08 Abril 2019
Na onda de novas tecnologias e aguardando a rotulagem, a Coop coloca à venda os primeiros ovos "cruelty free", seguindo o exemplo alemão.
A reportagem é de Giacomo Talignani, publicada por La Repubblica, 04-04-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Salvar os pintos machos. Esse é o objetivo que está envolvendo pesquisadores, empresas e distribuidores de todo o mundo nos últimos meses. Na Itália, agora a Coop também está tentando se envolver nessa mesma batalha. De fato, todos os anos no planeta, seis bilhões de pintinhos machos são mortos, muitas vezes sufocados, em fazendas de criação intensivas. Como repetidas vezes tem sido denunciado por várias investigações de associações ambientais, os filhotes são "triturados para se transformar em ração para outros animais".
Isso ocorre porque os pintos machos não produzem ovos e não são convenientes para a indústria para a obtenção de carne. Na Itália, fala-se em 44 milhões de pintos machos mortos por ano. Agora, no entanto, uma nova abordagem, criada pela necessidade de garantias éticas e realizada graças a tecnologias avançadas, oferece uma nova esperança para o futuro dos pintos. Nos supermercados alemães do Rewe Group, por exemplo, apareceram no início do ano as primeiras confecções Respeggt: ovos normais que foram processados com uma técnica inovadora que permite identificar o sexo do filhote que vai nascer desde o ovo, para não ter que matar os filhotes machos. Essa técnica para a Assoavi, a associação italiana dos avicultores, pode chegar em breve à Itália.
Nesse caso, graças a pesquisadores alemães e holandeses, é utilizado um marcador químico que, em contato com o fluido interno do ovo, assume uma cor diferente, dependendo se o embrião for de macho ou de fêmea. Os ovos comercializados que foram processados com essa técnica indicam, portanto, que nenhum macho foi morto na produção dos ovos.
No aguardo de novas rotulagens éticas requisitadas pelos consumidores na Itália, a Coop agora busca o mesmo objetivo, "salvar pintinhos machos". No âmbito da campanha de "Criação de saúde" para o bem-estar animal, acaba de enviar um projeto no qual este ano serão criados e não suprimidos no nascimento cerca de 750.000 pintinhos machos. "Os pintinhos machos - lembra a Coop em nota - estão apenas parcialmente destinados a se tornarem galeto ou frango capão, mas na maioria dos casos, justamente por serem considerados improdutivos, são suprimidos após o nascimento".
Esperando que até mesmo na Itália as novas tecnologias sejam desenvolvidas para conhecer o sexo do embrião diretamente do ovo, a Coop explica que como primeiro compromisso por enquanto "serão adquiridos pintos destinados a se tornarem galinhas poedeiras para a produção de ovos da marca somente se os pintos machos da mesma ninhada vierem a ser criados até a idade adulta. Ou seja, um pintinho salvo para cada galinha poedeira correspondente. Assim, os ovos com a marca Coop na casca podem ser definidos como a primeira cadeia ‘cruelty free’ na Itália".
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"Vamos salvar os pintinhos machos", chegam à Itália os ovos "cruelty free" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU