Ativistas contra as mudanças climáticas serão julgados no Vaticano

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25 Mai 2023

Três ativistas ambientais italianos enfrentam sua segunda audiência em um processo no Vaticano nesta quarta-feira, 24 de maio, por terem colado a si mesmos na famosa estátua “Laocoonte e seus filhos” nos Museus do Vaticano no verão passado.

A reportagem é de Claire Giangravé, publicada por National Catholic Reporter, 23-05-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Ester Goffi, uma estudante de História da Arte de 25 anos, e Guido Viero, um profissional da saúde de 61 anos, colaram suas mãos na estátua de mármore em agosto do ano passado, em sinal de protesto pedindo aos líderes mundiais que combatam as mudanças climáticas, enquanto outra amiga, ainda anônima, filmava o gesto no celular. A estátua não foi danificada, e a polícia vaticana eliminou a gravação do dispositivo após confiscá-lo.

Os três serão julgados no Vaticano, acusados de vandalismo.

Os ativistas ambientais pertencem ao movimento italiano Ultima Generazione [Última Geração], que é responsável por vários atos de vandalismo público em importantes locais artísticos e históricos da Itália, com o objetivo de chamar a atenção para o perigo das mudanças climáticas. No domingo, ativistas do Última Geração encheram a famosa Fontana di Trevi, em Roma, com tinta preta para protestar contra os combustíveis fósseis.

Durante a primeira audiência, no dia 9 de março, os ativistas optaram por não comparecer ao julgamento. O sistema jurídico do Vaticano usa o direito canônico, e sua lei criminal se baseia no Código Penal italiano de 1889. “Os advogados que estão autorizados a nos defender no Estado do Vaticano são caros demais, e não podemos pagá-los”, disse um porta-voz do movimento Última Geração aos meios de comunicação locais.

Os ativistas do Última Geração se reuniriam na tarde dessa quarta-feira perto do Vaticano em protesto.

Na entrevista, eles apontaram para as enchentes que assolaram a região norte da Emília Romanha, na Itália, que já matou 14 pessoas, como “um gosto amargo do que nos espera nos próximos anos”.

“Devemos mudar de rumo imediatamente e cortar o financiamento público aos combustíveis fósseis, se quisermos limitar a escalada de eventos extremos e salvar vidas inocentes”, disse a organização. “As nossas ações têm este objetivo: proteger as vidas dos nossos concidadãos e das pessoas que vivem no restante do mundo. O nosso grito é de desespero perante a inação dos políticos que têm a responsabilidade de proteger o ambiente e as populações.”

O Papa Francisco é considerado um aliado dos movimentos ambientalistas desde que publicou sua “encíclica verde” Laudato si’ em 2015, promovendo o cuidado da criação e a luta contra as mudanças climáticas. Em um novo livro intitulado “Il gusto di cambiare. La transizione ecologica come via per la felicità” [O gosto de mudar. A transição ecológica como caminho para a felicidade], Francisco escreveu no prefácio que “devemos admitir com sinceridade que são os jovens que encarnam em primeira pessoa a mudança de que todos precisamos objetivamente”.

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