Francisco: “O local já está preparado, quero ser enterrado na Santa Maria Maior”

Foto: Valentina Alazrraki | X

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13 Dezembro 2023

• Até 2024, "uma visita está garantida para a Bélgica, e há duas ainda pendentes: uma para a Polinésia e outro para a Argentina, veremos como as coisas se desenrolam".

• "O ideal seria que o Papado durasse para sempre, embora exista essa possibilidade. Estive com o cerimoniário preparando os ritos fúnebres do Papa, para simplificá-los bastante. Eu estou estreando o novo ritual".

• "Acabei de falar com Gaza, ligo para a paróquia todos os dias. O que ganhamos com as guerras? Destruição. Posso afirmar sem me equivocar que desde o fim da Segunda Guerra Mundial até hoje sempre houve alguma guerra por aí".

• "Ele sempre me ajudou, foi muito generoso nisso", relata Bergoglio, contando sobre sua despedida de Ratzinger. "Um grande homem, Bento era grande. Um homem humilde e simples, que quando percebeu seus limites teve a coragem de dizer 'basta'".

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 13-12-2023. 

"Necessito que rezem por minha saúde: a velhice não se maquia". Claro e sem filtros, o Papa Francisco concedeu uma entrevista à Valentina Alazrraki para NMás, na qual, entre outras coisas, deixa claro que, por enquanto, não renunciará, que para 2024 só está confirmada uma viagem à Bélgica, e que suas esperadas visitas à Argentina e à Polinésia ainda estão em aberto. Ele já decidiu o local onde será enterrado: Santa Maria Maior, junto à Salus Populi romana. Que ninguém se assuste: "Me sinto melhor, bastante bem".

"É preciso saber aceitar os dons da velhice, aceitar que podemos estar muito bem a partir de uma outra perspectiva", afirma o Papa, que admite que "agora estão repensando todas as viagens, especialmente as mais distantes". Por enquanto, para 2024 "está assegurada uma viagem à Bélgica, e há duas pendentes: uma à Polinésia e outra à Argentina, veremos como as coisas se desenrolam".

Sobre sua renúncia, Francisco valorizou a decisão de Bento "como exemplo", mas disse que só dirá basta quando quiser. "O ideal é que o Papado seja para sempre, embora exista essa possibilidade. Estive com o cerimoniário preparando os ritos fúnebres do Papa, para simplificá-los bastante. Estou estreando o novo ritual", brincou, acrescentando, de maneira mais séria, que "como sempre prometi à Virgem, o local já está preparado: quero ser enterrado em Santa Maria Maior, é minha grande devoção (...). Há uma grande ligação".

Um ano após sua morte, o Papa valorizou sua "proximidade" com o Papa Bento. "Ele sempre me ajudou, foi muito generoso nisso", relata Bergoglio, que conta sobre sua despedida de Ratzinger. "Um grande homem, Bento era grande. Um homem humilde e simples, que quando percebeu seus limites teve a coragem de dizer 'basta'".

"A alguns é preciso dar um pouquinho de bronca"

Não é verdade que ele tenha se tornado mais duro?, pergunta Alazrraki: "Bem, a alguns é preciso dar um pouquinho de bronca, porque às vezes é necessário um repreensão, mas as pessoas são boas aqui dentro, e olha que sou complicado e impaciente, e me aguentam. A gente da Cúria é muito boa".

Sobre Milei, Bergoglio quis reduzir a tensão. "É preciso distinguir muito entre o que um político diz durante a campanha eleitoral e o que vai dizer depois". Por fim, sobre as guerras na Ucrânia ou em Gaza, Francisco lamenta que "nós nos acostumamos, e na Ucrânia morre gente. As pessoas sempre são derrotadas, sempre. Os únicos que ganham são os fabricantes de armas".

"Acabei de falar com Gaza, ligo para a paróquia todos os dias. O que ganhamos com as guerras? Destruição. Posso afirmar sem me equivocar que desde o fim da Segunda Guerra Mundial até hoje sempre houve alguma guerra por aí", conclui o Papa, que também fala sobre migrações, violência no México e a Virgem de Guadalupe.

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