13 Mai 2020
”Todos, neste momento, sentimos como se fosse nossa filha”: é a saudação que o cardeal Gualtiero Bassetti, presidente dos bispos italianos, reserva à jovem milanesa que voltou para casa ontem. "Ela é uma de nossas filhas, pelo menos foi possível abraçá-la com o coração." E na mesma linha dos bispos se coloca Dom Enrico Parazzoli, pároco da igreja de Santa Maria Bianca della Misericordia al Casoretto, a pouca distância da casa em Milão da jovem de 25 anos: “Ninguém pode saber o que aquela garota passou em dezoito meses de cativeiro. Eu nem sei se teria conseguido sobreviver".
A entrevista com Enrico Parazzoli é editada por Monica Serra, publicada por La Stampa, 12-05-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Silvia Romano (Foto: Leggilo.org)
Você não acredita em uma conversão real ao Islã de Silvia?
Não tenho ferramentas para julgar, para entender. Temo que Silvia sozinha, mantida refém, tenha tentado de alguma forma se adaptar à realidade que estava vivenciando. Não sei o que significa ficar longe de casa por tanto tempo, sem saber se alguém está procurando por você. Ao contrário da conversão cristã, que é uma jornada interior, a conversão muçulmana é acima de tudo uma adesão aos preceitos, a uma normativa de vida. Não sei se pode ter sido real, se teve uma escolha. Também levará tempo para ela entender. Se uma mulher como ela, uma pessoa ocidental julgou que o Islã é o seu caminho, então isso está certo.
Silvia Romano (Foto: Sullastrada.org)
O que você se sentiu quando a viu descer do avião em Ciampino com a tradicional vestimenta somali?
Acredito que nada acontece por acaso, que estas escolhas tenham sido acordadas: uma mensagem clara, talvez algo que já tenha sido solicitado pelos sequestradores. Uma negociação delicada estava em andamento, não sei o que eles exigiram dela.
Silvia Romano (Foto: Vatican Media)
Você irá visitá-la?
Claro, deixarei que passe tranquilamente essas duas semanas de quarentena em casa, depois tentarei entrar em contato com ela para cumprimentá-la e dar-lhe as boas-vindas.
