13 Junho 2023
"A artificialidade força [os jovens] a se submeterem imediatamente ao sexo, sem os devidos diálogos preliminares", escreve o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, ex-prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, em artigo publicado por Il Sole 24 Ore, 11-06-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Garotas e rapazes dos Estados Unidos têm curtido momentos realmente tristes quando estão juntos; a artificialidade os força a se submeterem imediatamente ao sexo, sem os devidos diálogos preliminares. Nada de galanteios — um profundo diálogo de almas, pois a vida é sagrada e cada momento é precioso.
Palavras que podem, textualmente, ser transcritas para os jovens (mas não só) de hoje e de todas as nações. Era 1957 quando Jack Kerouac as escrevia em seu famoso romance On the road, manifesto da geração beat. Com mais razão agora, com o frenesi da sociedade contemporânea, se consomem relações feitas apenas de sexo, aceleram-se os contatos de peles e certamente não de almas, chega-se ao paradoxo da relação virtual em que as abordagens se multiplicam, até mesmo desprovidas de corpos, que se tornaram apenas fantasmas da tela, estendidos na brutalidade da pornografia.
Fica, então, a necessidade do apelo de Kerouac para parar, para falar de si mesmos e não da banalidade, para entrelaçar eros e amor, para se olhar nos olhos em busca da interioridade justamente da alma. Já Michelangelo em suas Rimas estava convencido de que "a alma vê pelos olhos". E nesta linha gostaria de deixar novamente a palavra ao escritor estadunidense que comparava os olhos das crianças a "janelas que indicam a mais encantadora das almas".
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#sexo. Artigo de Gianfranco Ravasi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU