Um olhar sobre o mundo: a América Latina, a Covid-19 e nós

Foto: Santiago Sito | Flickr CC

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03 Julho 2020

"Nossas comunidades acompanharam com atenção a evolução da disseminação do vírus na Europa e começaram a agir prontamente para responder com criatividade e responsabilidade à crise que estava por vir. Sabendo que a crise alimentar alcançaria rapidamente os mais pobres devido ao fechamento de refeitórios e instituições de caridade institucionais, imediatamente começaram a distribuir alimentos para os sem-teto nas grandes cidades e para as famílias mais pobres isoladas nos bairros periféricos", escreve a Comunidade Santo Egídio, 02-07-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o texto.

São alarmantes as notícias que chegam da América Latina e Central, que se tornaram nestas últimas semanas epicentro da pandemia de Covid-19. Os dados do mês de junho informam que o Brasil ultrapassou o limiar de 50.000 mortes, tornando-se o segundo país do mundo com o maior número de infectados e mortos pela Covid, com mais de 1 milhão de infectados, logo abaixo dos Estados Unidos. Peru e Chile, com 257.447 e 246.963 casos, respectivamente, estão entre os dez países mais atingidos pelo coronavírus no mundo, na frente da Itália e do Irã, que também foram o epicentro do vírus e sofreram o maior impacto durante a primeira metade do ano.

Há também um alarme no México que, desde segunda-feira, 22 de junho, registra um número de mortes diário maior que o Brasil. Enquanto na Argentina o número de casos chega a 50.000 e ali também há muitos mortos.

Características particulares da pandemia na América Latina

Uma economia baseada em quase toda parte em empregos informais (mais de 60% em muitas áreas da América Central) significa que a grande maioria da população abandonou o isolamento social após algumas semanas, para tentar buscar formas de conseguir alimento com serviços precários e sem nenhum tipo de controle.

A estrutura do continente, com enormes aglomerações urbanas com milhões de habitantes: Cidade do México, Lima, São Paulo, Buenos Aires, Bogotá, Santiago e extensões infinitas de favelas com densidades habitacionais muito altas, também representa terreno fértil para a propagação do vírus.

No quadro geral, bastante complexo, no entanto, existem alguns países que alcançaram resultados importantes na contenção da infecção. Estes incluem Cuba e Uruguai.

Particularmente preocupante é a situação em Tapachula, a área do México onde os migrantes da América Central e do Sul fogem para chegar aos Estados Unidos. Ali havia uma missão da Santo Egídio para ajudar os refugiados e estamos muito preocupados: o número de pessoas infectadas é alto e as estruturas que abrigam os migrantes para prevenir a infecção estão fechadas para novos ingressos.

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