Também este ano, o Instituto de Estatística da Igreja Católica Polonesa (ISKK) divulgou dados sobre a frequência às missas atualizados até 2021. A queda na frequência à igreja foi dramática: em apenas dois anos, a frequência dominical caiu de 37% para 28%. É claro que a pandemia desempenhou um papel negativo, mas, admite o relatório, "fatores socioculturais" não são estranhos aos dados.

A reportagem foi publicada por Adista, 17-01-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

“Os números [de 2021] foram influenciados pela situação da pandemia”, observa o vice-diretor do ISKK, Martin Jewdokimov. “Deve-se recordar que em 2020, devido às restrições causadas pela covid-19, não foram recolhidos dados. Em 2021, coletamos dados, apesar de algumas restrições [ainda] estarem em vigor."

“Nos anos anteriores, o declínio no índice da presença na missa foi constante”, disse Jewdokimow, falando à Agência de Notícias Polonesa (PAP). “Desta vez, estamos lidando com um colapso. Portanto, foi a sua previsão positiva, acredito que no próximo ano teremos uma recuperação, as estatísticas irão mostrar um aumento”.

Ao mesmo tempo, Jewdokimow admitiu que fatores socioculturais também tiveram impacto na frequência à igreja. “A longo prazo, estamos lidando com processos de mudança sociocultural”, afirmou Jewdokimow. “Por outro lado, há uma certa reconfiguração do catolicismo e do lugar da religião no espaço público. As necessidades religiosas das pessoas estão mudando e a maneira como as instituições religiosas funcionam está mudando”.

O site de informações Note from Poland, relatando a notícia, destaca que nos últimos anos a popularidade da Igreja foi prejudicada por seu apoio à impopular proibição quase total do aborto e por revelações de abusos sexuais em menores por parte de membros do clero e negligência dos bispos ao enfrentar a questão. Prova disso é que entre as pessoas entre 18 e 24 anos, de acordo com uma pesquisa realizada em agosto passado pela CBOS (agência de pesquisa estatal), a prática religiosa caiu de 69% em 1992 para apenas 23% em 2021. Os jovens poloneses têm sido particularmente significativos nos protestos contra a igreja. Uma pesquisa do IBRiS em 2020 constatou que apenas 9% das pessoas entre 18 e 29 anos tinham uma opinião positiva sobre a Igreja.

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