17 Abril 2020
A Associação Mundial de Comunicadores Cristãos (WACC, a sigla em inglês) iniciou campanha de “resposta rápida” à covid-19, com o objetivo de angariar fundos de apoio a mídias que irradiem informações a comunidades e pessoas vulneráveis que não conseguem acessar as mídias convencionais.
A informação é de Edelberto Behs, jornalista.
“A pandemia nos lembrou o quão crítico é o acesso a informações precisas e a plataformas de comunicação confiáveis”, disse o gerente do programa Comunicação para Mudanças Sociais da WACC, Lorenzo Vargas. Muitas dessas comunidades não são alcançadas pelas informações fornecidas por governos e pela grande mídia comercial ou pública, agregou.
No Equador, a Confederação de Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana (CONFENIAE) traduziu para seis idiomas de diferentes culturas amazônicas falados no país as informações oficiais divulgadas em espanhol pelo governo equatoriano, bem como as observações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o coronavírus.
“O Equador é um país multinacional que reconhece oficialmente duas línguas indígenas – kichwa e shuar”, explicou o diretor da Confederação, Andreas Tapia. Além desses dois idiomas, as informações sobre a covid-19 foram vertidas para o wao tededo, ai’kofan, maicoca, siona e siekopai, enfatizando a recomendação máxima: fique em casa!
No Nepal, a Rede de Rádio Comunitária Indígena, em parceira com a Televisão Indígena, produziu uma série de anúncios sobre serviços públicos de prevenção ao coronavírus em 15 idiomas indígenas e um em nepalês. Os povos indígenas da região são especialmente vulneráveis à pandemia devido à insegurança econômica e alimentar.
A rádio comunitária Al Balad, de Amã, destaca em sua programação a periculosidade do novo vírus e lembra a situação dos 656 mil refugiados na Jordânia, vítimas do conflitos de nove anos na vizinha Síria. “Até o momento, não foram relatados casos de algum refugiado sírio ter contraído o coronavírus. No entanto, não está claro se o motivo é a falta de contato ou a falta de testes”, informou Daoud Kuttab, porta-voz da Community Media Network, que opera a rádio Al Balad.
A rede da WACC conta com 39 parceiros de rádios comunitárias, muitas delas conectadas por sua vez a centenas de rádios indígenas e comunitárias que irradiam a programação em idiomas locais. A rede inclui ainda mais de 40 grupos da sociedade civil e da fé voltados a populações marginalizadas e rurais, incluindo migrantes e refugiados.
O fundo que ora está em formação apoiará dez a 15 projetos de canais que possam transmitir rapidamente informações sobre a pandemia em idiomas locais. A WACC é uma organização internacional sem fins lucrativos que promove a comunicação como um direito humano básico. Ela trabalha com pessoas de todas as denominações e religiões com o propósito de dar visibilidade as pessoas e comunidades de todo o mundo.
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WACC incentiva pequenos projetos de comunicação que salvam vidas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU