15 Setembro 2023
Levantamento indica que a Lei de Redução da Inflação permitirá uma redução de até 43% das emissões do país até 2030 em relação a 2005.
A informação é publicada por ClimaInfo, 14-09-2023.
As medidas climáticas aprovadas pela gestão do presidente Joe Biden nos EUA no ano passado estimularão reduções substanciais nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) do país, indicou um relatório divulgado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) do país na última 3ª feira (12/9). A análise projetou quedas de 35% a 43% das emissões norte-americanas até o final desta década em relação a 2005.
A aprovação da Lei de Redução da Inflação (IRA), que incluiu o maior pacote de medidas climáticas da história dos EUA, foi uma das maiores vitórias legislativas do governo Biden até aqui. O pacote inclui iniciativas importantes, como novos investimentos na geração de energia renovável e incentivos à produção e à compra de carros elétricos.
Não à toa, as maiores reduções de GEE projetadas pela EPA a partir da IRA acontecerão no setor de energia elétrica, com queda de 49% a 83% nas emissões até 2030 em relação a 2005. A análise da EPA também indica a possibilidade de cortes sistêmicos nas emissões em outros setores, particularmente na construção civil, seguido pela indústria e transportes. Reuters e The Hill deram mais informações.
Já o NY Times abordou outro reflexo da IRA: um impulso a novos investimentos privados em projetos de energia limpa. Uma análise do Clean Investment Monitor indicou que as medidas climáticas do governo Biden ajudaram a acelerar o desenvolvimento das cadeias de suprimentos da indústria de veículos elétricos no sudoeste dos EUA, reforçando os centros tradicionais de produção automotiva no Centro-Oeste industrial e no Sudeste norte-americano. Os gastos em tecnologia de energia limpa representaram 4% do investimento total dos EUA em infraestrutura, equipamentos e bens duradouros, mais do dobro da porcentagem de quatro anos atrás.
Em tempo
O Poder Legislativo do estado norte-americano da Califórnia aprovou um novo projeto de lei que passará a exigir das grandes empresas o relato de suas emissões de GEE, diretas e indiretas. A decisão se antecipa a uma movimentação do governo norte-americano para definir regras para divulgação de informações sobre emissões pelas empresas, com exigências mais rígidas do que aquelas em discussão no plano nacional. O projeto foi apoiado por diversas megaempresas instaladas no estado, como Apple, Ikea e Microsoft, mas foi contestado por lobistas industriais. O governador Gavin Newson tem até 14 de outubro para sancionar a lei. Bloomberg, Financial Times, LA Times, Reuters, TIME e Washington Post deram a notícia.
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Política climática de Biden reduz em até 43% projeção de emissões de carbono nos EUA em 2030 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU