A fertilidade está em declínio no mundo

Foto: Christian Bowen | Unsplash

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04 Abril 2024

Entre 1950 e 2021, a taxa mundial diminuiu de 4,8 para 2,2 filhos.

A reportagem é publicada por Página|12, 01-04-2024.

Tudo indica que, após 21 séculos de crescimento demográfico – especialmente no século XIX, com seu aumento sem precedentes, e no século XX, com sua explosão, e o século XXI, quando ultrapassamos a marca dos 8 bilhões –, o cenário parece estar mudando.

A fertilidade na maioria dos países é insuficiente para manter a população, apontou um estudo publicado na revista The Lancet, que prevê um agravamento do fenômeno no mundo e desequilíbrios maiores entre as regiões. O estudo científico aponta para uma redução na população mundial.

"A fertilidade está em declínio no mundo", resume o trabalho publicado na revista científica The Lancet, que observa que mais da metade dos países apresenta uma taxa de fertilidade muito baixa para manter seu nível populacional. E "no futuro, as taxas de fertilidade continuarão a diminuir no mundo", acrescentou.

O estudo se baseia em dados do Global Burden of Disease, um programa financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates que busca reunir dados de saúde da maioria dos países.

Os pesquisadores também tentaram calcular a evolução das taxas de fertilidade com base em várias variáveis, como níveis educacionais e mortalidade infantil.

De acordo com essas estimativas, até 2050, três em cada quatro países terão uma taxa de fertilidade insuficiente para garantir a reposição populacional. E antes do fim do século, a maioria dos países enfrentará esse problema.

Os pesquisadores preveem que a população de países com menos renda continuará aumentando por um longo tempo, especialmente na África subsaariana, e diminuirá nos países desenvolvidos. Esse desequilíbrio pode ter "consequências consideráveis nos aspectos econômico e social", alertaram.

Especialistas da Organização Mundial da Saúde, na mesma edição da revista, convidam a ser cautelosos com as previsões feitas por este estudo e criticam várias decisões metodológicas, especialmente a pouca confiabilidade dos dados disponíveis em alguns países de baixa renda. "É necessário priorizar os matizes e não o sensacionalismo ao falar sobre a queda das taxas de fertilidade", alertaram.

Eles também apontam que esse fenômeno tem aspectos positivos (ambientais e alimentares), mas também negativos para os sistemas de aposentadoria e emprego, portanto, não há "uma maneira óbvia" de lidar com isso.

Os países precisam ter uma taxa de fertilidade de 2,1 para manter uma população em leve crescimento, o que implica pelo menos 2,1 filhos por mulher.

Tudo isso significa que em lugares com taxa decrescente de natalidade – como Japão, Coreia do Sul e vários países da Europa – as populações diminuirão a menos que a baixa fertilidade seja compensada por uma imigração efetiva ou políticas que estimulem a natalidade.

Entre 1950 e 2021, a taxa de fertilidade mundial diminuiu pela metade, de 4,8 para 2,2 filhos. O número anual mundial de nascidos vivos atingiu o máximo de 142 milhões em 2016 e caiu para 129 milhões em 2021. As taxas de fertilidade diminuíram em todos os países do mundo nos últimos 70 anos.

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