14 Julho 2022
Em 13 de março de 2013, dia da sua eleição, o Papa Francisco, ao término da cerimônia de apresentação aos fiéis na Praça São Pedro, embarcou em um dos ônibus dos cardeais e voltou para Santa Marta, mas não para dormir no quarto 207 (que recebeu por sorteio como cardeal-eleitor), mas sim no 201, reservado para a ocasião ao novo pontífice, e, a partir daquele momento, essa se tornou a casa do papa, até hoje.
A nota é publicada por Il Sismografo, 13-07-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Francisco imediatamente se recusou a subir ao último andar do Palácio Apostólico para tomar posse do apartamento pontifícia. Quando perguntado pelo cerimoniário, a resposta foi tão rápida que se entendeu que ele já havia decidido.
Depois, o novo bispo de Roma, em uma entrevista à revista La Civiltà Cattolica, explicou: “E, depois, uma coisa realmente fundamental para mim é a comunidade. Eu sempre buscava uma comunidade. Eu não me via como padre sozinho: preciso de comunidade. E se entende isso pelo fato de eu estar aqui em Santa Marta: quando fui eleito, eu estava me hospedando por sorteio no quarto 207. Este onde estamos agora era um quarto para hóspedes. Escolhi morar aqui, no quarto 201, porque, quando tomei posse do apartamento pontifício, dentro de mim senti claramente um ‘não’.
O apartamento pontifício no Palácio Apostólico não é luxuoso. É antigo, feito com bom gosto e grandioso, não luxuoso. Mas, no fim, é como um funil invertido. É grande e espaçoso, mas a entrada é realmente estreita. Você entra com o conta-gotas, e eu não, sem gente não posso viver. Preciso viver a minha vida junto com os outros” (19 de agosto de 2013, disponível em italiano aqui).
Anteriormente, no dia 7 de junho de 2013, falando aos amigos das escolas dos jesuítas italianos e albaneses, o pontífice explicou a uma menina que queria viver em Santa Marta porque era uma “escolha psiquiátrica” (assista abaixo em italiano).
Na terça-feira, 12 de julho, em entrevista à Televisa e à Univision, falando da eventualidade da sua renúncia, o Santo Padre especificou que não ficaria morando no Vaticano. “Seria uma loucura!”, acrescentou, deixando a porta aberta para a possibilidade de eventualmente se instalar no Palácio Lateranense.
Talvez no futuro, talvez em outra entrevista, um jornalista astuto fará algumas perguntas ao pontífice a esse respeito.
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Papa Francisco: em caso de renúncia, ficar morando no Vaticano seria uma “loucura” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU