09 Junho 2020
Francisco escreveu a Iván Duque Márquez, presidente da Colômbia, país anfitrião do Dia Mundial do Meio Ambiente 2020, comemorado em um nível virtual por causa do coronavírus. Não podemos ignorar a destruição do ecossistema, afirma o Papa, a casa comum deve ser construída e protegida juntos.
A reportagem é de Alessandro De Carolis, publicada por Vatican News, 06-06-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
O desastre ambiental na Sibéria despenca como uma emblemática montanha de gelo sobre o Dia Mundial do ambiente e, se possível, torna as palavras de Francisco ainda mais poderosas. O tom da mensagem que ele envia ao presidente colombiano é de urgência, condensa a preocupação de um olhar que não se resigna e chama à reunião. Aquelas “infligidos à nossa mãe terra - escreve Francisco - também são feridas que sangram em nós. O cuidado dos ecossistemas precisa de um olhar para o futuro, que não permaneça apenas no imediato, em busca de um ganho fácil e rápido; um olhar cheio de vida e que busque a conservação para o benefício de todos".
As três páginas da carta, dirigida ao presidente colombiano Duque Márquez, nascem diretamente do magistério do papa sobre esse tema, alguns dias antes do anúncio de um Ano especial dedicado à Laudato Si’, publicada há cinco anos, mas atual como nunca. A proteção ambiental e o respeito pela "biodiversidade do planeta são questões que dizem respeito a todos nós. Não podemos nos fingir saudáveis em um mundo doente", insiste Francisco, uma voz que nos estimula a assumir responsabilidades. "Não podemos - diz ele - permanecer calados diante do clamor quando vemos os custos tão altos da destruição e da exploração do ecossistema. Não é o momento de continuar olhando para o outro lado, indiferentes aos sinais de um planeta que está sendo saqueado e violado pela ganância do lucro e em nome - muitas vezes - do progresso".
Para nós, o Papa reitera - dirigindo-se em particular aos participantes do Dia Mundial do Meio Ambiente, envolvidos em encontros à distância para a pandemia -, cabe “inverter a tendência e apostar em um mundo melhor e mais saudável, deixando-o em herança para as gerações futuras. Tudo depende de nós; se realmente queremos isso". E o convite especial é exatamente para compartilhar o que a Encíclica solicita, para estar "mais consciente - ele escreve - do cuidado e proteção da nossa casa comum, bem como dos nossos irmãos e irmãs mais frágeis e descartados na sociedade". Por esse motivo, explica: “Encorajo vocês nesta tarefa que empreenderam, para que suas deliberações e conclusões sejam sempre a favor da construção de um mundo cada vez mais habitável e de uma sociedade mais humana, na qual haja espaço para todos e ninguém fique de pé".
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O Papa: não podemos fingir que somos saudáveis num mundo doente - Instituto Humanitas Unisinos - IHU