Argentina. Igreja adverte que quando o coronavírus passar, virá “a pandemia da fome”

Vila Miseria na Argentina (Fonte: Wikimedia Commons)

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10 Junho 2020

O presidente da Conferência Episcopal Argentina (CEA), dom Oscar Ojea, advertiu que quando o coronavírus passar, “viveremos a pandemia da fome e do desemprego”, e afirmou que esta situação “desnudou uma profunda desigualdade, uma grande iniquidade” no país.

A reportagem é publicada por Télam, 09-06-2020. A tradução é do Cepat.

“Viveremos a pandemia da fome e do desemprego. A pandemia da luta pelo poder, a pandemia de muitas dificuldades para poder chegar ao fim do mês. Para esta situação e quando nos sentarmos à mesa, todos devem estar”, disse Ojea em uma videomensagem divulgada pelo Escritório de Comunicação e Imprensa da CEA.

Ojea defendeu que “a pandemia desnudou uma profunda desigualdade, uma grande inequidade no mundo em que vivemos, de maneira que nós, ao nos darmos conta desta situação, temos que começar a ver como sair juntos, todos”.

Além disso, apontou que tem percebido “um grande desencanto em nossa gente, nestes últimos dias, quando aparecem nossas feridas, nossas divisões e fissuras”, e refletiu que há “um grande desafio pela frente: um inimigo comum, que coloca em risco todos e que deve ajudar a nos unir de verdade”.

“Vivemos essa polaridade que nós, argentinos, muitas vezes temos, de nos tornar verdugos, após ter sido vítimas. Extremamos tudo, deixamos de escutar, aparecem os partidarismos e os internismos. É preciso jogar a culpa em alguém”, refletiu o bispo de San Isidro. Continuou dizendo que “outra tentação é buscar a unidade sem a diversidade, e então, aqui, caímos na uniformidade e perdemos liberdade”.

Ojea acrescentou, ao parafrasear o Papa Francisco, que o Santo Padre “nos diz que nos é apresentada agora, pensando depois da pandemia, uma oportunidade inédita: temos que escrever uma nova história que deixou para trás, e está deixando, muito sofrimento e muita dor”.

Nessa linha, também destacou que o Papa considera que “estamos diante de uma oportunidade, que chama de uma oportunidade de regenerar, nem sequer de reconstruir, mas, sim, de regenerar, que é criar novamente situações inéditas”.

O titular da CEA defendeu, além disso, “buscar um estilo de vida mais austero que possa favorecer a distribuição de recursos entre nós. Uma conversão que mude estilos de vida, que mude hábitos de consumo, que freie os maus tratos em relação à natureza e, ao mesmo tempo, os maus-tratos direcionados ao irmão que temos próximo, sobretudo se é pobre”.

Finalmente, Ojea pediu “que o Espírito de Deus nos ilumine para nos preparar para um tempo de muita unidade na diversidade, um tempo verdadeiramente criativo, em que precisamos buscar regenerar um mundo novo”.

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