01 Abril 2020
Enquanto os governos nacionais e locais têm emitido ordens para ficar em casa a fim de conter a propagação do coronavírus, o Papa Francisco pediu que as pessoas rezem e ajudem os desabrigados.
A reportagem é de Carol Glatz, publicada em Catholic News Service, 31-03-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Ele ofereceu sua missa da manhã do dia 31 de março pelos sem-teto “neste momento em que se pede que as pessoas fiquem dentro de casa”.
No início da missa transmitida ao vivo da capela da sua residência, o papa rezou para que as pessoas tomem consciência de todos aqueles que não têm abrigo e moradia, e os ajudem, e que a Igreja os “acolha”.
Em sua homilia, o papa refletiu sobre a primeira leitura e o Evangelho do dia, que, juntos, disse ele, são um convite para contemplar Jesus na cruz e compreender como ele se permitiu carregar o pecado de muitos e dar a sua vida pela salvação das pessoas.
A primeira leitura do Livro dos Números (21,4-9) lembrava que o povo de Deus, que fora tirado do Egito, ficou impaciente e enojado com sua difícil vida no deserto. Como punição, Deus enviou cobras venenosas que morderam e mataram muitos deles.
Então o povo reconheceu que havia pecado e implorou a Moisés que pedisse a Deus que mandasse embora as serpentes. Deus instruiu Moisés a criar uma serpente de bronze e a colocá-la em um poste, para que aqueles que haviam sido mordidos pudessem olhar para ela e viver.
O relato é uma profecia, disse o Papa Francisco, porque prediz a vinda do Filho de Deus, feito pecado – que muitas vezes é representado como uma serpente – e pregado em uma cruz para que a humanidade possa ser salva.
“Moisés faz uma serpente e a eleva. Jesus será elevado, como a serpente, para dar a salvação”, disse. O fundamental, afirmou, é ver que Jesus não conhecia o pecado, mas foi feito pecado, para que as pessoas pudessem se reconciliar com Deus.
“A verdade que vem de Deus é que ele veio ao mundo para assumir os nossos pecados sobre si a ponto de se fazer pecado. Todo pecado. Os nossos pecados estão ali”, disse o papa.
“Devemos nos acostumar a olhar para o crucificado sob essa luz, que é a mais verdadeira – é a luz da redenção”, disse.
Olhando para o crucifixo, as pessoas podem ver “a derrota total de Cristo. Ele não finge que morre, ele não finge que não sofre, sozinho, abandonado”, disse.
Embora as leituras sejam difíceis de compreender, o papa pediu que as pessoas tentassem “contemplar, rezar e agradecer”.
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Enquanto as pessoas são obrigadas a ficar em casa, papa pede ajuda aos sem-teto - Instituto Humanitas Unisinos - IHU