Para Chomsky, mal-estar social ameaça a democracia

Mais Lidos

  • “O sínodo é como uma atualização do Vaticano II para o terceiro milênio”. Entrevista com Massimo Faggioli

    LER MAIS
  • Vattimo, Cristianismo, a verdade. Artigo de Flavio Lazzarin

    LER MAIS
  • Os de cima vêm com tudo. Artigo de Raúl Zibechi

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

17 Setembro 2016

Noam Chomsky, um dos intelectuais estadunidenses mais importantes da atualidade, acredita que a baixa valorização dos políticos em nível mundial não é exclusiva da cúpula dirigente, mas se estende a empresas e outras instituições, como parte de uma mal-estar social geral.

A reportagem é publicada por La Jornada, 16-09-2016. A tradução é do Cepat.

A escassa popularidade dos atuais candidatos à Presidência dos Estados Unidos não é algo excepcional, mas faz parte “de um grande mal-estar social que ameaça a democracia”, explicou o linguista e filósofo, de 87 anos, em entrevista a DPA, em Cambridge.

“Os Estados Unidos passaram de uma democracia a uma plutocracia com apêndices democráticos”, opinou Chomsky. “Três quartos da sociedade se encontram simplesmente sub-representados”, analisou.

A respeito do atual auge do candidato republicano Donald Trump, apesar de seu discurso polêmico e agressivo, o autor de Os guardiões da liberdade acredita que, em grande medida, fundamenta-se no desprezo à classe trabalhadora, durante décadas.

“Aqueles que apoiam Trump não são os pobres. A maioria são da classe trabalhadora branca que no período do neoliberalismo foram marginalizados. Agora, estas pessoas estão amarguradas e têm rancor”.

O professor emérito de Massachusetts Institute of Technology (MIT) apontou como segunda razão um fortalecimento do populismo e do ultranacionalismo, algo que também se vê na Europa: “Há uma correlação direta entre o apoio a populistas autoritários e os entusiasmados com Trump”.

Diferente do ocorrido anteriormente, desta vez, os líderes republicanos não conseguiram impedir o protagonismo de um candidato perigoso. “Trump é singular. Nunca houve algo como ele em nações industrializadas ocidentais”, destacou Chomsky.

No entanto, o processo se acomoda, em sua opinião, em uma transformação mais ampla do sistema político estadunidense, que ele vê historicamente como do partido único com duas facções, republicanos e democratas. “Isso já não é assim. Continuamos sendo um país de partido único, o Partido dos Negócios. Mas, só há uma facção”.

De fato, acredita que aqueles que apoiaram Bernie Sanders na pré-campanha democrata poderiam formar um novo partido independente do democrata, caso avance a transformação do sistema. Nas primárias, a partir da esquerda, Sanders enfrentou a atual candidata Hillary Clinton, mas perdeu.

“Se tivéssemos um movimento trabalhador ativo e lutador, ao estilo do que houve nos Estados Unidos nos anos 1930, provavelmente uniria os seguidores de Trump com os de Sanders”, destacou este linguista, que em nível político definiu a si próprio como anarquista ou socialista libertário.

“São muito diferentes em muitas coisas, mas compartilham centralmente da mesma fúria pelo ataque à classe trabalhadora branca e aos pobres. Isso poderia ser o começo de algo totalmente novo”.

Leia mais...

"O que está acontecendo no Brasil é um golpe branco". Entrevista com Noam Chomsky

Chomsky: “Por que tenho esperanças”

“A invasão ao Iraque foi o pior crime deste século”, afirma Chomsky

“A opressão não é uma lei da natureza”. Entrevista com Noam Chomsky

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Para Chomsky, mal-estar social ameaça a democracia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU