12 Setembro 2017
O porta-voz da líder birmanesa Aung San Suu Kyi: "Não negociamos com terroristas". O Arakan Rohingya Salvation Army (Arsa) anuncia uma trégua até 9 de outubro para fins humanitários. Exército: até agora foram mortos quase 400 militantes islâmicos. O êxodo de cerca de 300 mil Rohingyas para o Bangladesh. Entre os grupos étnicos, já são mais de 30 mil os expulsos de suas terras.
A informação é publicada por Asia News, 11-09-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
O governo de Mianmar rejeitou o cessar-fogo declarado pelo militantes muçulmanos Rohingyas para permitir a entrega de ajuda a milhares de pessoas expulsas no Estado de Rakhine, declarando que não pretende negociar com terroristas.
O Arakan Rohingya Salvation Army (Arsa) anunciou a trégua em sua conta no Twitter, convidando os operadores humanitários a retomar a assistência a "todas as vítimas da crise, independentemente da etnia ou religião", durante o período até 09 de outubro. O comunicado também apelou às autoridades para que "aceitem essa pausa humanitária" dos conflitos.
Em 25 de agosto último, centenas de militantes do Arsa, conhecido pela população local como Harakah al-Yaqin (Movimento da Fé), lançaram uma série de ataques coordenados contra cerca de 30 postos da polícia e do exército no norte do Rakhine. A contra-ofensiva das forças de segurança birmanesas resultou no êxodo de cerca de 300.000 Rohingyas para o Bangladesh, e, entre os grupos étnicos, já foram expulsos mais de 30 mil de suas terras.
Os refugiados Rohingyas em Bangladesh afirmam que durante a repressão as forças do governo e os budistas do Rakhine mataram os habitantes em suas aldeias sem distinções, colocando fogo em centenas de casas. Os grupos étnicos, no entanto, acusam os muçulmanos de atrocidades contra seu próprio povo, enquanto o governo afirma que os Rohingyas em fuga atearam fogo em suas casas para fomentar o medo e o ódio contra o Estado.
As autoridades e o exército de Mianmar não responderam pelos canais oficiais à declaração de cessar-fogo do Arsa. No entanto, a porta-voz da líder birmanesa Aung San Suu Kyi declarou no Twitter: "Não negociamos com terroristas".
O governo de Mianmar afirma que suas forças de segurança estão travando uma campanha legítima contra os "terroristas bengalis", responsáveis por uma série de ataques contra a polícia e o exército em outubro passado. O exército revela já ter matado cerca de 400 militantes até o momento, enquanto alguns refugiados Rohingyas denunciam ter sido forçados a lutar entre as fileiras do Arsa.
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Rakhine, o Governo rejeita o cessar-fogo oferecido pelos militantes Rohingyas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU