10 Abril 2018
A Exortação Apostólica Gaudete et exsultate, sobre o “chamado à santidade no mundo contemporâneo”, é um documento que, em cinco capítulos e 177 parágrafos, nos convida a sermos santos hoje. Explicando que não se trata de um chamado para poucos, mas um caminho para todos, que deve ser vivido na vida cotidiana: “O Senhor pede tudo, e em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade [...] Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”, escreve Francisco.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 09-04-2018. A tradução é de André Langer.
No primeiro capítulo, o Papa convida a não pensar apenas nos santos “já beatificados ou canonizados”, e recorda que “não existe identidade plena sem pertencer a um povo. Por isso ninguém se salva sozinho, como indivíduo isolado” (6). “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham para trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir [...] Esta é, muitas vezes, a santidade ‘ao pé da porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus, ou, para usar outra expressão, ‘a classe média da santidade’” (7).
Francisco nos convida a não desanimar diante de “modelos de santidade que parecem inatingíveis”, porque devemos seguir o “caminho único e diferente que o Senhor tem para nós” (11). O Papa explica que também existem “estilos femininos de santidade” (12), e insiste em que para ser santo “não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso. Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm a possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra” (14).
O Papa nos recorda que a santidade “irá crescendo com pequenos gestos”. Por exemplo: uma senhora vai ao mercado fazer as compras, encontra uma vizinha e começam a falar, e vêm as críticas. Mas esta mulher diz em seu interior: ‘Não, eu não falarei mal de ninguém’. Este é um passo na santidade. Depois, em casa, o seu filho reclama a sua atenção para falar das suas fantasias e, embora cansada, senta-se ao seu lado e escuta com paciência e carinho. Trata-se de outra oferta que santifica” (16). “Espero que consiga identificar a palavra, a mensagem de Jesus que Deus quer dizer ao mundo com a sua vida” (24).
O Papa escreve que “não é saudável amar o silêncio e esquivar o encontro com o outro, desejar descansar e rejeitar a atividade, buscar a oração e menosprezar o serviço” (26). Às vezes, “somos tentados a relegar a segundo plano a dedicação pastoral ou o compromisso no mundo, como se fossem ‘distrações’ no caminho da santificação” (27). Mas isso não significa “menosprezar os momentos de quietude, solidão e silêncio diante de Deus”. Até porque, atualmente, “as novidades contínuas dos recursos tecnológicos, o fascínio de viajar, as inúmeras ofertas de consumo, às vezes, não deixam espaços vazios onde ressoe a voz de Deus” (29). Portanto, convida a não ter medo “da santidade. Não lhe vai tirar forças, nem a vida nem a alegria” (32).
No segundo capítulo, Francisco chama a atenção para dois “inimigos sutis”, o gnosticismo e o pelagianismo: “duas formas de segurança doutrinária ou disciplinar que dão origem a um elitismo narcisista e autoritário, onde, em vez de evangelizar, o que se faz é analisar e classificar os demais e, em vez de facilitar o acesso à graça, consomem-se as energias em controlar” (35). Cuidado: essa atitude, adverte o Papa, também pode ser encontrada dentro da Igreja. É “também típico dos gnósticos crer que eles, com as suas explicações, podem tornar perfeitamente compreensível toda a fé e todo o Evangelho. Absolutizam as suas teorias e obrigam os outros a submeter-se aos raciocínios que eles usam” (39).
“Quando alguém tem resposta para todas as perguntas – escreve o Papa – demonstra que não está no bom caminho e é possível que seja um falso profeta [...] Deus nos supera infinitamente, é sempre uma surpresa e não somos nós que determinamos a circunstância histórica em que O encontramos, já que não cabe a nós determinar o tempo e o lugar do encontro. Quem quer tudo claro e seguro, pretende dominar a transcendência de Deus” (41). Francisco recorda que “chegamos a compreender muito mal a verdade que recebemos do Senhor. E, ainda com maior dificuldade, conseguimos expressá-la. Por isso, não podemos pretender que o nosso modo de entendê-la nos autorize a exercer um controle estrito sobre a vida dos outros” (43). A doutrina, afirma o Papa Bergoglio, “ou melhor, a nossa compreensão e expressão dela, não é um sistema fechado, privado de dinâmicas próprias capazes de gerar interrogações” (44).
Os pelagianos transmitem a ideia de que “tudo se pode com a graça de Deus, no fundo eles geralmente transmitem a ideia de que tudo se pode com a vontade humana, como se esta fosse algo puro, perfeito, onipotente, a que se acrescenta a graça” (49). “A graça – recordou Francisco –, precisamente porque supõe a nossa natureza, não nos faz repentinamente super-homens” (50).
“Os santos evitam colocar a confiança nas suas ações” (54), escreve o Papa. “A primeira coisa é pertencer a Deus. Trata-se de nos oferecer àquele que é o primeiro, dar a Ele as nossas habilidades, o nosso compromisso, a nossa luta contra o mal e a nossa criatividade, para que seu dom gratuito cresça e se desenvolva em nós” (56). Mas ainda há “cristãos que insistem em seguir outro caminho: o da justificação pelas suas próprias forças”, que se traduz em “uma autocomplacência egocêntrica e elitista, desprovida do verdadeiro amor” e manifesta-se em muitas atitudes: “a obsessão pela lei, o fascínio de exibir conquistas sociais e políticas, a ostentação no cuidado da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, a vanglória ligada à gestão de questões práticas” (57). Muitas vezes, “contra o impulso do Espírito, a vida da Igreja torna-se uma peça de museu ou a posse de alguns. Isso acontece quando alguns grupos cristãos dão excessiva importância à observância de certas normas próprias” (58).
“É bom recordar frequentemente – conclui o Papa – que existe uma hierarquia das virtudes” e “no centro está a caridade” (60). Com outras palavras: “no meio da densa selva de preceitos e prescrições, Jesus abre uma brecha que permite vislumbrar dois rostos: o do Pai e o do irmão” (61).
No terceiro capítulo, Francisco apresenta as bem-aventuranças do Evangelho como a “carteira de identidade do cristão”. E faz uma releitura delas atualizando-as.
“As riquezas não lhe dão segurança alguma. Mais ainda: quando o coração se sente rico, fica tão satisfeito de si mesmo que não tem espaço para a Palavra de Deus, para amar os irmãos” (68).
“É uma expressão forte, neste mundo que, desde o início, é um lugar de inimizade, onde se briga por todo lado, onde há ódio em toda a parte, onde constantemente classificamos os outros pelas suas ideias e por seus costumes” (71). O Papa recorda que “mesmo quando alguém defende a sua fé e as suas convicções, deve fazê-lo com mansidão, e até mesmo os adversários devem ser tratados com mansidão. Na Igreja, erramos muitas vezes por não ter acolhido este apelo” (73).
“A pessoa que, vendo as coisas como realmente são – escreve Francisco – deixa-se trespassar pela aflição e chora no seu coração, é capaz de alcançar as profundezas da vida e ser autenticamente feliz” (76).
“A justiça que Jesus propõe não é como aquela que o mundo procura, uma justiça tantas vezes manchada por interesses mesquinhos, manipulada para um lado ou para o outro. A realidade mostra-nos como é fácil entrar nas gangues da corrupção, fazer parte dessa política cotidiana do ‘é dando que se recebe’, onde tudo é negócio” (78). “Buscar a justiça com fome e sede: isto é santidade” (79).
“‘O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles’. O Catecismo lembra-nos que esta lei deve ser aplicada ‘a todos os casos’” (80). Jesus, recorda o Papa, “não disse: ‘Felizes os que planejam a vingança’, mas chama felizes aqueles que perdoam e o fazem ‘setenta vezes sete’” (82).
“O mundo das fofocas, feito por pessoas que se dedicam a criticar e destruir, não constrói a paz” (87). Enquanto os pacíficos “constroem paz e amizade social” (88). Embora ele reconheça que “não é fácil construir esta paz evangélica que não exclui ninguém; antes, integra mesmo aqueles que são um pouco estranhos, difíceis e complicados [...], aqueles que são diferentes” (89).
“Se não quisermos afundar em uma obscura mediocridade, não queiramos uma vida cômoda” (90). “Não podemos esperar, para viver o Evangelho, que tudo à nossa volta seja favorável” (91). Mas Francisco também explica que “um santo não é uma pessoa excêntrica, distante, que se torna insuportável pela sua vaidade, negativismo e ressentimento. Os apóstolos de Cristo não eram assim. O livro dos Atos refere, com insistência, que eles gozavam da simpatia ‘de todo o povo’” (93). Quanto às perseguições, “elas não são uma realidade do passado, porque hoje também as sofremos, quer de maneira sangrenta, como tantos mártires contemporâneos, quer de maneira mais sutil, por calúnia e falsidade” (94).
Francisco evoca as palavras de Jesus sobre dar de comer aos famintos e acolher os estrangeiros, apresentando-as como “uma regra de comportamento segundo a qual seremos julgados”. “Quando encontro uma pessoa dormindo ao relento – afirma o Papa –, numa noite fria, posso sentir que este vulto seja um imprevisto que me detém, um delinquente ocioso, um estorvo no meu caminho, um aguilhão molesto para a minha consciência, um problema que os políticos devem resolver e, talvez, até um lixo que suja o espaço público. Ou eu posso reagir a partir da fé e da caridade, e reconhecer nele um ser humano com a mesma dignidade, uma criatura infinitamente amada pelo Pai, uma imagem de Deus, um irmão redimido por Jesus Cristo. Isso é ser cristãos!” (98).
Infelizmente, escreve Francisco, às vezes, “as ideologias levam-nos a dois erros nocivos”. Por um lado, aquele que leva a transformar “o cristianismo em uma espécie de ONG, privando-o daquela espiritualidade irradiante” (100); por outro lado, há o erro daqueles que vivem “suspeitando do compromisso social dos outros, considerando-o algo superficial, mundano, secularizado, imanentista, comunista, populista” (101).
“A defesa do inocente nascituro, por exemplo – escreve o Papa –, deve ser clara, firme e apaixonada, porque neste caso está em jogo a dignidade da vida humana, sempre sagrada, e exige-o o amor por toda pessoa, independentemente do seu desenvolvimento. Mas igualmente sagrada é a vida dos pobres que já nasceram e se debatem na miséria, no abandono, na exclusão, no tráfico de pessoas, na eutanásia encoberta de doentes e idosos privados de cuidados, nas novas formas de escravidão, e em todas as formas de descarte. Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo” (101).
O Papa inclui neste tópico uma reflexão sobre os migrantes. “Muitas vezes ouve-se dizer que, diante do relativismo e dos limites do mundo atual, seria um tema marginal, por exemplo, a situação dos migrantes. Alguns católicos afirmam que é uma questão secundária relativamente aos temas ‘sérios’ da bioética. Que fale assim um político preocupado com os seus sucessos, talvez se possa compreender; mas não um cristão, cuja única atitude condigna é colocar-se no lugar daquele irmão que arriscou sua vida para dar um futuro aos seus filhos. Poderemos reconhecer que isso é precisamente o que Jesus afirma quando diz que é a Ele mesmo que recebemos em cada forasteiro?” (102). Portanto, esclarece Francisco, “não se trata de uma invenção de um Papa ou de um delírio passageiro” (103).
