Um estudo publicado nesta semana mostra que as ondas nos mares do mundo todo estão mais potentes. Antes que os surfistas comemorem, porém, os pesquisadores advertem: isso é péssima notícia para as cidades costeiras, que já sofrem com o aumento do nível do mar.
A reportagem é publicada por Observatório do Clima, 15-01-2019.
Em trabalho nesta segunda-feira (14) no periódico Nature Communications, o grupo do espanhol Borja Reguero, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (EUA), mostrou que, desde 1948, a potência das ondas cresceu em média 0,4% no planeta.
Isso tem relação direta com o aquecimento da superfície do mar. Na semana passada, uma outra pesquisa mostrou que os primeiros 700 metros de profundidade dos oceanos estão 40% mais quentes do que relatou o IPCC, o painel do clima da ONU, em seu grande relatório de 2013/2014.
“Esse estudo mostra que a potência global das ondas pode ser um indicador valioso do aquecimento global”, disse Ingo Losada, da Universidade da Cantábria (Espanha), coautor do trabalho, em comunicado à imprensa.
Como a ação das ondas é uma das determinantes da erosão de praias e do alagamento de cidades, em especial durante ressacas em maré alta, a energia adicional das ondas se combina com a elevação do nível do mar para causar mais destruição durante eventos extremos.
Esse impacto ficou claro, por exemplo, na temporada de furacões de 2017 no Caribe e nas tempestades de inverno de 2013 e 2014 no Atlântico Norte, que afetaram a Europa.
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