Em nova entrevista, presidente dos bispos alemães endossa bênçãos da Igreja a casais LGBTQ

Foto: Needpix

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

18 Abril 2020

Outro importante bispo alemão endossou as bênçãos da Igreja para casais do mesmo sexo, sugerindo que a Igreja precisa trabalhar para mudar a compreensão das pessoas de que ela só fala de maneira condenatória quando se trata da sexualidade.

A nota é de Robert Shine, publicada em New Ways Ministry, 17-04-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Dom Georg Bätzing, bispo de Limburgo, fez seus comentários em uma recente entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, um dos principais jornais diários da Alemanha.

Questionado sobre o futuro da igreja, Bätzing disse que era problemático que muitas pessoas “considerem os ensinamentos morais da Igreja como uma moral proibitiva”, e especialmente em questões de sexualidade. “Gostaria de mudar isso”, disse o bispo, “sem desenvolver um ensino completamente novo”.

Mais especificamente, Bätzing, recentemente eleito presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha, identificou as bênçãos da Igreja para casais do mesmo sexo e os padres casados como duas áreas em que essas mudanças poderiam ocorrer:

“Na primeira questão – a da preocupação da Igreja com os homossexuais –, ‘por muito tempo, na teologia moral, dissemos que, se o amor verdadeiro é viver no compromisso e na fidelidade, devemos reconhecer isso’, explicou o bispo, enfatizando que, ‘se as pessoas decidem por si mesmas como querem vivem, não podemos dizer que a relação delas é abençoada por Deus?’”.

No ano passado, a Diocese de Limburgo, sob a liderança do bispo, iniciou um processo para debater essas bênçãos. Bätzing tem repetidamente encorajado a Igreja a “preencher a lacuna” entre o ensino da Igreja e as realidades vividas pelas pessoas.

Em uma sessão do Caminho Sinodal da Igreja alemã no início deste ano, o bispo sugeriu que o modo de preencher essa lacuna poderia incluir “o alargamento, abertura e a mudança desse ensinamento” em diálogo com a ciência.

As palavras de Bätzing carregam um peso adicional, uma vez que ele lidera o grupo de trabalho sobre a moral sexual do Caminho Sinodal.

Várias lideranças da Igreja alemã falaram favoravelmente sobre as bênçãos da Igreja para casais do mesmo sexo, incluindo o presidente anterior da Conferência Episcopal do país, o cardeal Reinhard Marx, que, no início deste ano, reverteu sua posição de 2018 contra essas bênçãos.

O bispo Franz-Josef Bode, de Osnabrück, reafirmou essas bênçãos pelo menos três vezes, uma vez em 2018, uma vez em 2019 e uma vez no ano passado. Também ofereceu um endosso no ano passado a Dom Dieter Geerlings, bispo auxiliar emérito da Diocese de Münster, que reafirmou seu apoio anterior.

O Comitê Central de Católicos Alemães, liderado pelos leigos desse país, endossou formalmente essas bênçãos no ano passado, mas fez isso informalmente em relação às bênçãos a casais do mesmo sexo ainda em 2015.

A Igreja Católica da Alemanha continua sendo a líder em encontrar formas de afirmar as pessoas e os relacionamentos LGBTQ.

Leia mais