06 Agosto 2021
O artista e jesuíta esloveno Marko Rupnik juntamente à sua equipe, composta por 20 pessoas de diferentes países, trabalharam intensivamente no Santuário da Caverna de Santo Inácio, em Manresa, instalando uma série de mosaicos que eles criaram para as capelas laterais.
A reportagem é publicada por Jesuits Global, 02-08-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
A obra cativa a todos que a contemplam, pela força de sua mensagem, sua beleza e o fascinante processo envolvido em sua criação. São mais de 550 m² de mosaicos, que mostram a peregrinação cristã por meio dos Exercícios Espirituais. “Um itinerário de oração”, explicou o próprio artista, “no qual se passa de um catolicismo professo a uma fé vivida”.
Em 2015, Marko Ivan Rupnik veio à La Cova de Sant Ignasi e teve a oportunidade de apresentar, por meio de sua arte e da experiência dos Exercícios Espirituais, a história da Salvação. A partir de então, trabalhou com sua equipe no Centro Aletti de Roma para projetar cada uma das oito salas que formam as capelas laterais da Igreja. Quando Rupnik e sua equipe chegaram a Manresa em março de 2021, eles desempacotaram vários recipientes: mármores dos cinco continentes, cristais vitrificados com pigmentos selecionados de todo o mundo, peças de cerâmica de ouro e prata e muito mais. Mas o que realmente era importante foi a equipe de 22 artesãos, de mais de dez nacionalidades diferentes, que trabalharam dia e noite para concluir os mosaicos em duas semanas. Com Rupnik, eles estudaram as tradições cristãs orientais e ocidentais, dominaram diferentes formas de arte, ícones antigos, mosaicos clássicos, a Bíblia, história. Eles também fizeram de seu trabalho um momento de oração. Na experiência de viver a fé está a energia para transmitir a história sagrada nesta obra de arte contemporânea que hoje contemplamos.
Nos mosaicos, a luz parece vir diretamente das pedras. Cuidado especial foi tomado com os rostos e mãos dos personagens nas cenas. No total, são 93 figuras humanas no santuário em 25 cenas de nossa vida com Deus. O material fragmentado torna-se unificado à medida que se aproxima do humano e o humano se aproxima do divino. Há também um código de cores que acompanha toda a obra: por exemplo, ouro, vermelho e branco contêm a presença de Deus, mas cinza e preto são a ausência do bem, a ausência de luz e o afastamento de Deus.
Quando perguntamos a Rupnik o que poderíamos chamar de conjunto de mosaico desta obra de arte no Santuário de La Cova de Sant Ignasi, ele respondeu: um espaço de encontro.
O jesuíta explicou que o mosaico é uma forma de arte extraordinária que implica uma experiência comunitária. “Uma experiência de Igreja, como comunhão de pessoas, que expressa o que somos”. O artista garante que, nessa técnica, se estabelece um diálogo com a pedra. “A primeira lição para cortar a pedra é manuseá-la com amor, com ternura”.
Poder realizar este trabalho exatamente no lugar onde Santo Inácio de Loyola começou a escrever o livro dos Exercícios representa, para este artista jesuíta, um presente que recebe com “imensa gratidão” e também como “a culminação do que eu tenho pensado e estudado durante toda a minha vida”.
Após meses de instalação, o trabalho foi concluído com uma instalação de iluminação aconchegante para ajudar a promover o recolhimento e a oração. O Santuário foi reaberto ao público em abril, enquanto o ato solene de inauguração aconteceu no dia de Santo Inácio, 31 de julho, na presença do superior-geral da Companhia de Jesus, padre Arturo Sosa, que presidiu a bênção desta obra de arte.
A remodelação do interior do Santuário faz parte da celebração do Inácio 500, o ano que comemora, entre maio de 2021 e julho de 2022, a conversão do fundador dos jesuítas. Uma festa vivida intensamente em Manresa, já que coincide com o 500º aniversário.
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Ano Inaciano. Um espaço de encontro com 550m² de mosaicos em Manresa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU