12 Mai 2022
“Um mundo que hiperdesenvolve alguns países e atropela outros, que passa por cima dos corpos de tantos desalojados e perdidos, que esquece que somos natureza, que está saturado de fé tecnorreligiosa para solucionar qualquer questão, que nos distrai, que não sabe esperar, que impede de nos aproximarmos das coisas, que não cuida do que somos... é um mundo onde não parece possível construir um lar, nem um lugar onde habitar. Aprenderemos a construir uma casa para conviver com dignidade, alegria e fraternidade?”, escreve Joan Benach, professor, pesquisador e especialista em saúde pública, em artigo publicado por Ctxt, 10-05-2022. A tradução é do Cepat.
A mistura de ritmos e sua energia vibrante contagiam milhões de pessoas em todo o globo. Seu compasso cativante, sensualidade e capacidade de expressar alegria, onde se fundem pop, reggaeton e música porto-riquenha, as mil versões que incluem centenas de paródias e versões caseiras, a trilha sonora de uma telenovela e inclusive sua utilização em videogames são algumas das causas de um fenômeno global.
Despacito, do cantor porto-riquenho Luis Fonsi, foi lançada em 12 de janeiro de 2017, alcançando imediatamente o primeiro lugar em dezenas de países e vários prêmios Grammys Latinos. Apenas um dia após seu lançamento, já contava com 20 milhões de visualizações no YouTube, em três meses, 1 bilhão e em um ano, 5 bilhões, sendo até então um dos vídeos mais vistos da história [1].
No entanto, essa explosão de entusiasmo esconde algo preocupante, um segredo. A informação digital consome muita energia. A visualização desse fenômeno musical precisou queimar a energia utilizada, durante um ano, em 40.000 lares dos Estados Unidos.
No mundo, a cada minuto, são efetivados vários milhões de pesquisas, registros e dezenas de milhões de mensagens no WhatsApp. Uma única pesquisa no Google consome a energia para iluminar uma lâmpada de 60 watts, por 17 segundos.
As plataformas digitais armazenam, gerenciam e transformam dados que consomem muita energia e geram barulho e calor. Tanto que grandes empresas digitais instalam seus centros na Islândia, Finlândia, Suécia, Noruega e Canadá, utilizando o frio do polo como refrigeração gratuita.
As tecnologias da informação e comunicação (TICs) na forma de dados digitais de bilhões de smartphones, tablets e dispositivos conectados à Internet estão sedentas de energia. A Internet representa 10% do consumo global de energia, uma porcentagem que pode dobrar em apenas alguns anos, conforme mais 1 bilhão de pessoas forem se conectando. Estima-se que em 2022 nos aproximamos dos 5 bilhões de usuários de Internet, com dezenas de milhões de dispositivos de “internet das coisas” e um enorme volume de dados associados a carros autônomos, robôs, vigilância por vídeo e inteligência artificial.
Anders Andrae, um especialista da empresa chinesa de telecomunicações Huawei, destaca: “Aproxima-se um 'tsunami de dados'. Tudo o que pode ser digitalizado está sendo digitalizado. É uma tempestade perfeita. Aproxima-se o 5G [a quinta geração de tecnologia móvel], o tráfego IP [protocolo de Internet] é muito maior do que o estimado, e todos os carros e máquinas, robôs e inteligência artificial estão sendo digitalizados, produzindo grandes quantidades de dados que são armazenados em data centers… existe um risco real que tudo saia do controle”.
Apesar dos previsíveis aumentos na eficiência para otimizar a geração, armazenamento e distribuição de energia e o uso de fontes renováveis no que o influente ensaísta Jeremy Rifkin chamou de “Internet da Energia” [2], tudo indica que o aumento do gasto energético não poderá ser obtido das energias renováveis, mas, em grande medida, terá que continuar utilizando combustíveis fósseis cada vez mais escassos.
Em 1937, o conhecido escritor britânico Herbert George Wells, autor de notáveis obras de ficção científica [3], imaginou uma Enciclopédia Mundial Permanente, algo semelhante ao que conhecemos hoje como Wikipédia. Alguns anos depois, o próprio Wells antecipava a criação da Internet ao apontar com otimismo que todo esse conhecimento seria gerido por meio de uma engenhoca em forma de rede que representaria o início de um verdadeiro Cérebro Mundial, que atualizaria e disseminaria constantemente informação pelo mundo todo, o que ajudaria a unir as nações e prevenir a geração de guerras.
“Toda a memória humana pode ser, e provavelmente será muito em breve, acessível a todos os indivíduos […] Poderá ser reproduzida de forma exata e completa no Peru, China, Islândia, África Central ou em qualquer outro lugar [...] Não se trata de sonho remoto, nem de uma fantasia […] É difícil não acreditar que, em um futuro próximo, existirá esta Enciclopédia Permanente do Mundo, tão compacta em sua forma e tão gigantesca em seu alcance e possível influência” [4].
Três décadas antes, em uma época em que o rádio ainda não era um fenômeno de massa e as pessoas não usavam telefones, Edward Morgan Forster escrevia de forma muito mais pessimista um relato curto sobre o desenvolvimento das máquinas: “Você não percebe que somos nós que estamos morrendo e que, aqui, a única coisa que realmente vive é a máquina? Criamos a máquina para fazer nossa vontade, mas agora não podemos fazer com que ela cumpra a nossa. Roubou-nos o sentido do espaço e do tato, apagou todas as relações humanas e reduziu o amor a um mero ato carnal. Paralisou nossos corpos e nossas vontades e agora nos obriga a lhe render culto. A Máquina avança, mas não de acordo com as nossas diretrizes. Atua, mas não de acordo com nossos objetivos. Existimos apenas como glóbulos sanguíneos que fluem por suas artérias e se pudesse funcionar sem nós, deixaria que morrêssemos” [5].
Forster imaginava um mundo inquietante, onde as interações face a face seriam raras e o conhecimento e as ideias seriam compartilhados por meio de um sistema que conectasse as pessoas através de uma máquina que seria adorada como se fosse um ser vivo. Dessa forma, o escritor britânico antecipava os nocivos efeitos das redes sociais, dos smartfones e da internet na cultura e nas relações pessoais já que, ao subordinar a vida à automação, nosso isolamento social aumenta, ficamos mais dependentes e nos desnaturalizamos.
O capitalismo é uma imensa máquina de gerar iniciativas, fabricar produtos, criar conhecimentos, inovar e produzir bens e serviços. Em especial, nas últimas décadas, o avanço tecnológico foi muito notável. Por exemplo, a Internet é para muitos uma das maiores invenções modernas da humanidade. É uma rede global de comunicações determinante na era da informação, assim como foram a rede elétrica e o veículo motorizado na era industrial.
Essa rede global e sem fio de redes informáticas permite produzir, distribuir e utilizar informação digitalizada em qualquer formato, com a ubiquidade de uma comunicação multimodal e interativa, livre de limites temporais e espaciais. No entanto, como costuma acontecer com qualquer mudança tecnológica importante, a avaliação dos usos da Internet deve ser ambivalente, “oti-pessimista” ao mesmo tempo.
Alguns veem na Internet um meio fundamental para aumentar nossa inteligência, sociabilidade e responsabilidade cívica. Por outro lado, para outros, seja por meio de redes sociais ou outros tipos de canais, mídias ou redes, a Web gera entretenimento, distração, banalidade e vício, tudo o que pode nos tornar mais indefesos diante da propaganda ou informação contaminada, falsa ou diretamente tóxica.
A Internet tende a aumentar a comunicação social de massa e o acesso ao conhecimento, ampliando a sensação de autonomia, liberdade e satisfação pessoal, mas a rede também molda nosso pensamento, gerando transtornos em nossa personalidade e problemas de saúde mental como isolamento, depressão e anomia. A Internet nos permite melhorar algumas habilidades visuais ou a capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, mas principalmente para a chamada “geração Web”, a rede também prejudica nossa capacidade de manter a atenção, dificultando a concentração e a introspecção, bem como a capacidade de uma leitura profunda, contemplação e outras notáveis capacidades mentais [6].
Para o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, sofremos uma intoxicação produzida por uma infomania global criadora de infomaníacos e infomatas: “A informação sozinha não ilumina o mundo… A partir de certo ponto, a informação não é informativa, mas deformante… Somos muito dependentes da droga digital e vivemos atordoados pela febre da comunicação” [7].
Há pouco mais de dois séculos, grande parte da humanidade era analfabeta e a mortalidade infantil era altíssima. A implementação de políticas socioeconômicas expansivas, aliadas ao desenvolvimento técnico-científico, maior disponibilidade de alimentos e lutas e reivindicações em favor de uma melhor higiene ambiental e saúde pública ajudaram a melhorar a qualidade de vida, aliviar doenças e solucionar problemas de saúde que, ao longo da história, provocaram um enorme sofrimento na humanidade. A expectativa de vida ao nascer aumentou rapidamente a partir do Iluminismo, até então de apenas cerca de 30 anos, em todos os países.
Em 1845, uma criança de 5 anos podia esperar viver aproximadamente 55 anos. No século XX, a expectativa de vida global dobrou até atingir, em 2019, 78 anos para mulheres e 72 para homens, embora em muitos dos países subsaarianos mais pobres dificilmente se ultrapassa os 50 anos.
Nos países pobres, na segunda metade do século XX, as vacinas, a terapia de reidratação oral, a iodação do sal e os suplementos de vitamina A salvaram cerca de cinco milhões de vidas por ano, fazendo com que 750.000 meninas e meninos não ficassem física ou mentalmente deficientes para sempre [8].
Essa visão de progresso segundo a qual hoje estaríamos melhores do que nunca é compartilhada por diversos comentaristas midiáticos (também conhecidos como “sabichões” que opinam sobre tudo o que é divino e humano) e por aqueles que promovem a conhecida como “indústria do otimismo”. Graças ao avanço técnico-científico e social na educação, democracia e saúde, atualmente, estaríamos vivendo no melhor dos mundos possíveis. É assim que os meios de comunicação reproduzem e difundem o otimismo de autores como Steven Pinker, Max Roser, Johan Norberg, Hans Rosling e Matt Ridley, que nos enchem com indicadores positivos que justificam as bondades do mundo onde vivemos.
Ridley, por exemplo, sustenta: “O mundo sairá da crise atual graças ao modo como os mercados de bens, serviços e ideias permitem aos seres humanos trocar e se especializar honestamente em benefício de todos... Enquanto se permitir que em algum lugar o intercâmbio e a especialização humanos floresçam, a cultura evoluirá independentemente da ajuda ou dos empecilhos dos líderes, e o resultado é que a prosperidade se expande, a tecnologia progride, a pobreza diminui, as doenças diminuem, a fertilidade cai, a felicidade aumenta, a violência atrofia, a liberdade cresce, o conhecimento floresce, o meio ambiente melhora e a natureza se estende” [9].
Sim, estaríamos no melhor momento da história humana e, apesar das guerras, crises e pandemias, o planeta continuará progredindo na maioria dos indicadores que possamos considerar. O crescimento econômico, o aumento global da expectativa de vida, o acesso a alimentos e água potável, uma maior liberdade e igualdade, a redução da pobreza, analfabetismo, mortalidade infantil, violência e a revolução biomédica com a vacinação e tratamento de milhões de crianças seriam exemplos desse progresso global.
Por exemplo, para o economista Xavier Sala i Martín: “Em pouco mais de 200 anos, o capitalismo fez com que o trabalhador médio de uma economia de mercado média não apenas deixasse de viver na fronteira da subsistência, mas que inclusive tenha acesso a prazeres que o homem mais rico da história, o imperador Mansa Musa I, sequer poderia imaginar”.
Mas, além disso, os múltiplos avanços alcançados estariam em concordância com o progresso técnico-científico praticamente ilimitado: a expansão global da Internet, a inteligência artificial, a robótica, a infotecnologia e a ubíqua digitalização “inteligente” de praticamente tudo (o Smart Anything Everywhere do Horizon 2020, da Comissão Europeia): telefones, cidades, máquinas, serviços... e do próprio ser humano.
De acordo com essa visão, o futuro será ainda melhor. Com a tecnociência, em poucos anos, prevê-se reduzir pela metade a morte de crianças com menos de cinco anos, erradicar quatro doenças (poliomielite, verme da Guiné, elefantíase e oncocercose), reduzir em quase dois terços o número de mulheres que morrem no parto e alcançar o controle da malária e o HIV.
Não só seremos capazes de evitar a doença e até mesmo a morte, como também de progredir, revolucionar o planeta e a vida, gerar vida artificial com seres inorgânicos, nos construir como ciborgues pós-humanos e até conquistar outros planetas [10]. Segundo a Fundação Gates, será alcançado um progresso sem precedentes na saúde global, até se alcançar a equidade global em saúde.
A visão otimista do mundo dos especialistas, acadêmicos e comentaristas sabichões contrasta, no entanto, com uma realidade popular muito mais sombria, amplamente repleta de preocupação e pessimismo. Segundo uma pesquisa realizada com mais de 34.000 pessoas, em 28 países, dos Estados Unidos e França à China e Rússia, 56% concordaram que “da forma como existe hoje, o capitalismo causa mais dano do que bem ao mundo”. Por quê? Por que apesar dos inquestionáveis avanços alcançados, muitas pessoas sentem de outro modo o futuro que nos aguarda, percebem que o modo de vida capitalista não é um bom sistema de organização econômica e social, e que temos um gravíssimo problema ecológico? Não é aqui o lugar para retratar detalhadamente suas causas e efeitos mais profundos, mas, sim, ao menos tomar consciência disso.
Junto a progressos técnico-científicos e sociais muito difíceis de imaginar há apenas dois séculos, o capitalismo não cobriu as necessidades básicas da humanidade, nem conseguiu acabar com a pobreza e a desigualdade. De fato, o crescimento econômico europeu entre os séculos XVI e XIX veio acompanhado por um retrocesso na qualidade de vida de grande parte da população [11], bem como por uma redução de um dos melhores indicadores históricos de que dispomos, a altura da população, durante a Revolução Industrial [12], com um aumento posterior, no século XX, da desigualdade entre pessoas em países ricos e pobres.
Nas últimas quatro décadas, o 1% mais rico da população mundial se apropriou de 27% do crescimento econômico, ao passo que a metade mais pobre (3,5 bilhões) ficou apenas com 13% [13]. Essa desigualdade socioeconômica tem um enorme impacto nas desigualdades em saúde [14]. A pandemia de COVID-19 e a desigualdade pioraram ainda mais as coisas, reduzindo a expectativa de vida de muitos países [15].
Segundo a Oxfam, a fortuna dos 10 homens mais ricos duplicou, ao passo que a renda de 99% da humanidade se deteriorou. Sendo assim, 252 homens possuem mais riqueza do que um bilhão de mulheres e meninas na África, América Latina e Caribe.
Há quase meio século, Manuel Sacristán destacava que a humanidade deveria se propor a tarefa de construir uma sociedade mais justa em uma Terra habitável [16], algo que está muito longe da realidade atual. Basta lembrar que hoje mais de 800 milhões de pessoas estão desnutridas ou passam fome, que uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso à água potável, e que metade da população mundial (3,6 bilhões) vive em contextos altamente vulneráveis à crise climática. O também filósofo Santiago Alba Rico ressalta que as coisas têm valor porque esperamos e cuidamos delas, e que em um mundo “inabitável” é impossível construir uma verdadeira “casa”.
Um mundo que hiperdesenvolve alguns países e atropela outros, que passa por cima dos corpos de tantos desalojados e perdidos, que esquece que somos natureza, que está saturado de fé tecnorreligiosa para solucionar qualquer questão, que nos distrai, que não sabe esperar, que impede de nos aproximarmos das coisas, que não cuida do que somos... é um mundo onde não parece possível construir um lar, nem um lugar onde habitar. Aprenderemos a construir uma casa para conviver com dignidade, alegria e fraternidade?
[1] De autoria de Luis Fonsi em parceria com a panamenha Erika Ender, a música é animada, simples, repetitiva e com um ritmo cativante e familiar, que é interrompido com mudanças inesperadas. Um estudo do Departamento de Psicologia, da Western Washington University, destaca três elementos-chave: que o cantor sustenta a palavra sílaba por sílaba (‘Des-pa-cito’), que há muitos sons (agudos e graves, rápidos e lentos) e a mistura de vozes, agudas e fortes, de Luis Fonsi e Daddy Yankee. No início de 2022, o número de visualizações de “Despacito” ultrapassou 7,8 bilhões, sendo superado pela música infantil “Baby Shark”, que na mesma data estava próximo de 10 bilhões de visualizações.
[2] Jeremy Rifkin. The Third Industrial Revolution: How Lateral Power Is Transforming Energy, the Economy, and the World. Nueva York: Palgrave Macmillan, 2011.
[3] Entre as obras de ficção científica mais conhecidas de H. G. Wells vale destacar: ‘A máquina do tempo’ (1895), ‘A ilha do doutor Moreau’ (1896), ‘O homem invisível’ (1897) e ‘A guerra dos mundos’ (1898).
[4] H.G. Wells. ‘Cérebro mundial’. Madrid: Mundarnau, 2004 [H.G. Wells. World Brain. Doubleday. NY: Doran & Co. 1938]. [o grifo é meu].
[5] E.M. Forster. ‘La máquina se para’. Madrid: Ediciones Salmón. 2016. [A edição original se chamou “The Machine Stops”, publicada inicialmente em novembro de 1909, em ‘The Oxford and Cambridge Review’].
[6] A transição da página para a tela não se limita a modificar nossa forma de navegar por um texto. Também influencia no grau de atenção que conferimos a um texto e na profundidade em que mergulhamos nele. Por exemplo, os links e hiperlinks em um texto prendem a nossa atenção, incentivando-nos a clicar nos mesmos e sair do texto em que estamos imersos, o que acaba nos distraindo e impedindo uma concentração permanente. A Internet abre as portas para uma biblioteca de informações sem precedentes, mas ao mesmo tempo estamos diminuindo a capacidade de conhecer um assunto em profundidade por nós mesmos. Ver: Carr N. ‘Superficiales: ¿Qué está haciendo Internet con nuestras mentes?’, Madri: Taurus, 2011.
[7] Byung-Chul Han. ‘No-Cosas. Quiebras del mundo de hoy’. Barcelona. Taurus, 2021.
[8] UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância). ‘El progreso de las naciones’. Barcelona: UNICEF, 1996.
[9] Matt Ridley. ‘El optimista racional. ¿Tiene límites la capacidad de la raza humana?’, Madrid: Taurus, 2011. [O grifo é meu].
[10] Ver, por exemplo, os trabalhos de Raymond Kurzweil, José Luis Cordeiro e outros promotores de um futuro tecnodistópico. R. Kurzweil. ‘La singularidad está cerca’, Lola Books, 2012.
[11] R. Floud, R.W. Fogel, B. Harris, S.C. Hong. ‘The Changing Body, Health, Nutrition, and Human development in the Western World since 1700’. Cambridge, Cambridge University press, 2011.
[12] Komlos J. “Shrinking in a Growing Economy? The Mystery of Physical Stature during the Industrial Revolution”. Journal of Economic History 1998;58(3):779-802.
[13] Thomas Piketty. ‘Capital e ideología’. Barcelona: Paidós, 2019.
[14] Wilkinson RG, Pickett K. ‘Desigualdad. Un análisis de la (in)felicidad colectiva’. Madrid: Turner, 2009. Benach J. “La desigualdad es la peor pandemia.” ‘Papeles de relaciones ecosociales y cambio global’. 2021(154):33-46; Benach J. ‘La salud es política. Un planeta enfermo de desigualdades’. Barcelona: Icaria, 2020.
[15] Aburto J.M., Schöley J., Kashnitsky I., et al. “Quantifying impacts of the COVID-19 pandemic through life-expectancy losses: a population-level study of 29 countries”. Int Journal of Epidemiology 2022; 63–74 doi: 10.1093/ije/dyab207.
[16] M. Sacristán. “Carta de la redacción del nº 1 de Mientras Tanto.” Nov-dic 1979. Em: M. Sacristán. ‘Pacifismo, ecología y política alternativa’. Barcelona: Icaria, 1987.
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Construir uma casa habitável? Artigo de Joan Benach - Instituto Humanitas Unisinos - IHU