01 Dezembro 2023
Esta noite na SkyTG24 será transmitido “Earth4All: Il mondo di Francesco”.
A reportagem é de Massimiliano Castellani, publicada por Avvenire, 29-11-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
“O primeiro ativista na luta contra as mudanças climáticas é o Papa Francisco”. Vox populi que se eleva em coro na reportagem Earth4All - Il mondo di Francesco, no ar na Sky TG24, produzido pela Sky TG24 em colaboração com Gedi, assinada por Daniele Moretti e Riccardo Luna, dirigida por Flavio Maspes. O roteiro é de Giacomo Mazzariol com a colaboração editorial de Alberto Giuffrè e Stefano Maria Paci. “Foi extraordinário ter a oportunidade de documentar o encontro que o Papa Francisco teve com os ativistas que estão levando as suas vozes e ideias ao redor do mundo.
Por isso o documentário Earth4All - Il mondo di Francesco é um conteúdo fundamental no caminho que a SkyTg24 vem realizando há anos para falar sobre a "crise climática" e as consequências que está produzindo sobre a humanidade. Continuará o nosso empenho de documentar o que acontece, mas como já fazemos há algum tempo, iremos nos concentrar sobretudo nas possíveis soluções.
A humanidade criou o problema e a humanidade pode resolvê-lo. Existem recursos científicos, tecnológicos e econômicos para voltar a ter um novo equilíbrio. É difícil, vemos isso frequentemente. Mas pode ser feito”, explica o diretor da SkyTG24 Giuseppe De Bellis. O projeto “Earth4All” reúne uma comunidade científica promovida pelo Clube de Roma e pelo Instituto Potsdam para a pesquisa sobre o impacto climático, pelo Centro de Resiliência de Estocolmo e pela a Escola Norueguesa de Negócios, que deram origem a um possível plano para salvar o planeta.
Mas as protagonistas do documento são as representantes da "linha verde" do movimento mundial que lutam para curar a praga da mudança climática. De fato, no documento entram em cena a empreendedora social iraniano-estadunidense Sophia Kianni, a surfista brasileira Maya Gabeira (campeã Unesco pelo Oceano e os Jovens), a ativista ruandesa Ineza Umuhora (responsável pela Loss and Damage Youth action) e a “Greta indiana” Licypriya Kangujam, 11 anos, a mais jovem ativista climática global.
Jovens engajadas numa batalha civil que, como lembra o Pontífice, começou em 5 de junho de 1972, em Estocolmo, por ocasião do encontro internacional entre os vários representantes de Estado e que vê na Laudato si’. O cuidado da casa comum um sábio guia. Encíclica que pode ser considerada o arcabouço cultural e espiritual para enfrentar a grave ameaça à sociedade global em que vivemos. “A globalização nos aproxima, mas não nos torna irmãos”, alerta o Papa Bergoglio, que convida todos a cuidar da casa comum: a Criação. “A nossa casa está se estragando e isso prejudica a todos, especialmente os mais pobres.
Devemos mudar os estilos de vida e tender para uma “ecologia integral" com a justiça, o empenho para com os outros e a paz interior". As palavras do Santo Padre encontram eco no filme que nos leva a visitar cenários terrestres altamente em risco. Um planeta ferido e “as feridas trazidas à humanidade pelas mudanças climáticas – continua o Papa – são comparáveis àquelas resultantes de um conflito global. Mas o comportamento irresponsável recai sobre a humanidade. A mudança é urgente e não pode mais ser adiada... Devemos evitar o descarte no meio ambiente e o descarte das pessoas". “Descobrimos 9 limites do planeta: é necessário um ciclo hidrogeológico estável para manter a biodiversidade em níveis adequados. Ciência e religião, desde quando apareceu o Papa Francisco viajam unidas", afirma o deus ex machina do debate internacional Johan Rockström, Diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático e inspirador de todo o Projeto Earth4, que alerta: “Uma das pragas é a falta de comunicação. Estamos parados na luta e isso cria medo nas pessoas".
Ao medo que surge também da “má comunicação”, devemos opor o ‘Salto Gigante’, a estratégia que pode devolver a harmonia ao planeta, dar "estabilidade e possibilidade de gestão", afirma Sandrine Dixson-Declève, Presidente do Clube de Roma. “Todas as coisas são interconectadas e há cinco pontos de virada para salvar o planeta: eliminar a pobreza, atuar contra as iniquidades, verdadeira igualdade entre os sexos, transformar o sistema alimentar e o energético que influem sobre todos os outros elementos", teoriza o Diretor do Centro de Crescimento Verde de Oslo, Espen Stoknes.
Mas a força motriz para a mudança vem de baixo e dos jovens: Maya, Ineza, Sophia e Licypriya Kangujam. Esta última, da sua Delhi poluidíssima (megalópole com 30,3 milhões de habitantes), pede para poder viver um dia “num País onde o ar e a água sejam limpos." A adolescente indiana abraçando o Papa Francisco no Vaticano pediu-lhe que lutasse ainda para “introduzir a educação climática como disciplina obrigatória nas escolas de todo o mundo”. Licypriya gostaria que esse plano pedagógico partisse da Índia, seu país, do qual denuncia: “Não me prendem pelos meus protestos, só porque sou menor de idade. Mas a polícia e o governo bloqueiam as nossas vozes e não conseguimos fazer-nos ouvir".
O grito desesperado do Continente africano continua ignorado e a ruandesa Ineza lembra que “a África, com os seus 54 países, tem a menor taxa de emissões nocivas em comparadas com o resto do mundo, mas sofre mais danos do que todos. É uma questão de justiça urgente, não podemos nos adaptar à carestia e aos desastres que foram criados. Nós – conclui Ineza com amargura – perdoamos, mas quando abusamos da Natureza ela nunca nos perdoa”. Para evitar mais abusos, o Papa Francisco lembra-nos:
“O homem deve recriar a aliança com a Natureza. E o sonho para o futuro é o de uma geração de educadores, de professores de esperança”.
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O Papa e os jovens que cuidam do planeta - Instituto Humanitas Unisinos - IHU