Nicarágua. “A apresentação da Igreja popular desmoronou porque não tinha base no Evangelho, mas na ideologia”. Entrevista com o Cardeal Leopoldo Brenes

(Foto: Reprodução | Catholic News Service)

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

02 Agosto 2022

  

  • Aos 73 anos, o cardeal nicaraguense Leopoldo José Brenes Solórzano diz que se sente e realmente parece um padre de aldeia. Com jeans e camisa preta de clérigo, ele lembra as estampas do santo Cura d'Ars. Ele concordou com uma breve entrevista para a Religión Digital em 13 de julho de 2022, enquanto a Assembleia extraordinária de Celam estava ocorrendo em Bogotá;

 

 

A entrevista é de Dumar Espinosa, publicada por Religión Digital, 01-08-2022.

 

Eis a entrevista.

 

Aqui na Colômbia acabamos de eleger um novo governo, de esquerda, liderado por Gustavo Petro, que se declarou um seguidor da teologia da libertação. Quanto à inspiração na teologia da libertação da Revolução Sandinista na Nicarágua, onde havia até religiosos que eram ministros de Estado, qual foi o motivo de tudo transbordar? O que aconteceu para que aqueles que apoiavam a teologia da libertação agora persigam a Igreja Católica?

 

Bem, antes de tudo, era praticamente uma ideologia; no entanto, a Igreja sempre manteve seu magistério e esteve sempre em comunhão com o papa. Lembremos que, quando o papa esteve na Nicarágua, houve muitos confrontos. [Refere-se à resposta maciça ao Papa João Paulo II em uma rápida visita apostólica a Manágua em 4 de março de 1983. Veja aqui].

 

 

No entanto, a Igreja Católica, os bispos, sempre se apegaram à doutrina; Em outras palavras, poderíamos dizer que toda a apresentação da Igreja popular desmoronou porque não tinha uma base no Evangelho, mas na ideologia.

 

 

O cardeal López Trujillo (+2008), que, aliás, não era muito querido em alguns círculos eclesiásticos, escreveu artigos sobre uma suposta matriz marxista da teologia da libertação que é rejeitada pelos teólogos. Qual é a sua opinião sobre isso.

 

Coincidentemente, o cardeal López Trujillo e outra série de bispos da época foram muito duros com a situação que a teologia da libertação vivia, e o cardeal Ratzinger, à época, fez algumas declarações a esse respeito [da Congregação para a Doutrina da Fé] que chamaram a atenção para onde estavam os erros; acredito que isso se manteve e não podemos dizer que tudo foi negativo. Houve coisas negativas devido à parte ideológica que eles tinham como pano de fundo.

 

João Paulo II repreende Ernesto Cardenal

Foto: Reprodução

 

Para o processo colombiano, Cardeal, como o senhor viu da América Latina a mudança que a Colômbia está dando, com certas dúvidas da Conferência Episcopal e preocupações de outros setores.

 

Eu pessoalmente não acompanhei todo o processo. Não a acompanhei muito de perto para poder dizer algo a respeito.

 

Bem, Cardeal, muito obrigado. Admiramos suas apresentações públicas que nos levam a pensar em uma Igreja próxima ao povo, muito semelhante ao que somos também na Colômbia.

 

Não, obrigado a ti. Saudações ao seu povo também.

 

Leia mais