Grupo dos 1% mais ricos emite tanto CO2 quanto os 66% mais pobres

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21 Novembro 2023

Injustiça climática: emissões dos 800 milhões mais ricos são equivalentes às dos 5 bilhões mais pobres; e estes não têm defesa contra a crise climática.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 21-11-2023.

A desigualdade que marca as sociedades ao redor do mundo também se reflete na questão climática. O padrão de vida perdulário dos multimilionários e bilionários esgota recursos naturais, concentra ainda mais riqueza e impõe os impactos mais dramáticos da mudança climática exatamente sobre esses bilhões e bilhões de pessoas mais pobres.

Uma análise divulgada pela Oxfam nesta semana trouxe um dado impressionante: o 1% mais rico da população mundial emitiu tantos gases de efeito estufa quanto cerca de 5 bilhões de pessoas, cerca de 2/3 da humanidade. Sozinhas, as emissões da fatia dos mais ricos do planeta são suficientes para causar 1,3 milhão de mortes relacionadas ao calor entre 2020 e 2100.

O relatório “Igualdade Climática: Um Planeta para os 99%” foi elaborado a partir de dados do Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI), Penn World Trade e do Banco Mundial. De acordo com a análise, 1% mais rico foi responsável por 16% das emissões globais de consumo em 2019, mais do que todas as emissões de automóveis e transportes rodoviários. Os 10% mais ricos responderam por metade dessas emissões. A desigualdade é tamanha que levaria cerca de 1,5 mil anos para uma pessoa que está entre os 99% mais pobres da população mundial produzir a mesma quantidade de gases de efeito estufa gerada pelos bilionários em um ano.

“É inaceitável que o 1% mais rico continue liderando o mundo ladeira abaixo para um colapso planetário. E quem vem sofrendo o impacto dos danos dessa viagem é a maioria da população. São as bilhões de pessoas impactadas por enchentes, secas, perdas de território, aquecimento e baixa de temperatura desproporcional, problemas de saúde e pobreza”, argumentou Katia Maia, diretora-executiva da Oxfam Brasil.

O quadro de desigualdade extrema mostrado pelo relatório dá a base para a principal sugestão da Oxfam para a COP28: a criação de um imposto global sobre a renda dos ultrarricos. De acordo com a análise, um imposto de 2% sobre a riqueza dos milionários, de 3% sobre aqueles com riqueza superior a US$ 50 milhões e de 5% sobre os bilionários geraria cerca de US$ 1,7 trilhão, valor que poderia ser utilizado para financiar ações de mitigação e adaptação nos países em desenvolvimento e comunidades mais pobres.

A análise da Oxfam foi destacada por Agência BrasilFolha e UOL, entre outros. No exterior, a notícia também ganhou repercussão em veículos como AFPGuardian e Washington Post.

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