06 Março 2021
"Primeiramente, como ele realmente não está fazendo nada e, por isso mesmo mostra, com a devida clareza que a situação, de alguma forma lhe é conveniente, poderia, para o bem de todos ao menos deixar de mencionar as suas péssimas opiniões porque isso acaba influenciando muita gente, dificultando sobremaneira todo o trabalho para conter a pandemia", escreve José Afonso de Oliveira, sociólogo formado pela PUC Campinas e professor aposentado da UNIOESTE.
No momento em que estamos agora, do pico da pandemia com crescimento vertiginoso de infectados e de óbitos, chegando agora a marca superior de 1,900 por dia, não podemos jamais admitir que o presidente da República, nesta semana, em Uberlândia, mais uma vez tenha se referido à pandemia como algo menor, sem importância, afirmando que todos aqueles que querem o isolamento são covardes e que há muito mimimi por conta dessa pandemia.
Primeiramente, como ele realmente não está fazendo nada e, por isso mesmo mostra, com a devida clareza que a situação, de alguma forma lhe é conveniente, poderia, para o bem de todos ao menos deixar de mencionar as suas péssimas opiniões porque isso acaba influenciando muita gente, dificultando sobremaneira todo o trabalho para conter a pandemia. Ainda antes havia mencionado que usar máscara era uma bobagem tanto que ele não usa e gosta muito de estar em aglomerações que ele mesmo provoca.
Quando você Miguel Nicolellis comentando sobre a crise que estamos vivendo, buscando entender tudo aquilo que vem pela frente ficamos realmente atentos. Ele é um médico, neurocirurgião em professor universitário nos Estados Unidos, ao mesmo tempo que trabalha com crianças na periferia de Natal no Rio Grande do Norte.
Atila Iamarino microbiologista com doutorado no exterior também traça perfis de futuro próximo que tem grande impacto e credibilidade, pois que, anteriormente já alertava para a situação que agora chegou e deve permanecer.
Pensemos que no ano passado teríamos que ter, no mínimo, realizado testes em massa para podermos adequadamente verificarmos os níveis de expansão da doença, ao mesmo tempo que também prestarmos o atendimento médico adequado sem necessidade de internamento hospitalar. Isso não só não foi feito como cerca de 7 milhões de testes, guardados no aeroporto de Guarulhos se deterioram sem terem sido utilizados.
No lugar disso o presidente da República e o próprio ministro da saúde informavam, contra todas as recomendações nacionais e internacionais a respeito de um tratamento precoce e, para tanto incentivavam as pessoas a comprarem Cloroquina o que não tinha absolutamente nenhuma comprovação científica. Mais do que isso, o laboratório do Exército passou, por ordem presidencial, a produzir, em escala industrial Cloroquina, para ser distribuído aos agentes sanitários, Brasil afora, o que realmente foi feito, parcialmente.
Agora só temos as medidas preventivas individuais e as restrições e fechamento de todos os serviços em âmbito nacional dado o agravamento da expansão da doença com novas cepas e com os sistemas hospitalares inteiramente lotados, prevendo-se o surgimento do colapso de todo o sistema que agora já parece como sendo inevitável. Se essas medidas não forem tomadas agora, o caos estará instalado com grande número de infectados e mortos que poderiam ser evitados.
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É preciso reagir, é necessário. Artigo de José Afonso de Oliveira - Instituto Humanitas Unisinos - IHU