Bíblia Apócrifa – Segundo Testamento. Artigo de Frei Jacir de Freitas Faria

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14 Março 2025

"Com o objetivo de poder ajudar a compreender esses textos e dialogar ecumenicamente com essa literatura de origem, publiquei Bíblia Apócrifa: Segundo Testamento (Vozes, 2025). Ela é o resultado de mais duas décadas de pesquisa, período na qual publiquei alguns livros sobre os apócrifos. São 784 páginas de fé, presente numa literatura pouco conhecida do grande público. A tradução apresentada baseia-se em textos originários em suas diversas traduções para as línguas modernas".

O artigo é de frei Jacir de Freitas Faria

Jacir de Freitas Faria é doutor em Teologia Bíblica pela FAJE (BH). Mestre em Ciências Bíblicas (Exegese) pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Professor de Exegese Bíblica. Presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB). Sacerdote Franciscano. Autor de treze livros e coautor de quinze. Publicou recentemente Bíblia Apócrifa: Segundo Testamento (Vozes, 2025). São 784 páginas com a tradução de 67 apócrifos do Novo Testamento sobre a infância de Jesus, Maria, José, Pilatos, apocalipses, cartas, atos etc. Canal no YouTube: Frei Jacir Bíblia e Apócrifos.

Eis o artigo.

Os cristãos e judeus consideram a Bíblia como livro sagrado. Os católicos consideram como inspirados 73 livros, e os evangélicos, 66. Você sabia que há mais de 180 livros que ficaram fora da lista oficial que a Igreja reconheceu como inspirados? Entre eles, 140 são do Novo Testamento, os quais foram escritos no fim do século I e, sobretudo, no século II, com o objetivo de acrescentar, esclarecer ou contrapor ensinamentos sobre Jesus e seus seguidores. Os apócrifos do Novo Testamento podem ser classificados, em relação aos canônicos, como aberrantes (exagerados), complementares e alternativos.

Com o objetivo de poder ajudar a compreender esses textos e dialogar ecumenicamente com essa literatura de origem, publiquei Bíblia Apócrifa: Segundo Testamento. Ela é o resultado de mais duas décadas de pesquisa, período na qual publiquei alguns livros sobre os apócrifos. São 784 páginas de fé, presente numa literatura pouco conhecida do grande público. A tradução apresentada baseia-se em textos originários em suas diversas traduções para as línguas modernas.

Bíblia Apócrifa: Segundo Testamento, por mais polêmica que seja, abre um canal de diálogo com os valores cristãos de ontem e de hoje.

Essa obra é uma Bíblia, pois ela é também uma coleção de 67 livros, traduzidos e comentados de forma acessível ao estudo e ao contato com a fé de origem. Ela apresenta também informações sobre 38 outros textos e fragmentos apócrifos. Os livros foram chamados de Segundo, e não de Novo Testamento, por uma questão de diálogo e respeito como os nossos irmãos judeus.

Apócrifo é a tradução do termo grego apokryphos e significa escondido, oculto, isto é, no caso, livro utilizado, lido de forma escondida. Seria a Bíblia Apócrifa outra Bíblia? Sim e não! Como apresentação de um pensamento diferenciado, é, sim, outra Bíblia, mas, em relação a seu objetivo, que é o de dialogar com os vários cristianismos de origem, não. Ela é um convite ao diálogo e amadurecimento na fé, bem como o de levar o leitor (a) a compreender a revelação do Espírito Santo na oralidade da fé, na catequese que chegou até os nossos dias.

Para que isso fique bem claro, a obra começa com grande introdução à Bíblia Canônica e à Bíblia Apócrifa. Na sequência, a tradução dos apócrifos do Segundo Testamento está distribuída da seguinte forma:

No início de cada livro apócrifo, há um comentário com as principais informações sobre seus contextos histórico e literário. É importante ressaltar, dentre outros pontos, que os apócrifos do Segundo Testamento:

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