiam os camponeses oprimidos? Não continuava o mundo cheio de corrupção e injustiça?
Mas Jesus afirma com convicção que Deus já está aqui, atuando silenciosamente no meio do povo, e assim seu reinado vai se expandindo pelas regiões de Galileia.
Jesus partilha, comunica sua própria experiência de um Deus vivo, presente e atuante, por isso, apesar da dureza da realidade, ousa proclamar sua fé e convidar a crer nesta Boa Notícia.
Os contemporâneos de Jesus, assim como nós agora, poderiam perguntar-se: Como pode dizer que o Reino de Deus já está presente? Onde pode ser visto e experimentado?
Em mais de uma oportunidade, os evangelhos nos mostram que estas perguntas foram feitas a Jesus. E Ele respondeu de forma ainda mais desconcertante para a mentalidade da época.
O Reino de Deus não vem de forma espetacular, nem tem que se escutar os céus buscando sinais especiais e não entra em cálculos nem prognósticos.
É necessário aprender a captar sua presença e ação de outra maneira, porque o Reino de Deus já está entre nós!
As pessoas simples e pobres são os primeiros em acolher a Boa Notícia de um Deus que os ama e não os esqueceu. Ao contrário, sua preocupação é libertar seus/suas filhos/as de tudo quanto os/as desumaniza e os/as faz sofrer.
Por isso os evangelhos narram de diferentes formas a infatigável vida itinerante de Jesus, que, movido pela compaixão, cura os doentes, consola os abatidos, liberta os oprimidos social ou religiosamente, manifestando, assim, a bondade de Deus.
Unido a esta proclamação da chegada do Reino de Deus, Jesus exorta seus ouvintes a converter-se e acreditar na Boa Notícia.
A nova presença de Deus pede uma mudança profunda. Para participar do Reino de Deus é preciso deixar-se transformar pela sua dinâmica de amor que leva a modificar a forma de pensar e agir.
A palavra conversão, metanoein, significa mudar a forma de pensar e agir, ou seja, não viver de acordo com os critérios do “império” reinante, mas assumir um estilo de vida que irradie o reinado de Deus.
O que implica viver relações de cuidado e respeito com todo o criado, exercitar a capacidade de diálogo e crescimento junto com o diferente, promover a justiça e a reconciliação e fazer os pequenos estarem sempre em primeiro lugar.
A chegada do Reino pede uma mudança pessoal e comunitária, o povo tem que tomar outro rumo para alcançar a Vida para todos/as.
E esta tarefa não pode ser exclusiva de uma pessoa. Por isso Jesus, desde o início, rodeia-se de amigos/as e colaboradores/as. Ele sabe que é necessário criar um movimento de homens e mulheres, do próprio povo, que ajudem os outros a tomar consciência da proximidade salvadora de Deus.
A segunda parte do evangelho de hoje nos narra o chamado de Jesus aos seus primeiros amigos: «Sigam-me, e eu farei vocês se tornarem pescadores de homens».
Chama a atenção que o convite é austero. A proposta consiste em segui-lo em sua vida itinerante pelos caminhos de Galileia e Judeia, partilharem sua experiência de Deus, aprenderem a reconhecer Sua ação e acolhê-la e guiados por Ele participarem na tarefa de anunciar a todos a vinda do Reino.
Os primeiros homens e mulheres que acolheram o chamado de Jesus, fazendo-se seus discípulos/as e seguidores/as formaram um grupo plural do qual se iniciará o movimento que deu origem ao cristianismo.
Neste grupo inicial, podemos incluir Paulo de Tarso, hoje celebramos a memória de seu martírio. Embora não tenha convivido com Jesus, sua vida e missão abriram as portas da fé cristã ao diálogo com culturas e religiões diferentes.
A fé cristã transmitida deste grupo inicial de homens e mulheres apaixonados/as como seu Mestre pela proposta do Reino de Deus, de geração em geração chegou a nós hoje, para ser acolhida, vivida e comunicada.
Por isso, para quem está lendo estas palavras, é dirigido o convite de acolher as mais importantes: "O Reino de Deus já chegou, convertam-se e acreditem na Boa Notícia".
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Evangelho segundo Marcos 1,14-20 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU