Bätzing, sem filtros sobre o Cardeal Woelki: “Ele perdeu a aceitação do povo”

George Bätzing. (Foto: Reprodução | Vatican News)

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14 Setembro 2023

  • A diocese de Colônia, afetada também pela praga dos abusos, mas também pela gestão pastoral muitas vezes incompreensível do seu bispo, o cardeal Rainer Maria Woelki, encabeça a lista dos que apostatam. E agora, o presidente do Episcopado alemão, George Bätzing, censura-o porque, por sua causa, a saída dos fiéis está a afetar também o resto das dioceses. “Eles estão partindo para Colônia”, disse o bispo de Limburgo.

  • “Colônia não está apenas na liderança na saída da Igreja, mas agora as pessoas [estão saindo] em todo o país”, diz Bätzing, sem que se perceba qualquer espírito de correção fraterna nessa afirmação.

  • Na realidade, Woelki é uma espécie de bispo ‘fedorento’ que ainda, há um ano, numa reunião de coroinhas, muitos deles lhe viraram as costas em protesto quando o cardeal entrou no templo para onde se dirigia para presidir. uma Eucaristia.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 13-09-2023.

A fuga de fiéis na Alemanha é uma das grandes preocupações da Conferência Episcopal, que reconhece um ponto de viragem no relatório que revelou em toda a sua gravidade o flagelo dos abusos sexuais cometidos pelos eclesiásticos durante as últimas décadas e o trabalho negligente dos bispos quando trata-se de acabar com isso, optando às vezes pelo encobrimento ou pela transferência do agressor.

A diocese de Colônia, afetada também pela praga dos abusos, mas também pela gestão pastoral muitas vezes incompreensível do seu bispo, o cardeal Rainer Maria Woelki, encabeça a lista dos que apostatam. E agora, o presidente do Episcopado alemão, Georg Bätzing, censura-o porque, por sua causa, a saída dos fiéis está a afetar também o resto das dioceses. “Eles estão saindo por Colônia”, disse o bispo de Limburgo.

O Cardeal Woelki “perdeu a aceitação do povo”, disse Bätzing numa entrevista ao semanário Die Zeit, onde sublinhou que “Colônia não está apenas na liderança em termos de abandono da Igreja, mas agora as pessoas [deixam] em todo o país”, aponta, sem que se perceba qualquer espírito de correção fraterna naquela afirmação. Na verdade, Woelki é uma espécie de bispo ‘apestado’ para quem ainda, há um ano, numa reunião de coroinhas, boa parte deles lhe viraram as costas em protesto quando o cardeal entrou no templo onde iria presidir uma Eucaristia.

Mas se ele não mede as palavras em relação a um irmão do Episcopado, ele também não hesita em ser o co-presidente do controverso Caminho Sinodal Alemão em relação ao falecido Papa Emérito pela forma como lidou com o caso de abuso quando ele era arcebispo de Munique e Freising (1977-1982).

“Gostaria que Ratzinger tivesse se desculpado”.

“Gostaria que Joseph Ratzinger tivesse dito sobre o seu tempo como arcebispo: 'Eu tinha responsabilidade, então, não me importa se estive numa reunião específica. Peço desculpas pelo que foi feito às vítimas com a transferência de um agressor'”, diz Bätzing sobre o relatório sobre abusos publicado em janeiro de 2022, onde Bento XVI foi acusado de comportamento incorreto em casos de alegações de abuso contra padres durante seu tempo como arcebispo.

Nem o Papa Francisco escapa a alguma crítica do arcebispo alemão, não tanto pelo seu papel no Caminho Sinodal Alemão - ele até o defende da acusação de querer parar a reforma - mas porqu ele não atribuiu uma tarefa permanente ao ex-secretário de Bento XVI, arcebispo Gerg Gänswein, de acordo com extensas informações de Katholisch.

“Não é uma situação fácil, especialmente para ele”, diz Bätzing sobre Gänswein, que em julho passado deixou o Vaticano para retornar à sua diocese natal, Freiburg, onde, após consulta minuciosa com o arcebispo residencial, “ele pode cuidar de assuntos individuais”. Tarefas, como crismas ou serviços festivos locais e talvez, a seu próprio pedido, “realizar serviços religiosos regulares na Catedral de Freiburg a partir do outono”.

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