“Poderíamos pensar – enfatiza o Papa Bergoglio – que damos glória a Deus só com o culto e a oração, ou apenas observando algumas normas éticas (é verdade que o primado pertence à relação com Deus), mas esquecemos, neste caso, que o critério de avaliação da nossa vida é, acima de tudo, o que fizemos pelos outros” (104). “Quem deseja verdadeiramente dar glória a Deus com a sua vida é [...] chamado a obstinar-se, gastar-se e cansar-se procurando viver as obras de misericórdia” (107).
“O consumismo hedonista – adverte Francisco – pode nos enganar, porque, na obsessão de nos divertir, acabamos por estar excessivamente concentrados em nós mesmos, nos nossos direitos e na exacerbação de ter tempo livre para gozar a vida [...] O próprio consumo de informação superficial e as formas de comunicação rápida e virtual podem ser um fator de estonteamento que ocupa todo o nosso tempo e nos afasta da carne sofredora dos irmãos” (108).
No quarto capítulo, Francisco apresenta algumas características “indispensáveis” para o estilo de vida do santo. Começa com a suportação, a paciência e a mansidão. “Também os cristãos – escreve o Papa – podem fazer parte de redes de violência verbal através da internet. Mesmo nos meios de comunicação católicos, é possível ultrapassar os limites, tolerando-se a difamação e a calúnia e parecendo excluir qualquer ética e respeito pela fama alheia”. “É impressionante como, às vezes, pretendendo defender outros mandamentos, ignora-se completamente o oitavo: ‘Não levantar falso testemunho ou mentir’, e destrói-se sem piedade a imagem alheia” (115). O santo, recorda Francisco, “não desperdiça suas energias lamentando os erros dos outros, é capaz de guardar silêncio sobre os defeitos dos seus irmãos e evita a violência verbal” (116). Não é bom, de fato, “olhar com altivez, assumir o papel de juízes sem piedade, considerar os outros como indignos e pretender continuamente dar lições. Essa é uma forma sutil de violência” (117).
“A humildade – explica o Papa Bergoglio – só se pode enraizar no coração através de humilhações. Sem elas não há humildade nem santidade” (118). Francisco não se refere apenas a situações violentas de martírio, “mas às humilhações diárias daqueles que calam para salvar a sua família, ou evitam falar bem de si mesmos e preferem exaltar os outros em vez de se gloriar, escolhem as tarefas menos vistosas e, às vezes, até preferem suportar algo de injusto para oferecer ao Senhor” (119).
O Papa enfatiza que o que afirmou no documento até este ponto “não implica um espírito retraído, tristonho, amargo, melancólico ou perfil sumido, sem energia. O santo é capaz de viver com alegria e senso de humor. Sem perder o realismo, ilumina os outros com um espírito positivo e cheio de esperança” (122). O mau humor, portanto, “não é um sinal de santidade” (126). Francisco refere-se a essa “alegria que se vive em comunhão, que se partilha e comunica, porque ‘a felicidade consiste mais em dar do que em receber’” (128).
Bergoglio resume esses elementos em uma palavra: “ousadia, entusiasmo, falar com liberdade, ardor apostólico: tudo isso está contido no termo parresia” (129). “Olhemos para Jesus: a sua entranhada compaixão não era algo que O ensimesmava, não era uma paixão paralisadora, tímida ou envergonhada como muitas vezes acontece conosco. Era exatamente o contrário: era uma compaixão que O impelia fortemente a sair de Si mesmo a fim de anunciar, enviar em missão, enviar para curar e libertar” (131). Portanto, devemos superar a tentação de “fugir para um lugar seguro, que pode ter muitos nomes: individualismo, espiritualismo, confinamento em pequenos mundos, dependência, instalação, repetição de esquemas preestabelecidos, dogmatismo, nostalgia, pessimismo, refúgio nas normas” (134).
“Deus é sempre novidade – escreve Francisco – que nos impele a partir sem cessar e a mover-nos para ir mais além do conhecido, rumo às periferias e aos confins... Lá O encontraremos: Ele já estará lá” (135). Move-nos o exemplo, recorda o Papa, de muitos sacerdotes, religiosos e leigos “que se dedicam a anunciar e servir com grande fidelidade, muitas vezes arriscando a vida e certamente à custa de sua comodidade. O seu testemunho lembra-nos que a Igreja não precisa de muitos burocratas e funcionários, mas de missionários apaixonados, devorados pelo entusiasmo de comunicar a verdadeira vida. Os santos surpreendem, desinstalam, porque a vida nos chama a sair da mediocridade tranquila e anestesiadora” (138).
E Francisco recorda como é difícil “lutar contra a concupiscência e contra as ciladas e tentações do demônio e do mundo egoísta, se estivermos isolados” (140). É, pois, importante “a vida comunitária, seja na família, na paróquia, na comunidade religiosa”, que “é feita de tantos pequenos detalhes diários” (143): também Jesus “convidava os seus discípulos a prestarem atenção aos detalhes” (144).
“Por fim, mesmo que pareça óbvio – precisa Francisco –, recordemos que a santidade é feita de abertura habitual à transcendência, que se expressa na oração e na adoração” (147). O Papa pergunta: “Há momentos em que você se coloca na Sua presença em silêncio, permanece com Ele sem pressa e se deixa olhar por Ele?” (151). Mas esse silêncio orante não é uma “evasão que nega o mundo que nos rodeia” (152).
O quinto capítulo adverte que o caminho para a santidade é também “uma luta constante contra o demônio, que é o príncipe do mal” (159). O “mal” citado no Pai Nosso é “o Maligno” e “indica um ser pessoal que nos atormenta” (160). “Não pensemos que seja um mito, uma representação, um símbolo, uma figura ou uma ideia. Esse engano leva-nos a diminuir a vigilância, a descuidar-nos e a ficar mais expostos. O demônio não precisa nos possuir. Envenena-nos com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios” (161). E isso pode levar à “corrupção espiritual”, que “é pior do que a queda de um pecador, porque é uma cegueira cômoda e autossuficiente, em que tudo acaba parecendo legal” (165).
“Como é possível saber se algo vem do Espírito Santo ou se deriva do espírito do mundo ou no espírito maligno? A única forma – recorda Francisco – é o discernimento”, que “é também um dom que é preciso pedir” (166). “Hoje – continua o Papa –, tornou-se particularmente necessária a capacidade de discernimento [...]. Todos, mas especialmente os jovens, estão sujeitos a um zapping constante [...] Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em marionetes à mercê de as tendências da ocasião” (167).
Este discernimento “não é necessário apenas em momentos extraordinários, quando temos de resolver problemas graves, ou quando se deve tomar uma decisão crucial”; “É um instrumento de luta para seguir melhor o Senhor [...] Muitas vezes isso se desenrola nas coisas pequenas, no que parece irrelevante”. Portanto, o Papa pede “a todos os cristãos que não deixem de fazer todos os [...] dias um sincero exame de consciência” (169).
Somente “quem está disposto a escutar – conclui Francisco – tem a liberdade de renunciar ao seu próprio ponto de vista parcial e insuficiente, aos seus costumes, aos seus esquemas. Desta forma, está realmente disponível para acolher um chamado que quebra as suas seguranças, mas leva-o a uma vida melhor” (172). Esta atitude “implica, naturalmente, a obediência ao Evangelho como último critério, mas também ao Magistério que o guarda, procurando encontrar no tesouro da Igreja o que pode ser mais fecundo para ‘o hoje’ da salvação. Não se trata de aplicar receitas ou repetir o passado, uma vez que as mesmas soluções não são válidas em todas as circunstâncias e o que foi útil num contexto pode não sê-lo em outro. O discernimento dos espíritos liberta-nos da rigidez, que não tem lugar no hoje perene do Ressuscitado” (173).
Nota de IHU On-Line: A íntegra do documento, em português, pode ser lida aqui.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
“O caminho para uma santidade ao alcance de todos”, segundo Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU