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26 Junho 2018

No prefácio da coleção de ensaios de 1968, Homens em tempos sombrios, Hannah Arendt escreveu: "Mesmo no tempo mais sombrio temos o direito de esperar alguma iluminação." Nos tempos sombrios de hoje a obra de Arendt assume nova importância porque é justamente uma fonte de iluminação. Arendt foi dotada de notável perspicácia na análise dos problemas mais graves, as dúvidas mais profundas e as tendências mais perigosas da realidade política moderna, em muitos casos, ainda presentes hoje.

O artigo é de Richard J. Bernstein, filósofo americano que leciona em The New School for Social Research e que tem escrito, entre outas obras, Classical American Pragmatism, Neopragmatism, Critical Theory, Social Philosophy e Hermeneutics, publicado por La Repubblica, 25-06-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Nessa referência aos "tempos sombrios" e no seu convite para desconfiar das "exortações morais ou de outro gênero que, sob o pretexto de confirmar antigas verdades, degradam cada uma dessas a insignificante banalidade", lemos não só uma crítica aos horrores do totalitarismo do século XX, mas também um aviso sobre algumas forças amplamente presentes hoje no nível político dos Estados Unidos e da Europa.

Arendt foi um dos primeiros expoentes do pensamento político a defender que o crescimento constante do número de apátridas e refugiados teria continuado a ser um problema insuperável. Um de seus primeiros ensaios, Nós, refugiados, publicado em uma revista em 1943 e baseado em sua experiência pessoal de apátrida, levanta questões fundamentais. Arendt oferece uma vívida descrição do que significa perder casa, língua e trabalho, e conclui com uma reflexão mais geral sobre as consequências políticas do novo fenômeno, ou seja, a "criação" das massas de pessoas forçadas a deixar as próprias casas e o próprio país "os refugiados forçados a vagar de país em país representam a vanguarda de seus povos [...] O respeito recíproco dos povos europeus se estraçalhou quando, e porque, permitiu-se que os membros mais fracos fossem excluídos e perseguidos".

No momento em que escrevia tudo isso, Arendt não poderia saber o quanto as suas observações seriam atuais em 2018. Nos últimos cem anos, praticamente todos os acontecimentos políticos significativos levaram à proliferação de novas categorias de refugiados, um fenômeno aparentemente destinado a se repetir sem fim. No ensaio de 1951, intitulado As Origens do Totalitarismo, Arendt escreve, referindo-se aos refugiados: "A desgraça de indivíduos sem estatuto jurídico não consiste em ser privados da vida, da liberdade, da busca da felicidade, da igualdade perante a lei e da liberdade de opinião, mas em não pertencer mais a nenhuma comunidade". A perda da comunidade comporta a expulsão da própria humanidade. Fazer um apelo aos direitos humanos em abstrato não serve na ausência de instituições que garantam efetivamente tais direitos. O mais fundamental dos direitos é o "direito de ter direitos".

O ensaio Verdade e política, publicado em 1967, poderia ter sido escrito ontem. A análise que Arendt faz da mentira sistemática e do perigo que representa para a verdade efetiva se encaixa perfeitamente. Pelo fato que as verdades efetivas são contingentes e, portanto, o seu oposto é possível, é muito fácil destruir a verdade efetiva substituindo-a por "fatos alternativos", ou seja, realidades alternativas. Em Verdade e Política, ela escreve: "A liberdade de opinião é uma farsa, a menos que a informação efetiva não seja garantida, e os fatos em si sejam removidos da disputa". Infelizmente uma das técnicas mais bem sucedidas para esmaecer a diferença entre verdade e falsidade é distribuir qualquer verdade como uma simples opinião: o que acontece mais ou menos diariamente na administração Trump. Hoje, os líderes políticos estão seguindo com grande sucesso uma prática flagrante dos regimes totalitários do passado, isto é, criam um mundo fictício de realidades alternativas.

Arendt identifica um risco ainda pior: "O resultado de uma substituição coerente e total de mentiras à verdade não é que agora as mentiras serão aceitas como verdade e que a verdade será denegrida como mentira, mas que o sentido graças ao qual nós nos orientamos no mundo - e a categoria de verdade versus falsidade está entre os meios mentais destinados a esse fim - é destruído".

As possibilidades de mentir se tornam ilimitadas e muitas vezes encontram pouca resistência. Muitos progressistas continuam perplexos com a indiferença do público diante de mentiras desmascaradas com base na verificação dos fatos. Mas Arendt tinha entendido como realmente funciona a propaganda. As massas "se deixam convencer não pelos fatos, nem mesmo pelos fatos inventados, mas apenas pela compactação do sistema que promete abraçá-las como uma sua parte". Os indivíduos que se sentem negligenciados e esquecidos anseiam por uma narrativa - mesmo fictícia - que dê um sentido à ansiedade que sentem e prometa uma espécie de redenção. Os líderes autoritários se beneficiam amplamente explorando essas ansiedades e inventando uma história a que as pessoas queiram acreditar. Uma história inventada que promete resolver os problemas de cada um tem muito mais aceitação que os fatos e as teses "racionais".

Arendt não era uma Cassandra. Não se limitou apenas a denunciar os riscos políticos, mas elaborou um conceito preciso da dignidade da política. Graças à nossa capacidade de agir, estamos sempre em condições de dar vida a uma renovação. O foco do pensamento de Arendt está precisamente na necessidade de assumirmos a responsabilidade de nossa vida política. A sua defesa da dignidade da política representa um parâmetro de juízo importantíssimo para muitos de nós diante da situação atual, que vê a diminuição das oportunidades de participação, de ação em conjunto e de envolvimento em um debate autêntico entre pares. Devemos resistir à tentação de nos afastar da política pensando que nada pode ser feito contra as feiúras, os enganos e a corrupção de hoje. Por toda a vida Arendt se propôs a enfrentar e compreender realmente a escuridão dos nossos tempos, sem perder de vista a possibilidade de transcendência e de iluminação. Nós deveríamos ter o mesmo propósito.

Leia mais

  • Banalidade do Mal. Revista IHU On-Line, Nº 438
  • Hannah Arendt, Simone Weil e Edith Stein. Três mulheres que marcaram o século XXI. Revista IHU On-Line Nº. 168
  • O mundo moderno é o mundo sem política. Hannah Arendt 1906-1975. Revista IHU On-Line Nº. 206
  • A atualidade de Hannah Arendt
  • A problematização do mal no julgamento de Eichmann, segundo Hannah Arendt
  • Liberalismo e a dominação econômica da política: Arendt e Foucault
  • Hannah Arendt e a Modernidade. Política, economia e a disputa por uma fronteira
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