26 Mai 2019
“Sejamos verdadeiramente os discípulos do ressuscitado e os seguidores do Papa Francisco, sem ficarmos apenas rezando piedosamente por ele, todo domingo”, escreve Pedro Pierre, em artigo publicado por ALAI, 23-05-2019. A tradução é do Cepat.
Não é necessário ser especialista em sociologia ou análise internacional para perceber que o Papa Francisco é atualmente o "grande líder" do mundo, não apenas por seu prestígio religioso, mas também por ser alguém que, como ninguém, defende a humanidade e a natureza. Somente aqueles que não querem ver podem dizer que os problemas das mudanças eclesiais, ambientais e sociais serão resolvidos por si mesmos ou continuando como estamos ou retornando ao passado.
Por tudo isso, tem muitos inimigos, internos e externos. Os inimigos internos são as máfias dos fundamentalistas, conservadores, príncipes cardeais e outras seitas católicas que não querem deixar a Idade Média e seus privilégios e os poderes que lhes dão o exercício de uma religião 'ópio do povo', que tem muito pouco a ver com o Evangelho.
O Papa Francisco nos leva de volta ao Evangelho de Jesus, profeta itinerante da Galileia, em sua simplicidade e radicalidade, ao Reino como o único absoluto, já que, segundo o próprio Jesus, "o restante virá em acréscimo", à prioridade dos pobres na pastoral, humana e social, porque são empobrecidos por um sistema perverso. Por isso, são os favoritos de Deus, ao mesmo tempo, vítimas inocentes e indefesas da exploração, da injustiça e da repressão e os únicos capazes de renovar a Igreja e transformar a sociedade.
Quanto aos seus inimigos externos, são os governos Trump, Bolsonaro e outros de corte fascista, bem como as grandes multinacionais e as poderosas instituições financeiras do neoliberalismo. Eles não gostam de ser informados da verdade ou de ser denunciados como promotores de imensas desigualdades entre ricos e pobres, sejam indivíduos ou nações, causando guerras, fomes e saques de matérias-primas. Nunca uma voz cristã havia se levantado tão clara e vigorosamente.
Outros inimigos mais disfarçados, mas não menos perversos e perigosos, são os grandes meios de comunicação internacionais que são os porta-vozes desses mesmos "inimigos externos". Não é de se admirar que estes sejam seus proprietários e acionistas famintos.
Sistematicamente, por um lado, silenciam a voz e as atitudes do Papa ou as distorcem, se limitando a extratos secundários e, por outro, se prestam a difundir mundialmente as críticas e proclamações dos opositores ao Papa Francisco. E quantos cristãos, incluindo bispos e padres, ficam com estas informações truncadas e parciais em suas grandes redes de televisão nacionais!
Duas situações a mais, sim, chamam a atenção. Por um lado, mais e mais vozes de personalidades não-cristãs e não crentes reconhecem a liderança e agora convidam a defender as grandes opções do Papa Francisco em favor dos pobres, dos explorados, dos migrantes, das minorias perseguidas e contra a perversidade e criminalidade do sistema econômico, porque isso nos levará à destruição, se não decidirmos parar ou reverter a atual organização mundial.
Parece que grande parte da humanidade está entorpecida e enganada pela engenhosidade do capitalismo que nos faz acreditar na idolatria do mercado de que "tudo vai se resolver". O Papa Francisco declara a prioridade da pessoa sobre todo o resto, convida a colocar o dinheiro a serviço das pessoas e do Bem Comum, proclama os direitos dos povos a uma vida digna e da natureza, pede uma espiritualidade que abarque toda a vida e todo o universo, além das culturas e religiões.
Por outro lado: E nós, cristãos e católicos, mornos e acomodados? "Muito bem, obrigado”. Muitos e muitos de nós ficamos de braços cruzados, esperando que os outros resolvam os problemas humanos e planetários que temos e não nos importamos em resolver ... mesmo sabendo que vamos deixar à jovem geração um mundo cada vez mais desumano e inabitável no curto prazo.
Temos muito pouca coragem, fé, dignidade e vergonha! O próprio Jesus lamentou: "Os filhos das trevas são mais astutos que os filhos da luz"... Mas também declarou, ressuscitado: "Ânimo: eu venci o mundo!"
Sejamos verdadeiramente os discípulos do ressuscitado e os seguidores do Papa Francisco, sem ficarmos apenas rezando piedosamente por ele, todo domingo.
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Por Francisco, mais que orações! - Instituto Humanitas Unisinos - IHU