31 Agosto 2021
"As imagens que vemos do Afeganistão, de pessoas amontoadas na lama e depois de mães que jogam as crianças por cima do arame farpado, são como ver ser atirado o próprio coração, o nosso coração é um refugiado neste mundo. Eu também tenho o desejo de jogar meu coração por cima do arame farpado, porque aquelas imagens que vemos me dizem respeito. Eu sou eles, eu sou aquela criança, eles são todos os rostos de Cristo”. Roberto Benigni disse isso outra noite em Viareggio (Lucca), onde recebeu o prêmio especial Cidade de Viareggio.
A informação é publicada por La Stampa, 30-08-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Um bebê sendo entregue a um soldado estadunidense no aeroporto de Cabul. Foto: Reprodução Religión Digital
Benigni ecoou as palavras da vencedora da seção de ficção Edith Bruck segundo a qual “vivemos em um mundo de refugiados”: “Ela tem razão e meu coração é um refugiado ao ver as imagens de mães que jogam as crianças por cima do arame farpado. Aqueles são todos os rostos de Cristo, não podemos fazer outra coisa senão ajudar aquelas pessoas. Não há outra coisa a fazer".
O vencedor do Oscar disse ter contado “o Holocausto com ironia porque era ficção mediada pela arte, a arte sempre muda o sujeito que narra. Enquanto hoje as imagens do Afeganistão são uma realidade trágica, é uma chama que queima, que ainda não pode ser tratada com ironia”.
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‘O meu coração também é refugiado’, diz vencedor do Oscar - Instituto Humanitas Unisinos - IHU